HOJE É DIA DE PEQUENAS HISTÓRIAS
1.) DOCES NOS CORREDORES DA UNESP BAURU - MARCOS, O TIO DA PALHA SE VIRA NOS TRINTA E CONQUISTA SEU ESPAÇO** Se pudesse permaneceria o tempo todo só contando histórias de vida, todas colhidas pela aí por onde ando e gasto sola de sapato, mas o pega está tão forte que, me ponho na maioria das vezes a escrevinhar de outros assuntos, mas o que gosto mesmo é de contar história, como essa aqui.
Marcos César Antonio é conhecido de muita gente aqui por Bauru. Já fez muita coisa na vida e durante um tempo teve loja no Bauru Shopping Center. Uma loja especializada em sucos variados, numa sociedade que perdurou enquanto deu e quando nãodeu mais, foi em busca de outros ares. Fez outras coisas, deu murros em ponta de faca, seguiu por caminhos não tão cucrativos, mas nunca desistiu. Marcos é de luta e brioso, não entrega os pontos. Duro mesmo foi o período da pandemia, quando sua mais nova atividade, a onde estava em ascenção, a venda de doces caseiros pela cidade, teve que ser interrompida, pois tudo parou e junto ele seus rendimentos.
Desde então passou a atuar nas hostes da Concilig e por lá cumpre horário como operador de telemarketing, o trabalho que mais emprega pessoas neste últimos tempos em Bauru. Marcos, aos 59 anos é mais um destes e ali aufere uma renda fixa. Agora, com a retomada da vida quase normal pelos quatro cantos da cidade, voltou a fazer os doces e sair por aí em busca de reconquistar o espaço perdido. Como cumpre horário durante o dia, trabalha com as vendas, durante a semana no período noturno e aos finais de semana onde souber tem ajuntamento de pessoas, desde a portaria de shows variados, como no estádio Alfredo de Castilho e locais públicos. Enfim, se vira nos trinta.
A história dos doces envolve ele e a esposa, Claudia Tiodo, 50 anos. Ela faz - ele auxilia quando pode - as trufas, palhas e cones, todos recheados com doces variados, já adequados aos que tiveram maior aceitação. Doces prontos, ele com uma cesta de palha, acomoda a todos, privilegiando a variedade e saí pela aí, principalmente nas universidades, sendo a de maior afluência o campus da Unesp. No porta malas de seu carro um estoque sempre pronto para atender vendas em quantidade maior.
Ele chega nos lugares sempre por volta das 18h30, pouco antes do começo das aulas, se coloca num local sempre de bastante movimento e ali permanece até os alunos entrarem em aulas, Depois começa a peregrinação por departamentos onde já é conhecido, até chegar o momento do intervalo, onde quando na Unesp, prefere se posicionar junto das salas de aula de número 70, com maior afluência de alunos. Munido de uma máquininha para débito em conta, conta também com o PIX e assim passa a noite, só encerrada com o final das aulas, quando está lá do lado de fora, perto do ponto de onibus ou mesmo no portão de saída. Fica até o último instante e a maioria, mesmo os calouros já o conhecem como o Tio da Palha, nome assumido e incorporado por ele.
Marcos não reclama da vida e é um papo dos mais agradáveis. Fala de tudo e se mostra interessado por variados assuntos. Não entra em polêmicas, mas discute também temas acadêmicos, pois como já está ali por bom tempo, conhece não só muito bem o local, como alguns detalhes de encaminhamentos, tornando-se também uma espécie de GPS para quem desconhece alguns caminhos desntro do campus. Enfim, Marcos complementa sua renda familiar desta forma e jeito, sabendo muito bem adentrar e percorrer as entranhas bauruenses. É visto também nas cercanias do estádio do Noroeste, sempre do lado de fora, pois para vender lá dentro tem que pagar uma taxa, o que inviabiliza seu pequeno negócio familiar.
Sabendo de algum acontecimento diferente, principalmente eventos culturais, para lá se dirige, sempre levando a tiracolo sua cesta. Marcos é destes que, ao vender algo para alguém e estabelendo uma mínima conversação, já passa a se recordar inclusive do nome da pessoa. Todos no seu entorno, passam a possuir um algo mais que vai além de meros clientes. Existe uma calor humanos especial no trato comercial deste vendedor, indo além da venda. O doce é especial, refinado, apresentação requintada, esmero em todos os detalhes e dele, o Tio da Palha, algo além da simpatia, difícil de explicar sem que o conheçam pessoalmente. Só mesmo que o conhece e convive com ele todos os dias com sua cesta, pode dizer bocadinho mais dessa imensa figura humana.
3.) AMIGOS REUNIDOSTarde de quarta, 25/5, casa do Oscar Fernandes da Cunha, entranhas do Geisel e lá a recepção para Baracat Kizahy Neto, 40 anos distante de Bauru, desde ter batido asas para viver em Curitiba. Desta feita retorna para visitar o amigo Barbosa, este personagem importante da vida de todos os presentes, hoje se recuperando de internação por covid, já em sua casa na vila Independência, após 60 dias entubado. Antes reunimos alguns da velha guarda, o anfitrião Oscar, eu, Gino e Gibi. Imaginem a conversação destes todos após anos sem se encontrar. Oscar abriu sua geladeira e nos ofereceu queijos, pães e um café feito na hora por dona Cícera. A conversa rolou em boa parte da tarde. Parte dos integrantes deste grupo foram agentes quando jovens da comunidade católica, naqueles tempos revolucionária, fruto de irmãs ativas junto da igreja do Redentor, que lhes ensinaram os caminhos para resistir e se tornarem homens livres, sem amarras e sempre em busca da libertação do povo. Hoje, a igreja continua no mesmo lugar, mas por lá mais nenhuma das irmãs, nem do ímpeto a mover todos naqueles tempos. Hoje, a igreja é outra e a forma de envolver e fomentar as discussões junto dos fiéis é bem outra. Na fisionomia de todos, a certeza de terem participado de algo único, histórico e com algo ainda a ser contado, dentro da memória bem viva de todos. Tempos idos de saudosa memória.
Sentar juntos, quase 40 anoas depois e numa tarde rever aquilo tudo é coisa pra lá de muito doida. Faltou tempo para tantas recordações. Gino hoje está aposentado da marcenaria da Unesp, onde atuou uma vida toda e mora ali ao lado da igreja do Redentor, Gibi também se aposentou, casou de novo e hoje, vive entre Bauru - bairro Colina Verde e Passa Quatro, cidade mineira, reduto da família da esposa. Está com cara pimpona, sorrindo com a carapinha branca e um tanto desacreditado deste país, diante de tudo o que já presenciou. Oscar se aposentou meses atrás e agora se tornou mestre-cuca profissional, rei do forno e fogão. Eu, o mafuento HPA, continuo com um pé lá e cá, tentando ainda ser, fazer e acontecer, escrevinhando algo todo dia e procurando manter acesa a chama inflada e inflamada de transformações possíveis e imaginadas. Kizahy também se aposentou e passa por Bauru junto do filho, que buscou em Maringá, onde mora e estuda Administração. Passaram por Três Lagoas, revendo parentes, ontem e hoje por aqui, depois Barra Bonita, uma irmã e Sampa, antes do retorno para Curitiba. Fazem uma tour, onde o grande negócio é estar ao lado do filho, viajando juntos, numa aproximação das mais saborosas. Curtem junto a estrada e em cada parada, um bocadinho de história revivida e sendo repassado ao filho. Hoje viveu algo mais conosco, amigos de antanho.
Conversa de sabor inenarrável, temas para lá de saudosos e a maior alegria em constatar todos ainda na ponta dos cascos, com algumas avariações, mas enfrentando tudo aí com bravura e coragem, ou seja, com lenha ainda para ser queimada. Dentro de cada um muitas histórias de vida, todos resistindo ao tempo e quando voltando no passado, a certeza de terem feito boas escolhas, estarem sempre do lado da luta pela transformação deste país. O que aconteceu na reunião foi uma espécie de recarregar baterias, quando cada um vindo de um canto, chegando e assuntando o terreno, foram somatizando algo de bom já feito ao longo do tempo, experiências revividas num clima cordial e caloroso. Na noite, alguns deram continuidade em minha casa, com a presença do Sivaldo Camargo, que fez parte daquele grupo inicial do Redentor, num caldo verde, preparado pelo Oscar e degustado por todos. Cláudio Lago se juntou ao grupo e também veio carregado de histórias e causos de antanho, numa conversa que se prolongou por bom tempo. Rever amigos é sempre muito mais do que bom, é ótimo. Poucos tombaram ao longo do percurso, algo incontornável e hoje, a certeza de que, vale muito a pena a gente fazer de tudo e mais um pouco pelos momentos do reencontro. De tudo o que revivido, a certeza de que, a luta não se findou e nem se findará tão breve, daí todos cientes de que, existe muito ainda a ser passado adiante, algo da experiência de cada um, pois assim todos bem úteis naquilo que sempre foi o ideal de vida em comum, o bem estar social ampliado, com a diminuição das desigualdades deste país continente. Lindo perceber, todos continuam em busca daquilo pelo qual se encontraram lá atrás, na adolescência e daí por diante, ideal de vida nunca mais abandonado. Resistir é preciso. Esses resistem bravamente.
Sentar juntos, quase 40 anoas depois e numa tarde rever aquilo tudo é coisa pra lá de muito doida. Faltou tempo para tantas recordações. Gino hoje está aposentado da marcenaria da Unesp, onde atuou uma vida toda e mora ali ao lado da igreja do Redentor, Gibi também se aposentou, casou de novo e hoje, vive entre Bauru - bairro Colina Verde e Passa Quatro, cidade mineira, reduto da família da esposa. Está com cara pimpona, sorrindo com a carapinha branca e um tanto desacreditado deste país, diante de tudo o que já presenciou. Oscar se aposentou meses atrás e agora se tornou mestre-cuca profissional, rei do forno e fogão. Eu, o mafuento HPA, continuo com um pé lá e cá, tentando ainda ser, fazer e acontecer, escrevinhando algo todo dia e procurando manter acesa a chama inflada e inflamada de transformações possíveis e imaginadas. Kizahy também se aposentou e passa por Bauru junto do filho, que buscou em Maringá, onde mora e estuda Administração. Passaram por Três Lagoas, revendo parentes, ontem e hoje por aqui, depois Barra Bonita, uma irmã e Sampa, antes do retorno para Curitiba. Fazem uma tour, onde o grande negócio é estar ao lado do filho, viajando juntos, numa aproximação das mais saborosas. Curtem junto a estrada e em cada parada, um bocadinho de história revivida e sendo repassado ao filho. Hoje viveu algo mais conosco, amigos de antanho.
Conversa de sabor inenarrável, temas para lá de saudosos e a maior alegria em constatar todos ainda na ponta dos cascos, com algumas avariações, mas enfrentando tudo aí com bravura e coragem, ou seja, com lenha ainda para ser queimada. Dentro de cada um muitas histórias de vida, todos resistindo ao tempo e quando voltando no passado, a certeza de terem feito boas escolhas, estarem sempre do lado da luta pela transformação deste país. O que aconteceu na reunião foi uma espécie de recarregar baterias, quando cada um vindo de um canto, chegando e assuntando o terreno, foram somatizando algo de bom já feito ao longo do tempo, experiências revividas num clima cordial e caloroso. Na noite, alguns deram continuidade em minha casa, com a presença do Sivaldo Camargo, que fez parte daquele grupo inicial do Redentor, num caldo verde, preparado pelo Oscar e degustado por todos. Cláudio Lago se juntou ao grupo e também veio carregado de histórias e causos de antanho, numa conversa que se prolongou por bom tempo. Rever amigos é sempre muito mais do que bom, é ótimo. Poucos tombaram ao longo do percurso, algo incontornável e hoje, a certeza de que, vale muito a pena a gente fazer de tudo e mais um pouco pelos momentos do reencontro. De tudo o que revivido, a certeza de que, a luta não se findou e nem se findará tão breve, daí todos cientes de que, existe muito ainda a ser passado adiante, algo da experiência de cada um, pois assim todos bem úteis naquilo que sempre foi o ideal de vida em comum, o bem estar social ampliado, com a diminuição das desigualdades deste país continente. Lindo perceber, todos continuam em busca daquilo pelo qual se encontraram lá atrás, na adolescência e daí por diante, ideal de vida nunca mais abandonado. Resistir é preciso. Esses resistem bravamente.
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