segunda-feira, 14 de maio de 2012

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (13)
DOIS REITORES, UM SECRETÁRIO DE GOVERNO E UMA SEMANA A REVERENCIAR OS MUSEUS
Sou de um tempo em que mal saídos do Regime Militar, nos colocávamos nas ruas, sempre de prontidão para manifestações variadas e múltiplas a cada visita de um reitor dessas imensas universidades brasileiras. Tudo era recheado de problemas no percurso desses ilustres visitantes quando aqui no quadrilátero baurense. Tínhamos mil motivos para protestar, entregar documentos, barrar-lhes o caminho, criar problemas no trajeto e expor que nada por aqui andava a contento. O tempo passou, os problemas continuam aflitivos como dantes, mas arrefeceu o ímpeto dos movimentos contestatórios.
Semana passada quem passou por Bauru foi o reitor em exercício da USP – Universidade de São Paulo, o truculento João Grandino Rodas, que numa manchete de uma de nossas semanais foi denominado de “O Bárbaro”, pelo seu estilo de governar. O que poderíamos achar de um sujeito que contrata arapongas para bisbilhotar a vida de professores, funcionários e estudantes, seguindo uma política de criminalização de suas entidades? São 80 alunos expulsos da USP em dois anos de administração, quando durante todo período militar foram 245. Nunca a USP foi tão militarizada como nesse momento e isso ocorre com pretexto de segurança, que na verdade é ideológico. O viés autoritário está explícito, com ligação dele com a Opus Dei e TFP. Esse o homem de confiança do governador Alckmin dentro da maior universidade paulista. “A gestão dele é catastrófica no aspecto democrático e sem eficiência no aspecto gerencial”, disse dias atrás o professor Sérgio Salomão Schecaira, da Faculdade de Direito da USP. Esse homem passou por Bauru semana passada e recebeu somente homenagens. Foi paparicado,
tapete vermelho por onde pisou. Souberam de alguma manifestação de estudantes, professores e servidores? Nada. Que nome posso dar a isso? E a imprensa bauruense, alguém aí soube de alguma pergunta feita a ele sobre algumas dessas questões levantadas aqui por mim? Nada.
Hoje, 14/05, segunda, quem passa por Bauru é o atual Secretário de Educação do Estado de São Paulo e licenciado no cargo de reitor da UNESP – Universidade do Estado de São Paulo, o professor Herman Voorwald. Vem para um encontro com políticos e educadores de 75 cidades da região. Até o candidato a vice na chapa da oposição à prefeitura, Gilson Rodrigues PSDB estará circulando com ele por alguns lugares. A Apeoesp estará entregando-lhe documentos com pauta de reivindicações e nenhum panelaço ou apitaço está previsto, muito menos faixas e cartazes com presença maciça de alunos, professores e servidores, tanto dos ligados ao ensino público médio como do universitário. Nada. Alguém lhe fará perguntas desairosas? Não. Tenho uma lembrança do Duílio Duka, dirigindo a regional da Apeoesp Bauru, anos do governo Covas e uma barulheira infernal nos costados do então Secretário de Educação, o escritor Fernando Morais. Éramos todos vibrantes, entusiasmados, não tínhamos medo de ir à luta, de enfrentar o touro a unha e nos ralávamos até não poder mais. Amanhã, escrevam o que vou dizer, na imprensa só algo sobre o tapete vermelho que a cidade estendeu para Herman. Nada mais. E não é para ter saudade de tempos idos? Morro dessa saudade.
Amenidades. Começa hoje a 14º Semana Municipal dos Museus de Bauru e 10° Semana Nacional dos Museus. A abertura será às 20h na Casa Ponce Paz (esquina da Ezequiel com Antonio Alves), com exposição a homenagear ilustres pintores e artistas plásticos locais. A programação pode ser vista no site da Prefeitura Municipal. Visitei recentemente o Museu Ferroviário e o vejo de cara nova, remodelação em vários espaços e a valorização não do ajuntamento, mas de poucas peças a propiciar reflexões nos visitantes. Gostei. Já do Histórico Municipal e o da Imagem e do Som, ainda perdura a falta de empenho da administração municipal em agilizar a utilização de verba já existente no restauro da Estação da Cia Paulista, que irá abrigar a ambos. É para quando mesmo? E o acervo do Nuphis da USC, amplamente discutido por esse blog, cujas peças começam a ser transferidas para a Cultura Municipal, com um espaço sendo preparado onde antes era a parte administrativa do MIS. Hoje, na abertura da semana, a possibilidade dos presentes observarem in loco outro local, talvez até mais propício para recepcionar todo esse acervo: A Casa Ponce Paz. Sou mais aqui do ali. Incentivo a troca.

9 comentários:

Anônimo disse...

Toda midia brasileira está dando a maior enfase ao fato
de uma certa atriz ter sido mostrada no Site Youtube toda ou parte
da sua nudez. Ela muito rapidinha acionou o seu advogado e este
por se tratar de uma pessoa famosa, eu já diria muito famosinha
entre os meios artisticos, principalmente, mandou a Policia Civil
do Rio de Janeiro dar uma investigada no caso. e eis que de repente
descobrem um cara na nossa região que seria um dos suspeitos de postar
as fotos no Youtube. Rápido a ação da policia não acham? Por se tratar
de uma celebridade resolveram praticamente o assunto. E a Mara Lúcia
que até hoje ninguem descobriu nada à respeito. Ná época um reporter
famoso, aquele que se intitula "lhes diz" veio cobrir a reportagem
sobre o fato monstruoso em nossa cidade, e voltou para a capital paulista
com a sua "conta bancária" bem gordinha não reportando nadica de nada.
É o que sempre digo : No Brasil quem pode mais chora menos.(Aldo Wellichan)

Aldo Wellichan disse...

Rodas é o maior corrupto já visto até hoje. No episódio dos 3 estudantes da USPpresos no ano passado por estarem fumando maconha tem tudo a ver com ele. Os estudantes querem a saida imediata dele da reitoria da USP cargo que está há de 15 anos. Ele é um dos maiores investidores do mercado imobiliário de São Paulo. Só para termos uma idéia um terreno na Avenida Consolação foi comprado por ele por uma fortuna. Vários apartamentos no chic bairro de Pinheiros ele é proprietário de várias coberturas. Então...Fóra Rodas !!!

Aldo Wellichan disse...

O orçamento anual da USP é o terceiro da Brasil, maior do que muitos estados. São 20 bilhões de reais bancados pelo governo paulista. Fora rodas !!!

Anônimo disse...

HENRIQUE

Eu conheço muito bem o Núcleo de Documentação da USC, desde os tempos de sua fundação, com o Gabriel pelegrina no comando e a terezinha Zanloqui e a Márcia Nava ali ao seu lado. Levantaram aquilo tudo com um esmero nunca visto por aqui e a universidade deu condições para crescerem e comprarem materiais atualizados de acondicionamento para tudo o que iam recebendo de diações. As estantes de lá são modernas e nenhum museu bauruense ainda possui aquilo. Já era hora, mas não possuem. Como conheço aquilo tudo muito bem, adorei essa idéia de tudo ser realocado para aquela casa ali no centro, que voces chamam de Ponce Paz. Ficaria lindo todo o acervo transferido para ali, com aquelas pinturas nas paredes restauradas. No que aquilo é utilizado, só para lançamentos e eventos como o de ontem? Por que o secretário de Cultura não transfere logo tudo para lá? O que falta para isso ocorrer? Vamos criar um movimento para isso.

Alvarenga

Anônimo disse...

Henrique, se a geração de hoje não sente revolta com a sociedade em que vive não é culpa dela, e sim dessa geração que protestou, acomodou e pelegou. Porque fazem mais de 20 anos que esses velhos "militantes e professores" repetem que vivemos a tal democracia, validam esse estado e suas eleições ilusórias, são eles que distorceram um processo histórico, enterraram ideologias, ficam a repetir cartilhas partidárias eleitoreiras, trazem essa falsa sensação de bem-estar, fuderam com a expressão cultural para as massas, nunca o mainstream esteve tão ruim, enterraram os heróis, os pensadores, calaram a crítica, se tornaram covardes, omissos e encastelados no poder público e comendo pelas beiradas do sistema, como querem que alguém se revolte diante de um cenário onde tudo é uma farsa.

Dizem que hoje o Brasil é altaneiro, o meu velho professor Isaías fala de democracia de boca cheia enfiado debaixo de uma mesa na prefeitura vendo tudo e não falando nada, o amigo Duka se refere ao prefeito como "querido e amigo", o Amilton quer jogar sal na nascente se passando por profeta bíblico, a dramaturgia do Roque, o Darcy de guerrilheiro a coveiro do Lamarca, logo chega as eleições e todo mundo vai participar do jogo sem questionar nada do sistema, um querendo passar a perna no outro, tudo pelo voto, dirão que haverá esquerda e direita, um pelos pobres e outro dos ricos, quanta hipocrisia, se algum desses não fosse de uma lado da mesma moeda, aí sim haveria oposição nesses país.

A juventude hoje é o retrato desse ambiente socio-cultural criado por estes "professores", os capitalistas continuam seu trabalho opressor, o problema foram estes que anularam uma luta e sentaram no lado de lá.

Uma chance de mudar o quadro??? Não é pela política, é penetrar no mainstream com cultura crítica, ácida, é assim que moldam-se as consciências de uma época.

Marcos Paulo
Comunismo em Ação

Anônimo disse...

Henrique e mais uma coisa que poucos perceberam nesse fim de semana, o Maldonado, venezuelano que ganhou a corrida da F1, é bolivariano de carteirinha, é bancado pela PDVSA que o colocou na Willians, sempre faz discurso enaltecendo o socialismo e o Chávez, esse piloto é filho de uma luta justa, ideológica, diferente de um certo país que ao invés de buscarem inserirem-se nesse contexto, contentam-se com espetinhos de gato.

Parabéns ao Maldonado e a pátria bolivariana por esse feito e por dar um passo a popularizar um espaço que até então era de uma minoria.

Marcos Paulo
Comunismo em Ação

Anônimo disse...

Cara de pau falar da Venezuela.
Tenho amigos que moraram lá e disseram horrores daquele país.

Mafuá do HPA disse...

Anônimo
Ponha a cara para bater.
Tenho amigos que moram lá e dizem que o país quinze anos atrás era uma zona, onde uma casta fazia e acontecia e o povo chupava o dedo. Hoje ocorre o contrário, essa casta é obrigada a pagar impostos e cumprir a lei e o povo tem moradia, lazer, cultura, saúde e habitação em infinitas melhores condições que antes. Qual acha que é a melhor situação? A de antes ou a de agora? Estou sempre com quem faz algo de concreto para o povo mais necessitado e não para a continuidade do poder dos ricos.
Henrique - direto do mafuá

Anônimo disse...

Caro Henrique - Verdade. Estive na plenária na UNIP ouvindo-o expor sobre sua gestão na Secreetaria. Aberto o debate as questões versaram sobre salários, carreira, classes lotadas, etc. Problemas e dificuldades que todos estamos cansados de saber e discutir. Não houve um questionamento mais sério sobre os rumos da Educação, as grandes metas e planos para os próximos anos, as concepções e linhas de um PROJETO POLITICO-PEDAGÓGICO.
Enfim, aproveitar o momento privilegiado da presença de um Secretário de Estado para uma discussão nessa linha. Eu e o Almir Ribeiro, conversamos um pouco sobre essas coisas e nem tivemos ânimo para levantar essas questões. Vigotsky, Paulo Freire, Freinet, e tantos outros passaram longe dali... Isaias Daiben