sexta-feira, 13 de abril de 2012

FRASES DE UM LIVRO LIDO (59)

O LIVRO DOS ARQUITETOS E PROJETOS QUE DEVERIAM PRIVILEGIAR BAURU O SÃO EM LUGARES DISTANTES
Na noite da última quarta, 11/04, compareço à ASSENAG para o lançamento do livro anual dos mestres em arquitetura da UNESP Bauru, o desse ano com o título, “Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo – Contexto contemporâneo e desafios”, organizado por Rosio Fernández Baca Salcedo, Renata Cardoso Magagnin, Emília Falcão Pires e Nilson Ghirardello. Noite festiva, infelizmente com poucas pessoas além das conhecidas no mundo acadêmico local e pasmem, nenhuma representando o poder público local. O espanto deve-se ao fato desses professores insistentemente procurarem temas para injetarem nos alunos sugestões para finalização de curso, na maioria das vezes versando sobre temas locais, numa clara contribuição acadêmica para solucionar e sugerir ideias a vários deles, mas com pífia ressonância do lado de lá do copo. Não vejo um interesse do lado de lá, ou seja, do poder público em proporcionar uma abertura de portas. O universo acadêmico estabelecido aqui, como não poderia deixar de ser, não tendo respaldo na cidade, vai em busca de opções outras em outras localidades.

Dos doze trabalhos desenvolvidos nenhum com a temática de Bauru envolvendo ações em parceria com a Prefeitura Municipal. Ghiradello tem por tema “Breve painel da art déco no interior paulista (O caso de Bauru)”, Rosio o “Metodologia do projeto de restauração: Igreja Nossa Senhora das Dores, do Instituto Lauro de Souza Lima" e Claúdio Silveira do Amaral e Emília Falcão Pires com o “Experiência pedagógica em ateliê de projetos: Aplicação no curso de Arquitetura e Urbanismo da Unesp/Campus de Bauru”. Todos ótimos, mas nenhum sobre os cruciais problemas de uma cidade de médio porte como a nossa. Os demais são temas dos mais interessantes, versando sobre o universo da arquitetura e outros locais.

Chama minha atenção em especial o caso do professor José Xaides de Sampaio Alves, “Paradoxos à sustentabilidade em São Luiz do Paraitinga: O rio e a cidade, as águas, a estrutura urbana e a arquitetura”, onde ele e toda sua turma de alunos viajam constantemente daqui até aquela cidade, contribuindo decisivamente na reconstrução do local, após a catástrofe ocorrida anos atrás. Mais dados cliquem no google em MHAR - Museu Histórico de Arte Regional de São Luiz de Paraitinga. Uma parceria inquestionável do mundo acadêmico e que sinto falta em ver concretizada aqui em Bauru. Xaides pensa da mesma forma. “Sou uma pessoa crítica e isso parece influir para uma não aproximação. Deveria ser o contrário, pois se critico, posso ter uma proposta de contribuição e nem ouvido sou. Existe um distanciamento e se ele ocorre não é por nossa culpa”, lamenta.

O livro tem uma importância decisiva em temas relevantes, mas o que mais me chama a atenção nesse momento é estabelecer uma relação mais próxima entre os trabalhos de cunho universitário com os problemas de nossa aldeia, essa tão necessitada Bauru, clamando a anos por uma tal de USINA DE IDÉIAS E PROJETOS, que nunca sai do papel. Falta isso, a busca de soluções conjuntas para o bem geral. A universidade está aí pronta a dar sua contribuição, com profissionais dos mais gabaritados e como a cidade está mais do que necessitada de grandes projetos que a transformem, não unir o útil ao agradável é patinar e perder o bonde da história. Depois não reclamem, pois poucos possuem o privilégio de pessoas tão gabaritadas, próximas e prontas para darem sua contribuição. Querer é poder, aprendi isso desde os meus cueiros.
Em tempo: Quase todas as totos tiradas e aqui postadas foram cedidas graciosamente por FLÁVIO GUEDES, fotógrafo oficial do evento. Só a dele todo sorridente e atrás do balcão é de minha autoria.

4 comentários:

Anônimo disse...

Henrique

O seu texto é bom, mostra um dos lados da questão, mas pense também que a cidade está aqui, exposta e oferecida, independente do poder público autorizar ou referendar algum projeto em seu benefício. Algo que venha para beneficiar o sistema viário, o tratamento de esgoto, a revitalização do centro, o repensar a questãos dos trilhos na cidade, os gargalos urbanos no trânsito, etc e etc. Quem se oporria a que isso viesse a ser temas de estudo. Ninguém em sã consciência. E como voce citou o professor, que se diz crítico, acredito que a criticidade possa despertar um afastamento somente a principio, depois quando for comprovado o interesse social e coletivo, o trabalho sério e dedicado, isso será superado e se não for, aí sim, algo de muito ruim está a acontecer com a mente de quem não tem vontade de contribuir em trabalhos voltados para finalidades desse naipe.

Achei interessante por essa ressalva no seu texto.

Paulo Lima

Anônimo disse...

Henrique
Gostei muito do blog.
Parabéns!
Maria Helena Rigitano

Anônimo disse...

Caro Henrique,
Bom dia,
Suas considerações são pertinentes e corretas.
Seria muito importante a universidade e a prefeitura estabelecerem uma relação mais próxima, em que pese a nossa participação em conselhos e outras reuniões e grupos setoriais, mas acho que a extensão teria muito a ganhar com a aproximação, e claro, a comunidade tb.
Grande abraço,
Nilson Ghirardello

Anônimo disse...

Prezado Henrique
Agradecendo sua presença no lançamento de nosso livro e pelas gentis palavras, quero aproveitar para parabenizar pelo seu blog, que assim tive a oportunidade de conhecer.
Abraços
Norma Constantino
DAUP-FAAC-UNESP