As ações do bloco farsesco, burlesco e algumas vezes carnavalesco, o Bauru Sem Tomaté é MiXto nunca se encerram com o fim dos festejos de Momo. Neste ano estamos reverenciando o Muso Silvio Selva, que infezlimente nos deixou no final de dezembro, mas para nós, continuará sempre presente. Depois tem o autor do samba-rancho deste ano, Maurinho Santos, persona presente nos carnavais bauruenses desde muito tempo, letrista de mão cheia e sempre plugadíssimo, antenado com todas nossas questões políticas, daí sempre uma letra picante, ousada e cutacando os que, sendo lobos, se fingem de cordeiros o ano inteiro. Depois, como deixar de lado o vivrante Esso Maciel, que compareceu em todas nossas apresentações públicas, marca mais do que pessoal. Este ano, no 10º do bloco, comparece com algo de sua marca pessoal, na estampa que ilustra nossa camiseta. Do alto dos seus 80 anos, resiste, insiste e persiste, como todos nós, mas tem a sapiência da folha corrida, dos anos vividos e sempre está a nos ensinar algo mais, principalmente em questão de resistência e carnaval.
Não podemos nunca esquecer de citar o Kananga do Alemão, que por oito anos foi a expressão musical de nossa descida no Calçadão da Batista. Alemão, o grande mestre se foi, mas inesquecível, seu espírito continua junto conosco e nos carregando pra frente. Estamos todos morrendo de saudade da descida presencial na Batista e da foto tirada ano após anos nas escadarias da Catedral. Se neste ano, pela segunda vez não foi possível, adiamos a descida e assim como as escolas de samba do Rio e de Sampa, com data definida para 21 de abril, se tudo der certo, o país em outro momento em relação à pandemia, desceremos e mostraremos para tudo, todas e todos o algo mais preparado para este ano.
Os Tomateiros fazem o maior esforço para passar, neste momento, a bola pra frente, pois o bloco necessita muito de renovação, sangue novo e gente com essa pegada de festa aliada com o compromisso de denúncia política. Convocamos para que se juntem a nós, se somem e tragam consigo o algo mais, o espírito dos que não se vergam e gostam de festar, mas de encarar as agruras destas plagas e enfrentar os vetustos poderosos de plantão. O Carnaval - que não aconteceu - acaba oficialmente amanhã, mas o Tomate continuará nas patradas de sucesso até o desfile marcado para 21 de abril. Continuaremos com o pisca alerta ligado, atentos e atuantes. As camisetas do bloco continuarão sendo vendidas, até porque, dez anos e com estampa de Esso Maciel, é algo mais do que histórico, uma recordação para ser guardada a sete chaves. Cada uma pode ser pedida pelo valor de R$ 50,00 (R$ 70 de apoiador).
Acordo cedo e com a TV ligada presencio outro momento, o da chegada do pessoal brasileiro, o que conseguiu fugir da guerra, a maioria jogadores de futebol e seus familiares. Nítido a preocupação dos jornalistas globais em não deixar novamente algum deslize ocorrer e ir ao ar. Estão no aeroporto e querem depoimentos pessoais, onde num ponto a execração do lado oposto ao defendido pela emissora. Até o momento em que consegui assistir, todos se mostraram dentro das expectativas do que lado que a TV pretende nos passar como o certo. Enfim, essa conversa é só para demonstrar que, inclusive no jornalismo, não dá para acreditar assim de bate pronto em tudo o que se vê. Mas como sei que, poucos são os que ainda conseguem comparar, ouvir várias fonttes de informação, vejo que a Globo e a maioria das TVs ocidentais passam a sua mensagem, a sua visão dos fatos, a sua interpretação e essa segundo seus interesses. A manipulação não é exclusividade da Globo, pois nesse quesito, pelo que sei, adianta pouco mudar de canal. É mais ou menos como acabo de ler numa frase aqui mesmo pelas redes sociais: "A TV Globo faz de tudo para colocar na cabeça daquele senhor lá do interior, que pouco ou nada sabe sobre a guerra, um ódio sobre um dos lados em questão, pouco se importando é verdade ou ao menos se propondo a mostrar o outro lado". O jornalismo também é de mão única. Aliás, muito de mão única.