Quem antes se mostrava o mais virulento contra a alcaide, se mostrou hoje mais contido e com perguntas previsíveis, sem causar estragos consideráveis. Na sequência veio Chiara e ela, com a alcaide prestando atenção, desfiou o rosário de forma bem límpida, detalhada. De tudo o que ouvi da alcaide algo me causou repulsa e daí, creio a Chiara conseguiu cumprir seu papel de fiscalizadora, quando fez questão de comentar sobre a mais citada justificativa para a aquisição de última hora e em altos valores: "ESCOLA PULMÃO". Com este termo, citado várias vezes por ela, uma palavra pomposa e cheia de charme, como sendo suficiente para justificar a aquisição dos imóveis, supostamente para fins educacionais. A alcaide poderia ter tido melhor aproveitamento de sua estada na CEI, perderam a oportunidade, mas pelo que sabe, muita água ainda vai passar por debaixo dessa ponte. Pelo visto, não terão "pulmão" para suportar ou mesmo, terão que importar ou locar oxigênio para não faltar ar durante o desenrolar dos procedimentos investigativos.
Cuidados mínimos, eis a questão. Enfim, o que pode e o que não pode ocorrer durante a pandemia? Na verdade, os cuidados deveriam ser de igual teor para tudo. Na prática isso não ocorre. Reina a hipocrisia. Tudo funciona, a roda gira e os cuidados estão sendo cada vez mais relevados, mas em algo se faz necessário a pegação de pé, o CARNAVAL. Para certo segmento hoje no poder ele representa o perigo maior, o causador da transmissão e de tudo de ruim já presenciado. A manchete do JC é o mais belo exemplo que poderia ter sido dado para representar tudo o que possa a vir a escrever. Falar de Carnaval virou tabu e motivo para perseguição, mas de tudo o mais, licenciosidade total e absoluta. Tudo isso é elevado à máxima potência da permissividade quando com algum fundo religioso. Para estes tudo pode, tudo vale e tudo é permitido. Aqui, até pode ocorrer cuidados pela não transmissão da covid, mas isso é irrelevante.
O que está em curso - e não é de hoje - é algo sendo construído nos últimos tempos pela total destruição da maior festa popular brasileira. Sabe por que ela incomoda? Por ser uma festa livre, sem amarras e onde o povo vai pras ruas, se liberta de tudo o mais e reina nas ruas, mesmo que por alguns dias, onde não lhe conseguem colocar amarras. Isto é impensável no mundo sendo gerido pelo conservadorismo fundamentalista. Os carnavalescos estão mais do que atentos à pandemia e suas consequências, tanto que adiaram a festa. Nada ocorrerá de grande monta neste momento e se algo ocorrer, pelo menos os desfiles das grandes escolas de samba do Rio e de Sampa, em 21 de abril, se até lá a situação de fato arrefecer. Quem não é racional neste momento são os que agem se fingindo de mortos, como se nada estivesse de fato acontecendo. Ou melhor, no meu segmento pode, mas para o Carnaval, pau neles. Os participantes do bloco farsante, burlesco e algumas vezes carnavalesco, Bauru Sem Tomate é MiXto não são hipócritas e até por causa disso não tiram o bloco das ruas. Literalmente estamos na retranca, com um pequeno Esquenta neste final de semana, mas sem aglomerações de cultos. Oferecemos muito menos riscos do que o proposto pela matéria do jornal, mas pela visão estreita e caduca vigente hoje, não adiante argumentar, pois o culpado de tudo já está mais do que identificado, é o CARNAVAL.
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