sábado, 10 de fevereiro de 2024

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (169)


umas poucas palavrinhas da descida do TOMATE
E sou muito suspeito para escrever, mas o furdunço do Tomate este ano no Calçadão da Batista foi algo inigualável. Todo ano ele vem com força, decidido e cheio de pompa e ao final, algumas críticas, pois primamos pela desorganização. Neste ano, tudo deu tão certo que até suspeitamos de que, algo ainda iria ou poderia acontecer. Dentro de tudo o que estava proposto, creio eu, estivemos à altura e demos muito bem nosso recado. O Tomate não força ninguém pra vir pras ruas e muito menos impõe particiação. Isso é coisa feia. Somos livres e libertos de amarras. Fazemos tudo as claras, sem esconder nada de ninguém, sem condicionamentos d imposições. É por sermos assim que tudo dá certo e depois de ver tudo, bate aquele imenso orgulho pela realização, pelo possibilitado. O Tomate é um voz pujante, forte, vibrante e dizendo o que diz em alto e bom som. Estamos todos inseridos dentro desta insólita Bauru e na qualidade de bons observadores, mostramos o lado cruel, insano, doentio e perverso desta cidade. Foram doze anos agindo exatamente desta forma e jeito, cutucando o que precisava ser cutucado e sempre com precisão. Ver chegando gente de todos os segmentos, com camisetas variadas, inclusive de muitos outros anos, ocupando todos os espaços e cantando em alto e bom som nossa músiuca para este asno é de dar baita orgulho em todos.

O recado foi dado e essa música poderia continuar sendo cantada e executada toda vez que a atual alcaide estivesse pela aí, inagurando obras surreais e cherias de suspeitas. O Tomate se propõe a insistir nisso, pois diante de tantos temas enfovcados, não dá para cantar isso só no Carnaval e depois continuar rolando a vida como se nada estivesse em curso e acontecendo. Todos que estiveram conosco o fizeram por entender piamente no que ali está proposto. Ninguém caiu de gaiato no navio, ninguém foi incentivado além do que estava proposto pelo que somos. Issto tudo, junto e misturado, nos mostra que, o Tomate é soberano e precisa estar mais presente, não só no Carnaval, mas no restante do ano, cutucando e apontando a hipocrisia reinante hoje na política nativa. Saímos do Calçadão este ano alegres, todos pimpões e com a certeza de que, acertamos na mosca. 

ALGO DO TOMATE, POR MARIA CECÍLIA CAMPOS
Ah, Bauru Sem Tomate é Mixto, quanta honra em te acompanhar há tantos anos! Conheci o bloco pelo jornal, na reportagem sobre o primeiro desfile. Me encantei com a irreverência, com a alegria, e me identifiquei na hora. Era o Carnaval como eu o entendo, gosto, vivo e queria me juntar a essa turma. Foi aí que encontrei o meu lugar nesta cidade, as pessoas com quem eu queria muito conviver. No ano seguinte, ao ver anunciado o segundo desfile, fui na concentração e desfilei com o bloco até o final! Primeiros contatos com os participantes e, como não poderia deixar de ser, empatia total.

Nunca mais me desgarrei delas e deles, e seguiremos juntos até a última gota de suor, até quando minhas forças conseguirem me levar. Fico o ano todo a espera do nosso dia, do nosso desfile. Até a descida pelo Calçadão, a preparação: enredo, sempre calcado nas críticas aos poderes públicos, composição da marchinha, sempre inédita, estúdio e gravação por nossos cantantes e músicos, convite a uma/um artista plástico para ilustrar a camiseta, confecção e venda, e os perrengues de sempre com equipamentos de som, e tantas outras providências, tudo a convergir para a explosão de alegria contagiante, emocionante que se dá já na concentração, encontros e reencontros de amigas e amigos desde sempre, dos recém chegados, dos que sempre então se juntam a nós, com nossas fantasias, nossos brilhos, cores, estandartes que anunciam nossa presença, nosso abre alas, e lá vamos nós inundar nossa passagem com nosso recado anual. Somos o Bauru Sem Tomate é Mixto, bloco 'farsesco, burlesco, e às vezes caravalesco' como diz um de nossos fundadores, o incansável Henrique Perazzi de Aquino. Imprescindível mencionar também a dedicação da Tatiana Calmon Karnaval pra que tudo aconteça. Como é bom ser Tomateira, estar junto de vocês é das maiores alegrias da minha vida.

BOMBOU COM O TOMATE NAS RUAS DE BAURU
Tudo estava lindo hoje na descida do bloco do Tomate no Calçadão da Batista, mas uma pessoa roubou a cena e não sei seu nome. Trata-se de uma moradora em situação de rua. Uma mulher trans, muito animada e quando percebeu o que estava prestes a acontecer, se acercou de todos e num dado momento, não só esteve empunhando o estandarte, como dançou defronte ele, na maior reverência. É do ramo e mostrou a que veio. Num outro momento perguntei seu nome, ela me disse, mas não consigo me lembrar. Todos os tomateiros hoje se superaram, mas essa jovem esteve demais da conta, levando nosso prêmio de animação. Insuperável. Estes momentos, bem marcantes de nossa fuzarca, integração divinal é pra endoidecer gente sã.

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