sexta-feira, 13 de outubro de 2023

ALFINETADA (233)


MÃE E PAI DA ALCAIDE SUÉLLEN PRESENCIAM ATOS DECISÓRIOS DENTRO DA PREFEITURA DE BAURU - O QUE SERIA ISSO?
Abro o único jornal impresso bauruense, o Jornal da Cidade, no dia do feriado, 12/10 e logo de cara, seção Entrelinhas, algo escabroso e de pouca repercussão nesta insólita Bauru: "A base da prefeita Suéllen Rosim (PSD) na Câmara Municipal está incomodada com a valorização que a mandatária confere à mãe, Lúcia Rosin, em detrimento de parlamentares alinhados com a administração" e na sequência, algo mais, do pai: "Apesar da presença constante da mãe da prefeita no setor público, uma figura que" antes" batia ponto no governo anda bastante sumida do Palácio das Cerejeiras, segundo apurou a Coluna: o pai de Suéllen, Dozimar Rosim".

O que se passa em Bauru é mais do que uma declarada vergonha, algo inconcebível dentro do serviço público. Imaginem uma pessoa ser aprovada para cargo público e levando pai e mãe, primos, genros e noras, apaniguados, vizinhos e diletos amigos para o exercício de sua função? Não dá para acreditar, mas isso acontece em Bauru, em alguns períodos com maior frequência, noutros menos, mas em todos, como ressalta as notas do jornal, pois Suéllen sempre agiu desta forma e jeito.

Isto tudo não deveria ser meras notas no jornal, mas motivos de séria denúncia, pois pelo que sabe, pelo que já se ouviu e continua acontecendo, pai e mãe da prefeita são mais do que decisivos em suas decisões e atitudes. Dona Lúcia circula pelo terceiro andar com tamanha desenvoltura, dando ordens e determinando como deve ser o procedimento do dia a dia, sem que ninguém possa se atrever a contestar. Uma vergonha, assumida como algo normal. Já o paí, Dozimar, eminência parda, hoje decidindo o dia a dia de vários partidos no entorno da filha.

Misturam tudo, o trabalho da filha com algo a ser comandado, não só pela ação de uma pessoa eleita, mas pelo que essa trouxe junto consigo, no caso os pais e outros chegados. Não dá para tratar isto como normal. Tudo merece punição, acompanhamento e consequente, indicação das irregularidades. Isso não acontecia em Bauru já há algum tempo. Não aconteceu com Tuga, nem com Izzo, depois com Nilson, Rodrigo e Gazzetta, mas é recorrente no dia a dia de Suéllen. Isso não é normal e precisa deixar de ser tratado como algo folclórico, merecendo nota de humor, com ironia para ser levada à instância de séria denúncia.

Não dá para acreditar que ambos, mãe e pai participam de reuniões e de decisões onde são assinados contratos que dizem respeito aos destinos da cidade de Bauru. Suéllen não foi eleita para agir desta forma e jeito. Pensem num empresário de fora aqui sendo recebido no gabinete da prefeita para fechar um acordo comercial e lá se depara com o casal junto da filha, a prefeita e tendo que discutir algo junto destes dois. Parece piada, algo só possível na ficção, algo dentro do pressuposto pelas atitudes da Família Adams, peças de entretenimento e não a de vida diária de uma cidade com 400 mil habitantes. Estamos vivendo algo de ficação ou de dura realidade? Tem momentos que fico em dúvida.

O CONSERVADORISMO BAURUENSE TENTA RENASCER E VOLTA PRAS RUAS
Os nomes são muito parecidos e todos representando movimentos de ultra-direita, envolvidos nos atos do 8 de janeiro e agora, supostamente, voltando para as ruas para protestar em favor de Deus, Família e Liberdade, em passeatas, principalmente contra o aborto. "Brasil In Direita" com a carreata "Direito de Nascer, Liberdade pra Viver" na anevida Nações Unidas e Norte e o "Movimento Direita Bauru por uma Bauru Direita", com a "Marcha pela Vida", em forma de passeata pela avenida Getúlio Vargas, movimentaram o dia 12/10, Dia da criança, escolhido a dedo por ambos para marcar posição.

Em ambos, slogans iguaizinhos a tantos outros gritados anteriormente nas passeatas em favor do desGoverno do seu Jair, o miliciano ex-presidente. Como dantes, muitos ainda inistindo no uso da camisa da seleção brasileira de futebol, a verde-amarela, grudando nela a pecha de possuir a cara de um movimento que, além de tudo, se mostrou muito mais que de direita, mas também fundamentalista e golpista.

O uso que fazem hoje para voltar às ruas é no mínimo condenável. Escolheram novamente se posicionar contra o STF - Supremo Tribunal federal, pois segundo estes, o tribunal está agindo contra os preceitos a destruir com a família brasileira, o que é uma falácia e baboseira da mais aberrante possível. Hoje, o motivo é contra o aborto, amanhã voltarão às ruas para defender outro personagem de idêntica cepa ao genocida Bolsonaro, pois na verdade, o que estão a fazer nas ruas é continuar atentando contra a democracia.

Cai nessa quem quer, ou melhor, quem sente saudades dos tempos nefastos e perigosos de Jair Bolsonaro. MUitos participantes, misturando alhos com bugalhos, insistem em apregoar que o STF hoje "age contra as crianças". A votação em curso no Supremo pode ser tudo, mas nunca nada contra as crianças. Ser contrário ao aborto, simplesmente alegando motivos simplórios e sem ampliar a discussão, não entendendo os motivos de algo, que já deveria estar em vigência há muito tempo e contribuindo para diminuir a incidência de riscos e minimizando a violência com estupros e quetais, é de um reducionismo difícil de compreender. O argumento que "se a mulher ficou grávida é porque deus está dando essa vida" é simplista demais, vai contra a ciência, atenta contra os interesses dos menos favorecidos, pois evidente, ricos na situação abortiva continuarão procurando clínicas e pagando caro pelo procedimento, já os pobres estarão cada vez mais à mercê de punições e cirurgias de fundo de quintal. O Brasil de hoje, pelo menos essa parte abominável, fechando os olhos para um dos lados da questão e centrando fogo somente pelo viés religioso, demonstra o quanto ainda existe e perdura de atraso, indo tudo para muito além de algo conservador. E além de tudo, evidente e latente, a imensa maioria nos dois movimentos, até pelo próprio nome, evidencia que aquilo tudo demonstrado ao país com o 8 de janeiro continua bem latente e pronto para explodir novamente em atos de pior teor.
OBS.: A foto aqui publicada foi tirada de matéria do Jornal da Cidade, edição de hoje, onde nelas, aparecem fotos da jornalista Tisa Moraes.

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