Faltando menos de dez dias para o término do curto fevereiro, eis o que consegui até então, duas preciosidades. Na primeira, "Passaporte sem Carimbo", do Antonio Callado, edição de 1978, quando o autor, ao voltar de Cuba, relata suas impressões da viagem e dos depoimentos a que foi submetido por querer visitar a ilha, até então proibida. Este exemplar está com dedicatória do autor para um seu amigo famoso: "Meu caro Dias Gomes, vale a pena ser jurado do Casa de Las Américas para passear um tempo na ilha. Abraços do Callado, Rio Dez.78". Um luxo. De tudo, uma só frase, belo exemplo de como rola a vida na controvertida ilha comunista: "Na Cuba igualitária, e não meramente libertária, a luta pela vida não se trava em termos individuais". Só por isso, vale a leitura e continuará aqui bem pertinho de mim, agora sendo transferido para o Mafuá Dois, como jóia rara.
Termino este e furo a fila, pois na arrumação para finalizar de vez o Mafuá nas barrancas do rio Bauru, me deparo com livrinho/folheto de um dileto amigo que já se foi, Arthur José Poerner. O conheci no Rio, numa festa em Santa Teresa, exatamente numa daquelas casas típicas do bairro e numa data reverenciando Cuba, do qual nós dois somos devotos. Desde então, mantivemos troca de e-mails e outros reencontros, como bem antes dele falecer, no Bar Lamas, ali do lado da estação do metrô do Largo do Machado. Poerner foi um jornalista como poucos, libertário por excelência, um gentleman e de fino trato. Neste "Um Entusiasta da Juventude", com dedicatória pra mim e só lido agora, "Ao Henrique, companheiro de solidariedade e confraternizações cubanas, com os votos de felicidades e os fraternos abraços, também para Ana, do Poerner. Lamas, 17/01/2013". É a reprodução na íntegra de uma entrevista sua para o Jornal da ABI - Associação Brasileira de Imprensa, quando faz breve relato de sua vida, dentre tudo o exílio e as inquestionáveis lutas nas quais esteve envolvido dos pés à cabeça.
Ambos, neste momento, tenho a mais absoluta certeza, estariam do lado de Lula, contra o genocídio praticado pelo atual mandante do estado de Israel contra o povo palestino. Aliás, até leio, de vez em quando algo de gente com linha de pensamento conservadora, mas a preferência é arrebatadora para com os a promover profundas alterações no modo de encarar essa passagem de uma vida humana por aqui. Do Poerner, deixo uma frase recheada de muita esperança: "Há mais individualismo e pragmatismo, mas vejo nos jovens o mesmo interesse em mudar o mundo". Tomara.
OBS.: Percebam que muitos dos meus livros possuem marca da água, pois mantendo por décadas uma biblioteca na beira do rio, inevitável ter muitos molhados - quantos não foram perdidos. Essas marcas não impedem de continuar mantendo-os aqui junto de mim, pelo menos enquanto tiver forças e condições para tanto. Jogar ou ter que desfazer de um livro para mim é algo brutal, espécie de tortura, a qual passo neste momento, com transferência quase finalizada para local mais arejado. Hoje, passe a tarde nessa arrumação e a coisa pouco rendeu, pois ao pegar um livro já quero folhear, ler trecho e o dia se torna curto, o trabalho não rende.
LULA ACERTA EM CHEIO, ISRAEL PASSOU DE TODOS OS LIMITES
"Hoje a Corte de Haia, herdeira da evolução de Nuremberg, segue julgando a ilegalidade da resposta de Israel sobre Gaza. Mesmo o governo de Israel não reconhecendo a Corte, que é órgão constitutivo da ONU, essas decisões terão consequências futuras, inclusive quanto à reconstrução de Gaza, esses escombros recairão sobre Israel. Nessa toada, nao consigo ver qualquer coisa positiva para os israelenses no futuro. Lula foi porta-voz de governantes covardes que nao querem bater de frente com o lobby israelense e estadunidense. Podemos ter boas surpresas decorrentes deste ato corajoso! E na intervenção do Lula a palavra holocausto não foi usada. O que Lula deixou explícito foram as práticas genocidas do Estado de Israel, assemelhadas às usadas pelos nazistas", advogada Maria Cristina Sant'Anna Zanin.SÓ PRA CONFIRMAR
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