sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (199)


EM BAURU TUDO PARECE PIADA, ATÉ ESSAS 53 PERGUNTAS...
Inacreditável. Essa a melhor palavra para definir o que está em curso neste momento na política local, num bate cabeça uns com os outros e a alcaide rindo de tudo lá do 3º andar do Palácio das Cerejeiras.

Eu me divirto à distância, mas também fico puto da vida com a inércia e com as pisada em falso, como se os opositores - dentre os quais me incluo - estivessem todos num lodaaçal, e dele não conseguissem dar um passo adiante, escorregando em cascas de banana. Começo com essas tais 53 perguntas que vereadores encaminham para a alcaide responder. Miltinho Sardim, líder dela na Câmara, com aquele sorriso maroto disse que, em até dois dias responderia, mas sabemos que isso não ocorrerá, pois ela, a alcaide não responde nada e tudo fica por isso mesmo. Alguém acredita que ela responderá? Evidente que, ninguém. Inútil encaminhar algo assim para ela. O JC já anuncia que a Prefeitura diz não ter prazo para responder. Até quando Bauru fica acreditando em história de carochinha.

A pessoa está eleita no Executivo precisa trabalhar sério, mas o que mais se vê são lives da alcaide, a maioria após tragédias e no local dos acontecimentos, tirando o seu da reta e sempre dizendo ter proposto algo e outros emperrando. A culpa sempre é dos outros. Não sabe disso não sabe daquilo, não sabe quanto pagou no imóvel, é hacker morando na mesma casa que ela, é o inútil Palavra Cantada, os púlpitos nas escolas, é projeto de concessão da água e esgoto de bilhões e atropelando tudo o mais, deixando artistas a ver navios, esperando desde junho do ano passado, com dinheiro na conta da Prefeitura e nada fluindo.

E os movimentos sociais e partidos políticos batendo cabeça. Falta união de interesses, para coletivamente agir e reverter este quadro. Essa cartada bilionária da concessão talvez seja a última deste desGoverno e não é possível essa inércia nas coisas. Confusão em tudo quanto é PL - Projeto de Lei - que essa alcaide manda, tudo cheio de irregularidades, massa de manobra pra todos os lados, um espera algo, outro também e até os professores inseridos neste balaio, uns não se entendendo com os outros, cada qual defendendo interesses pessoais em detrimento do todo na hora da folha de pagamento. A alcaide vai pintando e bordando. Alguém em sã consciência achou que essas 53 perguntas seriam de fato respondidas no prazo de alguns dias? Não tem que encaminhar mais pergunta nenhuma e sim uma Processante. Vamos ficar assistindo a este Circo de Horrores até quando?
Todos vendo meio que incrédulos e ainda na fase de encaminhar meras perguntas pra alcaide, algo sabido até pelas pedras do reino mineral que não serão respondidas a contento. Nada cai do céu como maná. Tempos atrás, governos anteriores vivenciavam nas ruas e lutas movimentos e pedidos de processante, mas agora tudo estagnado, em compasso de espera. Agora, só o encaminhamento de perguntas, fazer reuniões e reuniões, nada além disso. Quase quatro anos enrolando todos, fazendo todos de palhaços e mesmo assim, inércia predominando.

Olha outra coisa escabrosa, o negócio lá da cesta básica distribuida na Sebes e tendo à frente a mãe da alcaide, ela na distribuição. A tal da mãe já foi comunicada da irregularidade e mesmo assim, ela é quem continua fazendo a distribuição. Passa por cima da Sebes e usa argumento que está ali para atender demanda das asssociações de bairros. É rolo com ônibus caindo aos pedaços, outro cedido pra viagem de turismo, é tanta coisa, um conjunto da obra admirável e constituindo o que o bloco carnavalesco Bauru Sem Tomate é Mixto levou pro Carnaval deste ano, com o "No Templo das Perdições". Não é possível uma coisa dessas continuar ocorrendo e ficarmos na época e fase de encaminhar perguntas, cientes não terão respostas. Que tal uma ação investigativa mais abrangente e contundente, resultando numa Processante séria e construída, como disse, levando em conta o CONJUNTO DA OBRA? O momento é esse, pois ela já não possui maioria consolidada dentro da Câmara de Vereadores. Deixando passar, existirá tempo para se reverter tudo. É agora, ou vai ou racha. Ou melhor, se nada for feito continuaremos esperando SENTADOS - pois em pé cansa - pela resposta das tais 53 perguntas...


ENFIM, QUEM PERSEGUE TANTO LULA E QUAIS OS MOTIVOS...
Lula fez greves contra a ditadura, a mídia criticou, Lula liderou a fundação do PT, a mídia criticou, Lula liderou a fundação da CUT, a mídia criticou, Lula foi candidato a deputado constituinte, a mídia criticou, Lula foi candidato a presidente, a mídia criticou, Lula foi candidato de novo, a mídia criticou, Lula foi candidato novamente, a mídia debochou, Lula foi candidato mais uma vez, a mídia criticou, Lula foi eleito, a mídia analisou que ia fracassar, Lula foi reeleito, a mídia suspirou, Lula indicou a Dilma, a mídia debochou, Dilma foi eleita, a mídia tentou cooptar a Dilma contra o Lula. Dilma foi reeleita, a mídia resmungou. Aecio e Cunha lideraram o golpe, a mídia apoiou. O golpe veio, Temer assumiu, a mídia comemorou. A lava jato tentou destruir o PT, a mídia turbinou. A lava jato prendeu o Lula, a mídia gozou. Bolsonaro foi eleito, a mídia relativizou. Bolsonaro tentou o golpe, a mídia tergiversou. Lula saiu da cadeia, a mídia pirou. Lula foi candidato, a mídia tentou uma terceira via, e flopou. Lula foi eleito, mídia brochou, Lula botou ordem na economia, a mídia negou. Lula disse que o genocídio é um genocídio, a mídia se desmoralizou.
*Ricardo Berzoini*

FALECE HOJE SERGIÃO, DO DEBATE E SE VAI COM ELE UM DOS MAIORES ÍCONES DO JORNALISMO DO INTERIOR - TRISTEZA É POUCO
Eis o link da matéria do DEBATE após seu falecimento:

Meu mais que baita amigo. Uma das pessoas que mais aprendi a admirar dentro do mundo do jornalismo, principalmente por ser do mundo palpável, ou seja, próximos uns dos outros. Com ele se vai muito - quase tudo - do que ainda resta de independência no jornalismo brasileiro. Um destemido guerreiro, nos últimos tempos levando e conseguindo soltar suas edições do insuperável e inquebrantável DEBATE na unha, cara e coragem, algo só possível por ele mesmo.
Quando anos atrás descobri o Jornal Debate, ele já havia passado pela maior agrura de sua vida, o processo que por pouco não lhe fecha definifivamente as portas. Tudo deixou marcas profundas nele e nos seus, pois seu belo parque gráfico, o melhor de ampla região, encontra-se até hoje todo arrolado em questiúnculas judiciais. Isso não vergou Sergião, melhor que isso, o revigorou para todos os embates seguintes. Guardo comigo o desfecho da pendenga que teve com o Judiciário, quando pelas suas objetivas e conclusivas publicações feriu interesses desconexos a ocorrer na insólia SCRP - Santa Cruz do Rio Pardo. O processo movido contra ele foi tçao absurdo, chegando a ganhar projeção nacional. Foi quando o país conheceu de fato quem era este Sérgio Fleury - muito diferente do homônimo - e seu jornal, algo até hoje não igualado no quesito lisura e qualidade jornalística.

Na época eu enviei texto sobre sua história para publicação na revista semanal, a única que poderia dar uma isenta matéria sobre o assunto, a até hoje presente e com a mesma atitude, a
CartaCapital. Mino Carta foi tão solicito e mesmo não publicando o meu texto, o fez com fotos de minha lavra e deu matéria sobre as perseguições que a imprensa livre sofria, ressaltando o caso do pequeno jornal do interior paulista. Anos depois, Sérgio me contou que aquela publicação foi crucial para o desfecho de seu processo e isso me encheu de orgulho, ou seja, um dos maiores reconhecimentos que tive em vida de algo concebido spor mim em prol de uma causa mais que justa.

A partir daí, eu e Sergião estabelecemos uma relação mais que cordial. Ele me presentou por anos com uma assinatura do jornal, que recebia em casa e anos depois, quando passou a ser impresso na gráfica do Jornal da Cidade, aqui em Bauru, ele deixava uns dez exemplares toda semana, eu buscava e os distribuia na cidade através da banca da Ilda, lá junto do Aeroclube. Assim foi feito enquanto ele resistiu e conseguiu soltar suas edições semanais no formato impresso. Ou seja, tivemos algumas boas histórias juntos.

Depois, por fim, ele me ofereceu espaço para escrevinhar o que me viesse na cabeça, com textos entregues toda sexta e sempre publicados, sem nenhum corte ou censura. Creio ser ele o único que escrevi sem aquela obrigatoriedade - caso bem brasileiro - de me conter e mesegurar no que escrevia. O Sérgio aguentava a pinimba e eu nunca abusei, mas também nunca baixei a guarda. Certa vez lhe disse que naquela semana tinha escrito tudo de última hora, sem nenhuma correção e se ele tivesse tempo poderia fazê-lo. Ele aproveitou, dando uma sonara gargalhada que, não só publicou sem as correções, como algo parecido havia ocorrido com ele. Numa semana ocorreu o mesmo, o fechamento ocorria em dez minutos e o espaço livre, foi quando veio uma ideia e a escreveu sem poder corrigir. Disse não ter tido coragem de ler o texto, mas foi abordado na rua em mais de uma vez naquela semana e justamente para os elogios sobre exatamente aquele seu texto. Rimos muito e continuei mandando meus textos sempre com pouca ou nenhuma correção, do jeito que escrevia ia e ele publicava.

Muita gente escreveu e publicou rapidamente algo pela internet após sua morte. Eu até ia compartilhar outro link, mas dei preferência para o do próprio DEBATE, que certamente deve ter sido escrito com "sangue, suor e lágrimas", pelo filhão André Fleury Moraes, hoje atuando no JC Bauru. Sua história é toda de muita luta e fibra, garra e perseverança, sem se desviar para os decaminhos jornalísticos e facilidades, quando quase todos pelo interior afora vivem de verbas públicas e daí, publicam meia verdade, ou seja, a verdade que o patrocinador permite. Com Sergião isso não existia. Ele e o outro que também admiro de paíxão, Mino Carta já perderam muitos anunciantes só por causa de matérias a envolver algo pelos quais estes preferiam ver a verdade na lata do lixo. Olho para os grandes jornalões de hoje e não vejo isso mais acontecendo em nenhum deles, mas no DEBATE isso era a mola mestra. Certa feita eu estava lá na portaria do jornal, papeando com seu dono e surge um velhinho, que fez questão de vir buscar o jornal ali na redação. Era também assinante e me disse não conseguir ficar sem ler semanalmente o que Sergio escrevia. Eu também. O diferencial de seu jornal, além do ótimo noticiário político eram as reportagens semanais, todas com a verve do jornalista inigualável. Ele gostava de contar histórias de pessoas e nas primeiras páginas, fotos destes. Tenho várias recortadas e guardadas numa espécie de álbum de figurinhas do que vem a ser o bom jornalismo, algo hoje em falta. Mesmo nos jornalões, acabou isso de fazer matéria deste tipo. Na maioria das vezes, hoje predomina a bunda sentada na cadeira da redação e dali o faz tudo. Sergião, como eu, gostamos da rua e dela subtraímos tudo o mais, o melhor conteúdo de seu hebdomadário.

Vou sentir burta falta deste macanudo e aqui confesso, a gente só sente falta mesmo quando o gajo parte. Eu até que falava constatemente com ele, pois ultimamente enviada com atraso meus textos e ele, já em decorrência da doença, não tinha a preiodicidade de antes. O jornal nunca deixou de sair, mas saia quando ele estava bom. Ele foi um bravo até o fim. Alguém pelo qual me rendo e o reverencio como dos grandes deste País. o pequeno DEBATE é grande demais da conta, muito mais do que ele o imaginava, pois é exemplo vivo de algo tão em falta hoje, uma independência libertadora, tão difícil de vingar neste emaranhado engrivinhador de ideias dos tempos atuais. Se pudesse e tivesse condições, iria agora mesmo lá pedir para o André, seu filho, permissão para produzir um último número, ou até mesmo tentar seguir adiante, mas me falta tudo, folego, pernas e condições. Fico na vontade, mas aqui a externo, pois é este o meu desejo. 
Queria muito poder me desdobrar para que o DEBATE tivesse solução de continuidade. O Sergião e seu DEBATE já são eternos, não só em SCRP, mas no País inteiro, pois o exemplo deixado lá atrás, veio vindo e só se finda com a morte de seu bravo guerreiro. Queira eu um dia, poder contar isso tudo num livro, num documentário ou algo parecido, para tentar imortalizar e espalhar pelos mais diferentes caminhos essa bela história de vida e de luta.

OBS.: Este é mais um dos meus textões sem correções e não me peçam para fazê-lo, pois se assim os enviava para publicação no DEBATE, aqui permanecerá exatamente deste jeito e maneira.

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