Decididamente eu não sou ENTREVISTADOR. Talvez não o seja também um bom PERGUNTADOR, nem a pessoa mais qualificada para executar a contento isso a que estou aqui me propondo, mas faço o que posso e de uma coisa tenho a mais absoluta certeza, mesmo com todas minhas inabilidades e inqualificações, com resultados não tão satisfatórios, creio ser possível extrair destes doze já feitos, algo salutar, o registro de histórias de vida, de resistência de pessoas que, na maioria das vezes não são encontradas facilmente pela aí. Poucos são os dispostos a fazer o que ando fazendo. Estamos todos mais do que cansados de LIVES, pois elas pipocam aos borbotões, mas na maioria delas não vê o pensamento de pessoas como as que aqui me proponho a registrar, primeiro algo de suas vidas, depois a linha de pensamento e ação popular, enfronhada nas rebarbas da cidade e junto a estes. Peguei gosto e mesmo aos trancos e barrancos seguirei em frente. Talvez isso tudo possa ir se transformando em livrinhos, imagino quando alcançar a marca dos 25, no máximo 30, já poderei tentar algo neste sentido. Será o máximo, conseguir deixar registrado algo da vida destas pessoas como fonte de consulta, primeiro nos vídeos e depois no papel.
E daí, cá estou neste domingo, 27/09 tendo ao lado para esta conversa um baita amigo, GILBERTO TRUIJO. Sua história a gente irá contar juntos na conversa ao vivo e hoje, aqui nos registros que já fiz dele no blog Mafuá do HPA, algo para apimentar o que virá amanhã e servindo para conhecerem um bocadinho mais desta imensa figura humana. Sintam como deverá ser a conversa lendo alguns destes textos:
- Em 09.03.2012 publiquei: “GILBERTO TRUIJO, UM “HUMANO” ADVOGADO - O trocadilho entre aspas no título não é para destacar algo sobre desumanidade na classe dos advogados, a qual Gilberto Truijo faz parte, mas por ele fazer parte e comandar com afinco e dedicação a seção local dos Direitos Humanos na OAB Bauru. Além de presidir e direcionar essas questões criou no facebook uma página sempre bombando de temas mais do que picantes, exatamente com esse nome, Direitos Humanos. Sua ação contribui e muito para um melhor entendimento do que venha a ser a ação dessas duas palavrinhas, tão polêmicas e a atrair a ira de uma ala do conservadorismo brasileiro. Truijo tem o pé fincado num dos bairros mais populares da cidade, O Gasparini, onde já dirigiu a Associação de Moradores e continua morando seus filhos. Um advogado preocupado com o lado social da sociedade, um que não se deixa levar por modismos, muito menos permanece exilado no ar refrigerado de escritórios bem montados, preferindo ir à luta onde for requisitado. Muito comum passar defronte sua casa durante o período noturno, quando a maioria dos seus pares já está em atividades de lazer e ele ali, de portão aberto e pronto para o diálogo, sempre franco, alegre e simpático. Uma diferenciada pessoa, que dignifica a profissão escolhida. Truijo é desses considerados “pau para toda obra” e vê-lo ao lado da defesa dos desprovidos, os invisíveis de nossa Bauru é algo mais do que natural em sua vida. Estatura mediana, mas uma imensa personalidade, marcante e em ascensão. Truijo é "fogo no boné do guarda".
- Em 08.03.2016 publiquei: “UM NÃO SEI O QUE LÁ NA CÂMARA HOJE - Um grupo declaradamente de direita e junto de membros dos ditos skins, estavam marcando posição na Câmara dos Vereadores hoje e preparados para pressionar o vereador Roque Ferreira, depois dos acontecimentos da Batista no sábado passado, quando provocaram pessoal aglutinado na Esquina da Resistência, mas se deram mal. Foram enxotados no local aos gritos de "Fora Fascistas!". Pretendiam armar o circo hoje junto ao Legislativo. Em questão de minutos, com comunicações pipocando de um lugar para outro, a militância social dessa cidade baixou por lá e recolocou tudo no seu devido lugar. Não houve nenhum confronto, mas somente algo mais do que necessário, ainda mais nos dias de hoje: a necessidade de resistir ao que está surgindo pela aí, o monstrengo direitoso, com mil faces, junções mais do que surreiais e com a balela de tentar impingir possuirem algo de democrático em sua composição. Nos escritos pelas redes sociais isso é facilmente desconstruido. Foi realmente algo valoroso ver muitos irem se achegando, ocupando espaço e não deixando que nada de ruim que, porventura estivesse sendo montado pudesse se concretizar. Por fim, todos assistimos a entrega de uma Moção de Aplauso para a Comissão da Verdade de Bauru, ali representada por Carlos Roberto Pittoli, Clodoaldo Meneghello Cardoso, Gilberto Truijo e Maria Orlene Daré”.
- Em 16.07.2016 publiquei: “A HISTÓRIA DO CAFEZINHO PELA JANELA SERVE PARA A CAMPANHA ATUAL - Estive ontem à tarde com o amigo e advogado Gilberto Truijo. Ele me relembrou velha história de eleições passadas em Bauru, algo mais do que folclórico, mas a evidenciar muito bem como surgem os candidatos e de suas andanças por lugares nunca dantes imaginados. Pois bem, reza a lenda (mas é a mais pura verdade), que um desses na disputa para prefeito, empoada pessoa, foi obrigado a sair do seu reduto e ir num comboio para visita na residência de um presidente de associação de moradores, lugar simples e sem nenhuma pompa na periferia. Chegando lá, sala cheia, lhe passam um café, coado na hora, numa xícara simples. O danado fica com o negócio na mão esfriando e sem nenhuma vontade de beber o líquido. Segundo reza seus preceitos de classe, só ingere algo proveniente de fonte conhecida e ali, no desconhecido, reduto que não é o seu, não quer arriscar. No descuido de todos os presentes e diante de uma janela aberta, joga sem pestanejar o conteúdo para fora. Por azar, tudo cai na cabeça do filho do dono da residência, o tal presidente da Associação. Momentos depois, o garoto adentra a sala e reclama ao pai na presença de todos, que jogaram café pela janela e na sua cabeça. A sequência deve ter sido algo para entrar nos anais (ui!) do contorcionismo de como é o fazer política e de como tocar eleições em situações múltiplas e variadas. Só quem lá esteve, como o dr Truijo, para contar em detalhes o final dessa história”.
- Em 25.02.2020 publiquei: “O advogado Gilberto Truijo faz história em Bauru, primeiro como o mais alto nome dentro de todas as Comissões de Direitos Humanos que a OAB regional já teve nestas plagas. Dignificou a função pela forma como a executou, sempre ao lado dos menos favorecidos. Em seu portão, até hoje, muitos sem condições de pagar honorários e o faz por escambo, trocando, por exemplo, leitoa pelo serviço executado. Truijo tem uma das pernas atrofiada, anda com pesadas botas, muleta e para descompensar mais, perdeu anos atrás sua companheira de todas as horas. Uma das válvulas de escape foi se juntar ao pessoal do bloco Bauru Sem Tomate é MiXto, guarida para embalar e dar sentido para a continuidade da vida. Mais do que integrado ao grupo, segue participando de tudo, mesmo hoje, acometido de probleminhas de alcova, ou seja, alguns outros de ordem médica, impossibilitado de bebericar álcool e consumir muita gordura. É também diabético, o que lhe restringe mais os movimentos. Neste Carnaval queria descer, tentou várias formas, desde alugar uma cadeira de rodas, como o fazer dentro do banco do carona do carro de som. Não deu certo nem coisa, nem outra. Juntou forças, tomou seu mais forte fortificante, passou sebo nas canelas, cheirou um pó de mico e chega para a desfile de Uber, desce, pedindo somente algo para os organizadores: "Desçam devagar, não quero tropicar". E assim foi feito, muitos se escorando uns nos outros, todos chegaram ao final do percurso, sãos e salvos, alguns com escoriações, contusões e mais dores, mas todos alegres, contentinhos por estarem unidos e coesos, junto de grupo provocador, contestador e o único a levantar a voz no Carnaval bauruense contra os desmandos desta cidade dita e vista como "sem limites". Truijo é uma das tantas caras alvissareiras deste agrupamento humano, uma onde cada membro ativo (ui! cadê esses?) consegue tocar o barco adiante por se escorar um no ombro doutro. Assim seguem fortalecidos e tentando passar por esses bicudos tempos sem ninguém soltar da mão do outro”.
- Em 02.03.2020 publiquei: “GILBERTO TRUIJO é o causídico que não nos abandona. Fazemos uma troca, espécie de permuta, eu o trago para os jogos, busco e levo em casa, mas ele sempre de prontidão para o que der e vier com uma turma da pesada, rueira, barulhenta e causando pelos descaminhos fora dos trilhos. Ele, após alguns revezes da vida, dá a volta por cima, encontrou uma turma para chamar de sua, vive com o filho e nas horas vagas adora um boteco e noroestar. Pessoa por demais conhecida por onde circule, não se liga em andar alinhado, mas está mais do que alinhado nos encaminhamentos para manter todos dentro enquadrados dentro da lei, pois sabe que, todos sendo do avesso, os cuidados são sempre além do normal. Ele é nosso anjo da guarda e sabe muito bem que para andar junto do grupo se faz necessário carregar consigo a carteirinha da OAB, pois algo sempre pode acontecer a algum logo na curva da esquina e ele precisa estar preparado”.
Escrevi e continuo escrevendo muita coisa dele pelas redes sociais e pelo blog, mas nada mais publico, pois não quero estragar a surpresa da conversa, que além de sabortosa foi alvissareira e peripatética. Eis o link para assistir o bate papo com duranção de 1h10:https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/3869731196390194
MEU SINCERO COMENTÁRIO: Truijo não me surpreende, mas ao final do bate papo, quase nas despedidas, quando lhe pergunto sobre o momento atual, algo dos que não tem mais mêdo de nada. Cada vez menos as pessoas estão se expondo, dizendo realmente o que pensam e com clareza. Ele não mediu as palavras e foi de um sinceridade, comosempre no seu caso, a demonstrar quem de fato é, o grande sujeito, que nunca se filiou a nenhum partido político, mas não renega seu pai, que abrigou encontros da esquerda em sua casa e hoje segue a mesma linha, altaneira e se posicionando. É por essas e outras que gosto cada vez mais de gente como o Truijo. Uma bela erntrevista, tanto que ao final, nem bem termino, o celular toca e do outro lado, Duílio Duka, o professor hoje exilado em Botucatu: "Henrique, essa sua melhor live. Truijo não te deixou falar, ocupou muito bem os espaços, seguiu um linear linha de pensamento, claro, objetivo e preciso. Parabéns". Melhor elogio não podia ter recebido. Ganhei o dia.
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