Na edição d'O Alfinete, lá de Pirajuí, que sai amanhã, sábado, publico meu textro de número 400 por lá. Escrevo sobre isso e fui rever nessesdias tudo o que já enviei de escritos para eles. Tem coisas boas, outras nem tanto, algumas hilariantes, sérias, picantes e desvairadas. Vou procurar, dentro das próximas semanas ir postando um pouco disso.
QUATROCENTÃO
Estou que não me aguento! Repararam aí em cima na numeração cronológica onde esse Alfinete registra os meus textos semanais. Chego com essa edição ao de número 400. Imaginando 50 edições por ano, completo 8 anos ininterruptos de colaboração, “picando e não ferindo”. E isso não é pouco. Acho até que ainda tinha cabelo quando comecei a escrevinhar por essas plagas. E fui tomando gosto, ninguém me colocou freios, continuei e deu no que deu. Agora, para me tirarem desse reduto, só com mandato judicial. Não sei se me entendem, mas tenho adquirido uma espécie de usucapião.
Sei que esse negócio de ser quatrocentão é meio aristocrático e logo me faz pensar que o termo é utilizado para designar aquelas famílias paulstanas com quatro centenários de poder e pompa na vida da maior cidade brasileira. Mesmo quatrocentão, por favor, não me confundam, nem por brincadeira com aquela “thurma”. Nossos interesses e forma de ação são antagônicos. Meu negócio aqui é bem outro. Quando convidado por Marcelo Pavanato, esse me passou carta branca e a utilizo moderadamente até hoje.
Confesso ser daqueles eco-chatos, metido a falar de tudo, criar caso, cutucando a onça com a vara curta e, em muitos casos, fazendo questão de remar contra a maré. Isso cansa, mas fui criado assim, aprendi a viver desse jeito e não será agora, cinquentão, que mudarei de postura. Estou muito velho para aderir aos modismos, ainda mais hoje, quando a mais nova mania do paulista é a devotar com cabresto. Aquilo que reclamávamos do nordestino, hoje ocorre por aqui, com um segmento político no comando do estado há mais de 15 anos e o povo, como manada, cegamente continua votando neles. Quer mais cabresto que isso?
O quatrocentão aqui não gosta de briga, aliás acho que nem brigar sei mais e não me proponho a essas excentricidades. Possuo alguns desafetos, mas se precisar sentar e conversar, estou sempre disposto. Quando a polêmica não resvala para aquela baixaria de agressões gratuitas, discuto à exaustão, mas com quem possua argumentos. Não tolero o uso de termos chulos e aqueles que se vendem, pregando algo hoje e amanhã outra coisa completamente oposta. Pior são aqueles que vendem seu espaço a troco de migalhas, umas cervejinhas num boteco de ponta de vila. São descartáveis, desnecessários e um tanto desmiolados. Faço minha pregação em outra paróquia.
Estou sempre proposto a ir levantando questões interessantes, fazer pensar, gerar debates e na reflexão, não se deixar levar por mensagens enganosas. Procuro sempre entender o que quer nos dizer as entrelinhas de um texto. Sempre existe algo embutido. Quero sempre mostrar a possibilidade da existência de um outro lado, pois nada está pronto e deve ser aceito como irrevogável. Se quizerem, continuo por aqui, mas alerto, só sei fazer desse jeito.
Henrique Perazzi de Aquino, 47 anos, esclarecendo aos que reclamam de minha sisidez: prometo retornar ao humor assim que conseguir alforria do trabalho escravo ao qual estou hoje submetido (www.mafuadohpa.blogspot.com).
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