Eu comecei a reunir textos que amigos, conhecidos e admiradores escreveram de Roque Ferreira após seu passamento e hoje chego ao terceiro dia. Nos dois primeiros foram 26 textos, todos representativos, alguns com histórias tiradas do fundo da alma. Encerrarei por aqui com mais essa reunião de escritos e amanhã tento voltar ao que fazia antes, escrevinhar de assuntos variados e múltiplos. Hoje, ainda estou mais do que perdido, tentando juntar os cacos, assimilar a perda para todos os que lutam. Se já estava difícil, sei que tudo será muito mais complicado sem ele, pois em qualquer ato, por menor que fosse, podia marcar e ele lá estava, alquebrado ou não, nos últimos tempos com sua bengala e corpo presente, altaneiro e audaz, dando a cara parar bater. Todo ato a PM chega e quer que alguém assuma, assine lá um documento deles e Roque se antecipava, sem medo, calejado em tudo isso, não deixava outro fazê-lo, não por se achar mais que ninguém, mas por livrar a nossa cara e a dele, já mais que comprometida com toda a luta, um negocinho a mais ou a menos não ia fazer qualquer diferença. Na sequência tem mais umas coisinhas que juntei dele, escrito por pessoas e agrupadas aqui por este mafuento HPA.
- “Roque partiu, pegou um trem fora do combinado e seguiu, rumo ao infinito, em busca de outros mundos, a prosseguir na sua missão histórica de denunciar as mazelas do capitalismo e da necessidade da Revolução. Foram quase quatro décadas de amizade, histórias em comum, algumas aventuras e muita luta, sempre na mesma trincheira, sempre ao lado da classe trabalhadora. Maior liderança popular surgida em Bauru, trouxe sempre consigo a coragem, a dignidade e a coerência. Os dois mandatos que o povo de Bauru lhe outorgou jamais transformaram o companheiro em alguém arrogante ou que sucumbisse ao agrados da burguesia. Ao contrário, abriu a porta do seu gabinete e da Câmara Municipal aos anseios populares, contribuindo enormemente para muitas lutas. Sem dúvida, Roque foi um daqueles imprescindíveis de que falava Brecht, em uma de suas poesias, figura única, insubstituível. A dor da sua partida faz-se forte e cruel, o desencanto com a realidade, que já era grande, se torna quase insuportável. É como, nas palavras de um amigo, perdêssemos nosso Comandante em meio a uma batalha. Ainda atordoados, olhamos perdido para o horizonte, sem rumo. Roque, nossa estrela fulgurante, integra a constelação dos grandes revolucionários que sempre nos guiará. E chegará o momento que enxugaremos nossas lágrimas, espantaremos a poeira e mesmo ainda alquebrados com a derrota que o destino nos impôs, voltaremos a levantar nosso punho cerrado, a gritar as nossas palavras de ordem e a honrar o exemplo de vida do companheiro Roque, colocando todas as nossas energias na construção de uma nova sociedade. Companheiro Roque, presente! Agora e sempre!”, Arthur Monteiro Junior.
- “Perdemos nosso maior camarada! - Camarada Roque Ferreira descansou. A maior expressão da esquerda bauruense, nosso grande combatente, incansável nas lutas e sempre presente nas ruas, escreveu os mais belos capítulos para a nossa história, a nossa revolução de cada dia. Perdi meu maior camarada, o qual tive a honra e o prazer de conviver durante inesquecíveis longos anos, tantas histórias vividas juntos, tantas eleições e manifestações. Parte de mim se vai com o Roque, mas o coração continua habitado por seus ideais. Muito, mas muito mesmo, do que sou como idealista devo ao Roque. Seu legado deve continuar, cabe a nós, os camaradas que sempre o acompanharam em suas jornadas, a honra em ter compartilhado os mesmo ideais de justiça social e de apoio aos oprimidos em toda a parte do mundo. Que os camaradas da Esquerda Marxista (grupo em que o Roque militava) não deixem seu legado de lutas desaparecer em Bauru. Deixo aqui em especial um abraço com todo amor e fervor revolucionário para a sua companheira Tatiana Calmon e todos os filhos. A luta vai continuar! Viva, Roque Ferreira! Obrigado por tudo, meu velho! Até a vitória, sempre! Saudações Comunistas!”, Marcos Paulo Resende.
- “Uma triste despedida neste 04 de setembro... Roque é a mais firme referência de militância operária, negra e socialista na cidade de Bauru. Ele está entre os indispensáveis. Meu pai o admirava muito e aprendi a ter essa admiração mesmo sem conhecê-lo. Em 2002, ainda ligada a Pastoral da Juventude, conheci o Roque na campanha eleitoral. Como um grande trotskista que era, mesmo organizado no PT, fazia duras críticas ao programa de campanha do Lula, de conciliação de classe. No processo de aproximação com seus posicionamentos políticos nos tornamos camaradas e, então começou a experiência que seria um dos grandes divisores de águas na minha vida. Me formei em uma célula de militantes ferroviários combativos sob a coordenação de um militante negro. Aprendi a disciplina, o estudo da teoria, a firmeza e o poder de manter a unidade na ação política, mesmo nas duras críticas. Estivemos juntos em campanhas, atividades de formação teórica, reuniões de estudos, congressos, fundação do Movimento Negro Socialista, na alegria, na tristeza, na concordância, na discordância e, junto com Silvio Durante e Thiago Moratelli passei a ter muito orgulho por ser conhecida como "cria do Roque"! Houveram discordâncias que levaram a ruptura política, mas jamais ideológica. Com ele aprendi a maior lição pedagógica: "Jú...se você não tem dúvidas e questionamentos é porque não aprendeu". Nesses anos de camaradagem, o carinho, a admiração e a gratidão sempre foram as características mais fortes dos nossos laços. Depois do meu pai ele é a referência mais importante da minha vida. Um homem de bom caráter inquestionável. Uma vida dedicada à transformação do mundo em um lugar melhor para todos...mais humano e mais humanizador. Um exemplo de que é possível endurecer sem perder a ternura. Guardarei as fotografias, panfletos, jornais, textos que assinamos juntos e outras memórias materiais dessa jornada. Nas fotografias da mente e na imaterialidade da vida levarei seu exemplo de luta e de compromisso com a superação do capitalismo. Vamos continuar jogando duro! Camarada Roque, presente! Amigo Roque, presente! Pai Roque, presente!”, Juliana Leitão.
- “A adversidade desperta em nós capacidades que, em circunstâncias favoráveis, teriam ficado adormecidas... Podem acreditar, estou muito muito muito triste em lágrimas ao saber do falecimento do Roque Ferreira, nesse momento eu pediria humildemente à outro amigo amado pra descrever, falar sobre o Roque... Henrique, estou chocado literalmente, não sei o que dizer ... Está difícil escrever! Procurei o Roque em um momento mais difícil para "Classe Artística" em Bauru, para falar do artista de rua, ou seja, especificamente do calçadão Batista de Carvalho onde os artistas não podiam apresentar sua arte e o seu talento. Resumindo não quero estender Roque foi o vereador responsável e liderou a aprovação da arte pública em Bauru da qual a LEI MUNICIPAL virou modelo em todo país... Que seja um até breve... Amigo”, Kyn Junior.
- “Roque Ferreira, presente! - Militante aguerrido da esquerda bauruense, o camarada Roque Ferreira deixa família, amigas, amigos e uma geração inteira de camaradas de luta que aprenderam com ele a defender a classe trabalhadora. Com seu exemplo e conversa simples, cheia de conhecimento e sabedoria, Roque nos ensinou a ciência da luta popular nas ruas. Lamentamos o seu falecimento devido à Covid-19, nessa sexta, 4 de setembro. Um homem de princípios, digno, leal, coerente com sua militância. Roque atuou toda a vida em defesa do povo, como ferroviário e sindicalista. Ele foi um dos fundadores da Central Única dos Trabalhadores e do Partido dos Trabalhadores. Roque foi eleito vereador em Bauru por dois mandatos consecutivos. Membro da Esquerda Marxista, corrente interna do Partido Socialismo e Liberdade, Roque Ferreira estava como pré-candidato a prefeito pelo PSOL de Bauru nas eleições 2020. Estamos em luto por Roque e permanecemos firmes na batalha. Honraremos seu legado. Sua vida de luta mudou a vida de tantas e tantos, agora, seguimos seus passos visando um futuro melhor, mais igualitário, pela derrubada dos moldes opressores do capital. À classe trabalhadora, tudo pertence! Roque Ferreira, presente! Roque vive!”, PSOL, PT, Rede Sustentabilidade, PCO, PSB, CUT e PSTU.
- “Hoje perdemos Roque Ferreira para a Covid. E que perda. Seus minutos na tribuna da Câmara Municipal de Bauru eram aulas sobre luta de classes, defesa do SUS, do direito a um transporte coletivo realmente público, mecanismos de participação popular, entre outros. Cobri jornalisticamente a Câmara de Bauru por quase cinco anos. Iniciei em 2009, como estudante, voluntariamente para a Rádio Unesp Virtual. Naquele ano, também para um projeto de extensão universitária, tive meu primeiro contato com uma ocupação irregular, recém-instalada, repleta de moradias precárias. Eu e o Diogo Zacarias pedimos ajuda ao Roque. Fomos a bordo de sua Kombi ("gabinete móvel") em um dia de chuva e lama. O vereador conversou com os moradores, ouviu as demandas. Na ingenuidade de quem tinha menos de 20 anos, e com a arraigada visão clientelista do Legislativo, perguntei como ele poderia resolver o problema junto à prefeitura, como se a luta pela moradia fosse solucionada com um simples requerimento de um vereador. “Eles precisam primeiro se organizar, formar suas lideranças. A luta será longa”, disse. Quanto mais amadureço na cobertura política, melhor entendo a importância daquele gesto. Roque não era de troca de favores ou promessas fáceis, como se vê a granel no Legislativo. Ele sabia, escaldado pelas décadas de liderança sindical ferroviária, que as conquistas não vêm sem luta. Seu mandato não era para ganhos pontuais e individuais, visando a fidelização do eleitor favorecido. Era de embates estruturais para conquistas coletivas. Em uma década de cobertura política já tive contato com bons parlamentares, mas nenhum tão combativo e didático como o Roque. Na tribuna da Câmara já o ouvi até declamar Geni e o Zepelim, mostrando aos vereadores a manipulação que sofriam de interesses econômicos “confessáveis e inconfessáveis”. Também presenciei ele uma tarde inteira defendendo um projeto, flagrantemente inconstitucional e sem viabilidade política, que proibia empresas de abrirem aos domingos se não garantissem o transporte ao funcionário. Isso porque o sistema de ônibus, em Bauru, era excludente. Roque debatia ponto a ponto, pedia reserva de segundos restantes de seu tempo para usar depois, não se cansava. Sua vitória não era a aprovação do projeto, mas a discussão do tema. Depois, como jornalista profissional, na Rede BOM DIA, publiquei matérias que, direta ou indiretamente, eram negativas a ele. Nunca reclamou. Mas se sentava ao meu lado e tentava explicar sua visão sobre o tema (admiravelmente intransigente, inclusive). Me mudei para Ribeirão Preto em 2013 e, pessoalmente, nunca mais o vi. Mas acompanhava suas muitas lutas virtualmente. Aproveito seu bordão: você jogou firme, Roque. Fará muita falta”, Cristiano Pavini.
- “Na sexta-feira, 04/09, recebi a triste notícia do falecimento deste que foi mais que meu amigo, mais que meu colega de trabalho, mais que meu professor, mais que um segundo pai. Um ser humano maravilhoso que me colocou em contato com outras pessoas dispostas em construir um mundo feliz, sem desigualdades, sem exploração, sem opressão, sem destruir a natureza, um mundo de solidariedade entre as pessoas. Sou grato por nossos caminhos terem se cruzado, companheiro Roque. Por ter feito parte da célula de ferroviários com os amigos Thiago Moratelli e Juliana, mais de 17 anos atrás. Sua dedicação às lutas do povo e da classe trabalhadora são inspiradoras. Sua inteligência e saberes foram o que há de melhor que o movimento operário pode produzir. Sua importância nas lutas dos trabalhadores, com participação e projeção internacional, as vezes escapa de nossa visão a grandeza da inominável pessoa que tu foste. Meu sincero abraço e carinho para sua família do qual gosto muito e estarei sempre enviando meu amor: sua companheira Tatiana e os filhos Tales, Dandara Tierra, Vinicius e Michelle. Fiquem bem PS: Esta foto que é uma de minhas preferidas, da época de nosso mandato operário, popular e socialista (Mandato Vereador Roque - Esquerda Marxista/PSOL 2009 a 2016) da Esquerda Marxista, no não tão distante 2010, onde está o companheiro Fabricio Genaro, o companheiro Roque e eu. Foto tirada pelo companheiro Pedro Romualdo, estávamos em um momento de descanso em frente à capela do Distrito de Nogueira, visitando uma situação envolvendo a estação ferroviária da NOB ali existente”, Silvio Durante.
- “LOGO A GENTE SE REENCONTRA ROQUE - Nós temos muitas divergências. O Roque Ferreira mostrou que política é sim uma forma de mudar a vida do trabalhador e da trabalhadora. Ele não era um simples sindicalista, um jornalista, um ferroviário, um dirigente partidário da Esquerda Marxista, um dirigente do PT, o partido que o fazia encher a boca pra falar que ajudou a fundar e pelo qual fez as grandes disputas e obteve 2 mandatos de vereador e disputou o Palácio das Cerejeiras. Conselheiro fundador do Conselho Municipal da Comunidade Negra de Bauru e membro do Conselho dos Direitos Humanos de Bauru. Roque era na política uma espécie de sacerdote. Formador de novos quadros para luta. Eu fico com a impressão de que Deus desfalcou nosso time aqui porque tá precisando de um general no outro plano. Meus sinceros respeitos , filhos, e família. SEMPRE NAS LUTAS E NAS RUAS E AGORA NOUTRA DIMENSÃO, Ricardo Santana.
- “Muito triste com a notícia da morte do Roque Ferreira, exemplo raro nos dias de hoje de alguém que aliou a teoria à prática, sempre atuante na busca de uma sociedade mais justa. Um guerreiro, daqueles que nos fazem acreditar que um dia alcançaremos essa sociedade sem privilégios, sem discriminação, sem fome. Agora, tudo isso fica mais distante, mais difícil. Tivesse eu alguma crença, diria "descanse em paz". Como não é o caso, digo apenas que seu exemplo fica para todos, seu exemplo fica para mim”, professor Edson Fernandes.
- “Amanhã e depois, ainda vão ser dias de Roque. Um dos camaradas mais dignos que conheci na vida há mais de 45 anos. Político da boa cepa, inteligente, carinhoso, muito humano. Vai ser difícil não ouvir mais dele o "calma, Pedro", sempre que eu me exaltava numa reunião. Roque Ferreira um partícipe em todas as lutas populares de Bauru e do Brasil. Marxista convicto, era o líder da corrente no Brasil, onde travava o bom combate, Como vereador por dois mandatos, teve atuação exemplar, significando o Legislativo Bauruense. Um grande parlamentar com que tive a honra de trabalhar e trocaram ideias sobre a cidade de Bauru.. Era o nosso candidato a prefeito nas próximas eleições, pelo PSOL. Sempre eterno em nossa memória”, Pedro Romualdo.
- “Carta para Tatiana - Num segundo me vêm à mente o Fredão e a Virgininha, como dizia o Fredão (ele se pelava de medo dela nas nossas conversas, quando fazíamos juntos um programa de tv e regularmente marcávamos uma cervejinha pra noite). Me vem à mente o Fred no caixão, se não me engano na Campos Salles. Me vem à mente a dona Virgínia, uma doce florzinha agora tão frágil dentro de sua fortaleza imemorial. E, claro, me vem à mente você. Uma das lembranças que tenho de você (nós nunca fomos próximos, poucas vezes nos vimos pessoalmente) é de uma noite nas proximidades da ITE, também na Campos Salles. Eu não me lembro o que havia lá. Algum evento político, talvez. Não sei, com toda a sinceridade. Mas me lembro perfeitamente de você.
Porque fiquei pensando depois (e até hoje tenho claro esse pensamento) que você parecia uma luz na noite – uma estrela, uma lua, até um sol na noite! Também não me lembro o que você me disse. Você me chamou de longe e veio correndo até mim para falar algo. Eu não me lembro desse algo. Só de você sorrindo, iluminada! Nunca fomos próximos, mas você, ali, parecia tão próxima! Falando de alguma coisa com tanta naturalidade, espontaneidade, como se fôssemos velhos conhecidos, amigos talvez. Me lembro do Roque. 1982, talvez 1983. Na Fundação Educacional de Bauru, também de frente para a Campos Salles, embora o endereço, se não me engano, fosse Carlos de Campos. Fazíamos umas aulas juntos. Comunicação Social. Era um sábado de manhã, e o Roque chegou todo agitado, chamando os estudantes para irem a uma manifestação em frente à Câmara. Estávamos na ditadura, alguém tinha sido preso ou agredido ou perseguido, não sei mais. Não sei mais, pois eu ainda estava começando a entender as coisas (entrei na faculdade com dezessete anos e bem imaturo). É a primeira lembrança do Roque que me vem à mente. E essa impressão inicial, do cara sempre fiel aos seus princípios e sempre disposto a agir para defendê-los em nome de uma sociedade mais justa pela qual lutou incansavelmente, essa impressão inicial foi a que me acompanhou até o fim. Não sei mais dizer quantas vezes votei no Roque. Me vem à mente que a Fernanda e eu (quando éramos casados) ligávamos para ele antes de votarmos. Só para dar uma força e dizer que contasse com a gente. Quando ele ganhou, você atendeu toda feliz. Sei que essa felicidade não será mais possível, Tati. Sei, no entanto, que haverá outras felicidades pra você, mulher-máquina humana que enche o mundo de inspiração. #mulhermáquinahumanadeinspiração. Me lembro do Roque à minha frente se queixando de algumas posturas do jornal em que eu era editor. Seu discurso, seus argumentos, a educação e a tranquilidade com que ele os transmitia para expor sua crítica. Em várias ocasiões divergimos. Mas nunca brigamos. Talvez porque no fundo eu o admirasse. O Roque político, o Roque do diálogo, o Roque autêntico, o Roque gentil. O Roque – com licença, Tati – meigo. Me lembro do Roque jovem, de vinte e poucos anos, como eu o conheci. Naqueles dias do início da década de 1980, uma noite, no corredor das salas da FEB, fala Roque (como eu me lembro): “A gente às vezes é maluco”, e ria ao contar que andou de moto pelado em torno do Parque Vitória Régia. Eu, que não tinha moto, fiquei sonhando com a maluquice. Mas o que eu queria mesmo, Tati, era ter ido com ele naquele sábado de manhã protestar contra (no fim das contas, a ditadura) lá em frente à Câmara. Desejar força a você é redundância. Então aqui vai só meu pensamento, uma ideia intensa de carinho nessa hora de dor. O abraço fica pra depois”, Márcio ABC, com o coração partido.- “NO LIMITE - Para Roque José Ferreira: Viver no fio da navalha sem medo da partida/ Da sede que escancara, do prato sem comida/ O vírus que me consome, não é por dentro querida!/ Olhem pros sacos de lixo nas ruas/ Vejam se enxergam molduras de rosto/ Olhem das nuvens, soberbos em muros/ Se escondem e a juventude nas vilas tão maltrapilha/ Faz tanto frio/ Não há abrigo/ Nesse tecido social/ Vista essa farsa, esse encosto/ Não finja seu moço que somos iguais/ No limite, peço pros amigos/ Não abandonem os trilhos dos seus ideais”, Nelson Gonçalves.
- "Adeus ao Camarada - prof. Jeferson Barbosa Silva, o Garoeiro - Natal, RN, 4 de setembro de 2020: Em sendo outro guerreiro imprescindível/ Vê-lo morrer em já tão parco estoque,/ Nossa causa a sofrer perda terrível,/ Como evitar que o pranto nos sufoque?/ Vivendo a provar que o sonho é possível/ Nos desafios que a luta convoque/ Com destemor insubstituível,/ Como agora enfrentá-los sem o Roque?/ O pior na dor que ninguém merece/ É despedir num quadro que acontece/ Sucessão de refluxo e retrocesso./ Então, ao resgatar a sua morte,/ A cada Camarada, hoje, peço/ Manter a luta dele viva e forte".
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