domingo, 6 de fevereiro de 2022

REGISTROS DO LADO B (79) e COMENDO PELAS BEIRADAS (114)


NO 79º LADO B - A IMPORTÂNCIA DOS DESIMPORTANTES, A HISTÓRIA DE NELSON FIO, O GRANDE INCENTIVADOR DOS BLOQUETES NA CIDADE
Fio tem muitas boas histórias para contar. Negro, passou por atos de racismo em muitos dos lugares por onde atuou e aqui, nos seus 72 anos de vida, um bocadinho de sua trajetória. Técnico em Edificações, Jornalista e funcionário público, no DAE e depois como secretário municipal, na segunda administração de Tuga Angerami, na SEAR - Secretaria das Administrações Regionais. Fio conta em detalhes das escolhas políticas da época, algo mais dos bastidores, das lutas sociais, da vida na periferia, da convivência em partidos nanicos, até os dias atuais com sua intensa participação nas sessões da Câmara de Vereadores e as muitas processantes com sua chancela. Um papo de pouco mais de uma hora, ambos sentados num banco na praça Rui Barbosa, na manhã deste domingo. Saborosa conversa, dessas pra ter continuidade...
Eis o link da gravação: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/1121323115347556

OS COGUMELOS DA PRAÇA RUI BARBOSA
Pra cada escapulida pras ruas eu tenho uma história e reencontros divinais com gente de minha laia, adoradores de antiguidades e revenrenciadores da belezura das ruas. Estava hoje pela manhã aguardando o meu entrevistado da semana, para o 79º Lado B, Nelson Fio sair da missa das 10h na Catedral e por ali zamzava, quando me deparo vindo em minha direção e querendo adentrar a feira da Gustavo, o ANTONIO FERNANDO SALGADO. Este senhor foi funcionário da antiga Rede Ferroviária Federal uma vida inteira e mora num dos cruzamentos mais movimentados desta cidade, único casarão resistindo ao tempo na quadra, confluência da Rodrigues Alves com a Araújo Leite. Eu sempre o encontro lá pelos lados da Feira do Rolo, mais precisamente na Banca do Carioca e ele em busca das mesmas coisas que eu, livros e discos. Sempre que trombamos pela aí rende boa conversação, pois somos além de colecionadores, também acumuladores, adoradores de uma boa conversa envolvendo os temas de literatura, música, cinema, artes e espeteáculos. Hoje na trombada inesperada falamos em primeiro lugar do amigo em comum, o PH, que está hoje morando numa diferenciada casa de idosos, muito bem cuidado e como nós, resistindo ao tempo.

É um delícia falar do PH e falamos muito, também de nós e da casa onde ele mora, que carinhosamente havia dito hoje ter tido sua frente ocupada pelos malabaristas, que estão nos sinais ali, de dia e também à noite. Ele ri e me diz: "O circo hoje está em frente de casa". Não reclama destes, mas sim do barulho proventinete da rua, como o do conserto de pneus na loja do outro lado da rua ("a bateção para consertar rodas"), as buzinas e carros com som alto durante a madrugada. No mais, tolera tudo, pois envolto após a aposentadoria com seus livros, discos e algo da TV, não tem tempo para pensar em muito mais coisas. Estas já lhe tomam muito tempo. Adoraria voltar a viajar, mas assim como eu e tantos outros, estamos à espera de momento mais propício.

Pois bem, estávamos nessa conversa quando nos deparamos com vistosos COGUMELOS ali na grama dos canteiros da praça. Paramos tudo e fomos ver de perto. Ele se abaixou, até ajoelhou para fotografá-los e eu idem. Não o registrei ajoelhado, em plena reverência aos cogumelos, mas tirei foto dele e dos branquinhos, de todos os tamanhos. Um morador em situação de rua nos vendo interessados no assunto, pede para que o sigamos e nos mostra uns grandões do outro lado, mas confessa: "Não sei se são dos bons. Uns aí já provaram, mas disseram não ser legais. Eu não sei, não gosto, mas admiro e não deixo ninguém chutar, muito menos arrancar, pois embelezam a praça". Ouvir isso de um morador do local é mais que dignificante. Mudamos de assunto e passamos também a falar dos cogumelos e do momento úmido, quente, propício para o criadouro.

Foi isso, nada mais, logo a seguir o Nelson Fio sai da missa e vou ter com ele para a live e o Fernando, desce a feira em busca de dar de cara com as cores do dia, pois alegria maior neste dia do que a feira da Gustavo não existe. Nos despedimos, trocamos telefones e a promessa de uma longa conversa, quando me convidou para visitá-lo e ver in loco seus discos e livros. "Outro dia, assisti um filme na TV sobre a África e logo a seguir, baixei da estante alguns que tinha sobre o tema e os folheei em busca de mais detalhes, depois coloquei uma música africana na vitrola. Assim passo meu dia, entretido com essas coisas que não deixam a gente adoecer", me disse. Fiquei admirado e aceitei prontamente o convite, o que deve gerar em breve mais um Lado B. Fernando é papo dos mais agradáveis, pessoa rodada, muito mais que este mafuento escrevinhador e deve ter histórias mil na cachola. Essa do cogumelo foi só um pretesxto para a parada e a seguir vieram muitos outros temas. Deixo a todos que agora tomam conhecimento de plantação tão nobre ali na praça central da cidade, para que não ajude a destruir o que nasceu assim de forma tão natural, enfim, preservar também faz parte do bem viver, ainda mais neste momento tão cruel e insano, com gente tão desmemoriada e sem noção defecam barbaridades à nossa volta. Viva os COGUMELOS da Praça Rui Barbosa!!!


AMANHÃ TEM FURDUNÇO CONTRA SUÉLLEN NA CÂMARA DOS VEREADORES BAURU
Circula pelos corredores, corre entre os prós e contras que, amanhã, na abertura dos trabalhos do ano da Câmara de Vereadores de Bauru, sua primeira sessão do ano, depois das trapalhadas da incomPrefeita Suéllen Rosim nas comprinhas feitas no final do ano, quando gastou R$ 35 milhões de reais, resolvendo o problema de três donos de escolas privadas, vai ter barulho e pedidos de Comissão Processante e averiguações múltiplas e variadas.

Enquanto a Câmara, na pessoa de poucos vereadores se movimenta para pedir esclarecimentos e exigir transparência absoluta nessa comprinha feita na bacia das almas, a alcaide também se prepara para rebater o que tentam aprontar contra seus costados. Se alguns vão esbravejar e exigir providências, outros vereadores tendem a permanecer de bico calado, aguardando a onda passar, o assunto esfriar e outro vir à tona, com este sendo deixado para segundo plano e cair no esquecimento.

Hoje na feira, um servidor do alto escalão me dizia em off algo pelo qual transcrevo só parte, pois tudo o que me disse é pesado demais da conta para este pobre mafuento aguentar a pinimba sózinho e sem respaldo. "Seu Henrique, não se iluda, alguns vereadores vão esbravejar, mas outros se calarão. Simples, quer que te explique? Explico. Dizem e circula lá pelos corredores da Prefeitura que, o ocorrido com o Carlinhos do PS foi uma espécie de resposta para dar uma cala boca nos que possuem alguma culpa no cartório e querem ficar dando uma de machos. Ou seja, pelo que entendi o Carlinhos não seria o único com algo escabroso e se quiserem mesmo brincar, dá a entender que algo mais pode vir à tona. É mais ou menos como dizer que, quem não sabe brincar não desce para o play".

Ouvi tudo, me fingi de morto e sai de fininho tentando interpretar o que dizia meu amigo e fonte sigilosa de informações confidenciais. Ou seja, pelo que me diz, o bafafá tende a ser feito em alto e bom som, mas na hora de votar, nada deve ir adiante. Pelo sim, pelo não, recomenda-se esperar até manhã e ver no que dá, se a minha fonte tem razão ou se blefou comigo. Eu não pago para ver, mas aguardo ansioso o que resultará do imbróglio armado. Amanhã é o dia e se nada acontecer, nada mais ocorrerá. Coisas de Bauru.

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