quinta-feira, 19 de maio de 2022

DICAS (220)


A MÁFIA NÃO EXISTE - OS EXEMPLOS...
Eis um filme que quero assistir, "O Traidor", do cineasta italiano Marco Belocchio. Seu filme tem a ver com o Brasil, enfim, o mafioso Tommaso Buscetta foi preso no Brasil nos anos 80, por mais de 40 policiais. Vivia no Brasil tranquilamente o famoso líder da Cosa Nostra, após escapulir da dureza da vida mafiosa, refugiar-se, casar-se e ser finalmente extraditado, quando passa a colaborar com os juízes, delatando seus antigos companheiros de máfia. Daí o título do filme.

Consegui até agora assistir somente o trailler, mas li tudo o que me caiu às mãos sobre a história e de tudo algo me chamou muito a atenção, numa comparação simplista, mas necessária com algo ocorrendo no Brasil. "A máfia não existe. A máfia é uma invenção de jornalistas. Os mafiosos não existem. Eles são uma invenção de Hollywood", responde o protagonista Buscetta ao juiz Giovanni Falcone, quando este o interroga sobre seu vínculo com a Cosa Nostra.

Simples assim, "a Máfia não existe". Se perguntarem para Bolsonaro, certamente dirá em alto e bom som: "o milicianismo não existe, tudo pura invenção do STF, dos jornalistas e dos comunistas". Se perguntarem para os envolvidos nos desvios da Cohab bauruense, todos diriam quase ao mesmo tempo: "a máfia não existe, tudo o que aqui ocorreu foi individualmente. Nunca existiu isso de um grupo, uma coordenação direcionando tudo". O mesmo pode também ser dito da compra dos imóveis, no final do ano passado em Bauru, enfim, claro, tudo foi feito pelo bem da coisa pública, sem tirar nem por. Se forem perguntar para os matadores de Marielle, esses dirão que tudo foi feito sem ninguém os instruindo, enfim, a máfia não existe, tudo invenção. Se forem questionar os que estão prontinhos para privatizar a Eletrobras até agosto, antes do final do mandato do capiroto, estes dirão sem corar as faces que, "a máfia não existe". Enfim, tudo dentro da mais perfeita normalidade. Bobos são os que acreditam na existência de máfias...

A PERDA DA "VIRADA CULTURAL" É SÓ A PONTA DO ICEBERG...
Demorei pra escrever sobre o assunto, mas não deu, não me seguro e solto também meu "pum": isso de Bauru ficar de fora da Virada Cultural Paulista é mesmo a confirmação de tudo o que tenho escrito por aqui sobre o pessoal que hoje ocupa a Secretaria Municipal de Cultura, seu corpo administrativo. A incompetência em pessoa está por lá instalada desde que, a inconPrefeita Suéllen Rosim assumiu e decidiu com todas as letras: não mais teríamos Cultura decente na cidade de Bauru. Pois bem, desde então, tudo foi devidamente lacrado, uma conversinha fiada se instalou na boca dos que por lá se aboletaram e o resultado não podia ser outro, o reconhecimento pelo Governo Estadual de que, sem Cultura, sem apresentar nada neste quesito, por que deveriam trazer para cá mais uma edição da Virada Cultural? E assim ficamos sem.

Estava nas hostes da Cultura Municipal quando da realização das primeiras Viradas Culturais, entre 2005/2008 e tenho lembranças das mais agradáveis quando o então secretário de Cultura, José Vinagre, não só participava ativamente da escolha de quem viria aqui se apresentar, como era convidado para participar de reuniões junto aos órgãos culturais do estado de SP. Agora, pelo que se vê, não existe mais contato nenhum e com a cidade sendo alijada, o total esquecimento da existência de Bauru em qualquer tipo de roteiro cultural possível. Realmente e tão somente: O FUNDO DO POÇO. Estamos diante de um desGoverno claudicante e cada vez mais aterrorizante para Bauru e o que ocorre com a Cultura é só mais um dos aspectos a envolver numa névoa turva e nebulosa a cidade. Sem tirar nem por, o obtido como resposta, a ausência de qualquer tipo de política cultural se reflete por todos os setores e daí, tudo se deve as escolhas. Assim como se deu com Bolsonaro, em Bauru com Suéllen foram feitas escolhas e agora não adiante chorar, muito menos reclamar. Optaram por isso e é isso que temos, NADA DE NADA, ou melhor, ZERO MULTIPLICADO POR ZERO.
Obs.: A charge a ilustrar este texto é do amigo cartunista Fernandão e sai hoje publicada na página 2 do Jornal da Cidade.

ACHEI ALGO APROVEITÁVEL NOS LIVROS DA BANCA DO SUPERMERCADO CONFIANÇA
Essas bancas de livros, expostas em supermercados não primam pelo bom gosto. Não entendo qual o critério utilizado por quem as montam. Estão recheados de livros de auto-ajuda, como se estes fossem o carro-chefe, a preferência atual do público leitor brasileiro. Não querendo induzir nada para minhas concepções do que venha a ser leitura edificante, mas também sem querer rebaixar o nível dos ainda interessados em ler neste país, vejo que, quem monta essas bancas nos supermercados, ou não é muito afeito a leitura ou é um tanto cagão. Explico. Cagões por em sua maioria privilegiarem publicações que nada edificam a leitura, ou seja, algo acrescentando muito pouco para as pessoas. Não creio que o intuito dessas bancas seja somente o lazer, o passatempo ou tornar as pessoas cada vez mais indiferentes a tudo, com leituras pueris. Pode reparar, não existe em nenhuma destas bancas os livros de biografias mais ousados, tipo a que o fernando Moraes lançou meses atrás sobre o ex-presidente Lula. Circulei pelos mercados e em nenhum deles, nada parecido. 

Sabe o que acho disso: deve existir uma orientação para não entrarem em dividida, ou seja, tentarem se manter neutros. Expor um livro polêmico não é sinal de neutralidade e sim de medo. O Brasil precisa e muito deixar de ser cagão. Quando me deparei hoje com este da Djamila Ribeiro, o "Pequeno Manual Antirracista", percebo que algo até pode estar mudando, mas muito devagar diante das mudanças que prercisamos adotar para voltar a ser um país de fato. Dentre as modificações, prevejo que, os empresários brasileiros, quase todos atrelados ao bolsonarismo, talvez por conveniência e favorecimentos, precisam rever posições, pois o povo padece e não adianta mais tapar o sol com a peneira. Tudo parece não ter muito sentido, mas vejo que as grandes transformações neste país começam também nos pequenos e mínimos detalhes. Uma simples banca de livros pode apresentar algum sinal de transformação, basta querer.

ALGO PARA NÃO DIZER QUE NADA DISSE SOBRE O FRIO DESTES DIAS

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