segunda-feira, 7 de maio de 2012

PERGUNTAR NÃO OFENDE ou QUE SAUDADE DE ERNESTO VARELA (64)
DECLARAÇÃO QUE NÃO DECLARA E COMISSÃO QUE NÃO COMISSIONA
1.) Adoro vasculhar a imprensa brasileira. Leio de tudo e tento interpretar o que move cada órgão da imprensa brasileira. Quando o fato se dá com as associações corporativas, cresce meu aguçamento e além de tentar entender o que eles estão a dizer nas entrelinhas, tenho apreço especial em demonstrar o jogo de interesses por detrás do balcão (tudo é um grande negócio, não?). Declarações de Associações de Classe publicadas como matérias pagas em jornais é um prato cheio para averiguações outras. No Jornal da Cidade de Bauru, edição de sexta, 04/05 uma intitulada “Declaração de Santiago sobre a Liberdade de Imprensa na América Latina”, assinada por entidades jornalísticas (patronais) de seis países (a do Brasil é a ANJ – Associação Nacional dos Jornais). Reunidos em Santiago do Chile em 27/04 tiram um documento com sete itens, onde demonstram não aceitar algo com o intuito de regular os meios de comunicação, o que chamam de censura e criticam diretamente os países onde existe um movimento contra o uso abusivo de grupos familiares e de poder no comando das grandes corporações jornalísticas. O documento está aí do lado para ser destrinchado. O que chama mais a atenção é o fato de nem mencionarem o caso gritante de conluio entre uma empresa jornalística, no caso a brasileira Abril, da revista semanal veja (minúscula mesmo) com o crime organizado, no caso o bicheiro e meliante Carlinhos Cachoeira. Não é o caso da imprensa produzir matérias ouvindo meliantes e preservar fontes. O meliante produzia tudo, já até pautava a revista. E quase nada além do que Carta Capital e TV Record produzem. E a ANJ não vai se pronunciar sobre esse escândalo? Pelo bem da atividade jornalística se faz necessário uma tomada de posição ou chegarei a conclusão de que aceitam como normal o ocorrido.

2.) O DAE – Departamento de Água e Esgoto de Bauru está mais do que um balaio de gatos. Deixaram virar Casa da Mãe Joana e tudo o que de ruim poderíamos classificar para algo que até a oposição classifica como a “Ex-Jóia da Coroa”. Hoje, uma fonte eterna de dor de
 cabeça. Um cabidão de empregos onde todos querem assumir e colocar lá os seus apaniguados, com altos salários e sem fazer quase nada. Entra e sai presidente e ninguém toca no cerne da questão:  o desmonte de um grupo de funcionário de carreira que joga contra o patrimônio e prega abertamente a privatização e o fato de todos os funcionários em cargo de confiança serem despreparados para ocuparem cargos dentro da autarquia, a requerer gente especializada. Mentalidade tacanha, que apunhala o DAE ao invés de resolver de vez seus problemas. A última novidade é a criação pelo prefeito de uma Comissão de Diagnóstico para em 60 dias dar o veredicto do que de fato acontece com o DAE. Um chefe de gabinete é designado para a função e ele se quiser já no primeiro dia define tudo, promove uma limpa, destitui os terroristas internos, demite os inaptos e apaniguados, traz gente qualificada de fato e dá a guinada que todos esperam. Mas não é isso que acontecerá. Tudo continuará como dantes por lá. É a sina do DAE, penar até minguar. Escolheram isso e falta tudo por aquelas bandas, desde competência, coragem e precisão. Essa Comissão já nasce morta, desqualificada e inoperante.

7 comentários:

Anônimo disse...

Henrique

No caso do DAE, mais que isso, já existe lá um agrupamente regiamente pago pelo contribuinte para discutir as questões do DAE. O diagnóstico dos males do DAE todos sabemos. No acordo quando da eleição do prefeito um dos partidos da base ficou com o DAE. é dele e esse partidso me parece não ter competência para administrar a autarquia. E o prefeito aceita a comodação partidária lá dentro, com gente de vários partidos, cargos com altos salários e sem qualificação nenhuma. Na maioria das vezes fazem política partidária lá dentro, igualzinho ao que voce denunciou aqui que está a ocorrer lá na Casa dos Conselhos. Não estão nem aí para os problemas do DAE. Quando ocorrer a privatização temos que crucificar esses entreguistas de bosta. Eu me exalto, pois o prefeito e todos na Prefeitura sabem que existe lá dentro do DAE um grupo de velhos funcionários de carreira que se acham acima do próprio DAE. Fazem e acontecem ao seu bel prazer. Hoje jogam contra o próprio DAE e ninguém lhes tira o poder. Parecem terem medo do que poderá vir com eles deletados. O DAE precisa de gente com qualidade nos seus postos chaves, gente que enfrente os problemas de frente. Talvez até o pr[oprio presidente atual não seja um mal nome, mas ele se vê com as mãos e pés atados diante de uma situação que não tem autonomia para fazer nada. Não pode demitir ninguém, vê aqueles parasitas lá e tem que tolerar tudo. Vai acabar é se queimando e será bem feito, pois está aceitando a situação imposta a ele. deveria botar a boca no mundo.

Prefiro me manter no anonimato e não prejudicar o Henrique com os meus escritos, mas o DAE está uma vergonha e definhando a cada dia. Aqui encontro um canal de escrever o que ocorre lá dentro. Quero escrever mais.

Anônimo disse...

Hora do Povo, 2 de maio de 2012

Os coiteiros* de “Veja”
por Carlos lopes

Alguns jornais publicaram que o deputado Miro Teixeira irá propor, com base no artigo 207 do Código de Processo Penal, que jornalistas – por exemplo, o parceiro de Carlos Cachoeira, Policarpo Jr., da “Veja” - não pudessem ser convocados à CPMI para depor. Segundo o deputado, o citado dispositivo legal proibiria “o depoimento de testemunha que por ofício tenha de manter sigilo”.

Se for verdade a notícia, trata-se de um engano do deputado. As razões para convocar Policarpo Jr. nada têm a ver com o ofício de jornalista. Pelo contrário, o problema é exatamente que ele usou o suposto ofício de jornalista para atividades estranhas à profissão, isto é, usou-a como fachada para estabelecer conluio com um criminoso. Portanto, não é por suas atividades jornalísticas, mas por suas atividades criminais, que Policarpo Jr. deve ser chamado a depor.

Seria uma original doutrina jurídica a que estabelecesse que jornalistas podem cometer crimes e não depor porque têm de manter sigilo. Muito pelo contrário, a lei não apenas veda a qualquer cidadão – inclusive a supostos jornalistas – a cumplicidade com o crime, como também veda aos jornalistas cometer eles mesmos o crime, inclusive nas suas funções: por exemplo, falsificar ou inventar fatos para difamar pessoas ou golpear instituições, não é jornalismo, mas crime. Pior ainda quando, para isso, se recorre aos préstimos de um bandido – e durante oito anos se acoberta esse bandido.

Segundo: o artigo 207 do Código de Processo Penal diz exatamente o seguinte: “São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho”.

Entre os ofícios que a lei reconhece que devem guardar segredo, não está, certamente, o de parceiro de um criminoso. Nesse caso, inclusive, a “parte interessada” está na cadeia. Não há segredo ou sigilo a preservar. As provas do inquérito da Polícia Federal são públicas. Policarpo Jr. não vai depor sobre nenhum segredo, mas, exatamente, sobre o que já deixou de ser segredo. Logo, o mencionado artigo do Código de Processo Penal não se aplica a ele.

Terceiro, Policarpo Jr. já depôs, em virtude de uma CPI, no Conselho de Ética da Câmara, quando o então deputado André Luiz foi acusado de extorsão ao sr. Carlos Cachoeira no caso da Loterj. No dia 22 de fevereiro de 2005, Policarpo Jr. depôs contra André Luiz, portanto, a favor de Carlos Cachoeira, e não arguiu nem pretextou sigilo, apesar das ligações ocultas que mantinha com o polvo do Centro-Oeste.

Portanto, a argumentação do deputado Miro Teixeira equivale a estabelecer que Policarpo Jr. só pode depor, como já fez, para defender Cachoeira ou atacar seus desafetos. Não seja por isso. Estamos ansiosos para ver Policarpo Jr. defender Cachoeira na CPMI ou atacar os inimigos do bicheiro. O que é mais uma razão para chamá-lo à CPMI. O deputado deveria perceber que dar um salto ornamental nessa fossa não vale algumas linhas na “Veja”, mais suja do que pau de galinheiro, ou seja lá onde for. Até porque essa malta é muito ingrata e não vai ser ela que lhe proporcionará os votos que precisa, e que já estão escassos. O deputado terá de contar com os eleitores – ainda por cima, os do Rio de Janeiro.

“Sobreviver irá exigir da raça humana uma maneira substancialmente nova de pensar”.
Albert Einstein* coiteiro - indivíduo que dá asilo, favorece ou protege malfeitores.

COLADO AQUI PELO PASQUAL - RJ

Mafuá do HPA disse...

meus caros:

Anônimo: Pode continuar comparecendo. Voce não me complica, pois no seu texto uma continuidade do que havia escrito. Quem seriam essas pessoas lá dentro a jogar contra e o tal do Clube do Tudo Pode? Esses nomes ainda não vi em nenhum lugar.

Pasqual: Ótimo esse texto passado por ti, publicado na Hora do Povo. Fico estarrecido com a cara de pau da mídia a defender o que a veja (minúscula mesmo) fez em manter um conluio crimonoso com o Cachoeira e alegar que tudo foi atos entre uma empresa jornalistica e sua fonte. Foi muito além disso, pois Cachoeira influenciava como queria nas matérias a serem publicadas na revista. Ficaram na mão do criminoso e se trornaram tão perigosos quanto ele. E esse jornalista de Brasília que não quer depor na CPI para não expor sua fonte, enrosca-se mais, pois é descoberto que no passado prestou depoimento numa outra VPI, defendeu os interesses do Cachoeira e naquele momento não alegou o que alega agora. Se nada fizermos agora a imprensa num todo sai respingada nesse episódio. Os métodos que sempre gostei de ver em atuação no jornalismo decididamente não são esses.

Abracitos do

Henrique - direto do mafuá

Anônimo disse...

CARO hENRIQUE
ESSA É PARA TODOS ENTENDEREM O QUE É ESSA COMISSÃO DA VERDADE. PASQUAL RJ

COMISSÃO DA VERDADE
A Lei que cria a Comissão da Verdade ( CNV ) foi sancionada pela presidente Dilma Roussef e prevê a apuração das graves violações aos direitos humanos e/ou crimes de lesa-humanidade, entre 1946 e 1988, mas não tem caráter punitivo. A CNV trouxe à tona o debate sobre a necessidade de apurar os crimes praticados pela ditadura militar, amplamente apoiada pelo imperialismo norte-americano e por diversos setores da sociedade, como a TFP – Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade, os principais jornais do país e empresários de todos os ramos.

A CNV tem como tarefa institucional estabelecer as circunstâncias em que aconteceram as mortes, torturas e outros crimes praticados pelos agentes do Estado. Em seu trabalho, a Comissão Nacional da Verdade deverá levar em consideração a íntima relação das elites civis com os ditadores militares desde o golpe que os levou ao poder.

Os membros da CNV deverão ser escolhidos pela presidente Dilma Roussef, com base em critérios como conduta ética e atuação em defesa dos direitos humanos. No entanto, até agora a presidente não nomeou os integrantes da comissão e essa indefinição tem aberto espaço para a ação das forças direitistas contra a comissão.

De um lado, militares, especialmente os da reserva, que mais uma vez tentam intimidar os brasileiros com ameaças como “a história pode se repetir” – onde deixam explícito seu intento de voltar a censurar, prender, torturar e matar. Com esse objetivo, eles têm se organizado, tentando participar da CNV para que a verdade sobre seus crimes permaneça desconhecida do povo brasileiro.

Por outro lado, há um conjunto de ações protagonizadas pela sociedade, especialmente pela juventude, que saiu às ruas abraçando a bandeira da reconstrução da memória, da verdade e da justiça. E o fazem, porque sabem que o capital que sustentou a ditadura é o mesmo que protege os torturadores hoje.

Vale ressaltar que a luta pela verdade e justiça ainda está muito atrasada no Brasil. Basta dizer que, entre os países que integraram a OPERAÇÃO CONDOR ( aliança secreta entre Brasil, Argentina, Chile e Uruguai, orquestrada pelos Estados Unidos, entre os anos de 1960 e 1970, para combater movimentos de esquerda ), só o Brasil não instalou a Comissão da Verdade, nem começou a PUNIR os militares que cometeram crimes de LESA HUMANIDADE.

O Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas ( ONU ) recomendou, em 02 de novembro de 2005, que o Brasil tornasse públicos os documentos relevantes sobre os crimes cometidos durante essa fase do país, RESPONSABILIZANDO SEUS AUTORES. A Corte Interamericana de Direitos Humanos, um órgão da OEA – Organização dos Estados Americanos, já CONDENOU o Brasil por não esclarecer os fatos, não prestar a reparação dos parentes de vítimas, nem PUNIR OS RESPONSÁVEIS PELA REPRESSÃO.

Sabemos que o aparato repressivo da ditadura não foi desmontado totalmente e deixa suas marcas nos milhares de jovens, em sua maioria, negros, exterminados nas favelas e meninas violentadas. Portanto, uma Comissão Nacional da Verdade que faça JUSTIÇA – por meio da luta e do apoio popular – é dar um passo para avançar na construção de uma sociedade comprometida com a MEMÓRIA, com a VERDADE e com a JUSTIÇA. Fonte: Movimento pela Memória, Verdade e Justiça.Maio de 2012.

Anônimo disse...

Henrique
Só vc mesmo para escrever algo sobre essa ANJ em Bauru. Mas que são abusados, isso são, ou melhor, caras de pau.
Ando sumido porque o trampo pegou por aqui nas barrancas do estado de SP
Paulo Lima

Mafuá do HPA disse...

Reproduzi o texto no facebook Jornalistas e eis alguns comentários por lá:

Alcimir Carmo13 de Maio de 2012 10:33

A regulação da mídia é necessária. Regulação não significa censura! Países ditos civilizados como França, Inglaterra, Japão e até mesmo Portugal (nossos colonizadores de outrora) têm agências de regulação. Regular significa jogo com regras. Em democracia, há regras. Os donos da mídia têm que cumprir com as finalidades de veículos de comunicação, sobretudo com a educação, cultura, ética. Em especial, os veículos de concessão que apenas prestam desserviço à cultura. É preciso diferenciar veículo público de privado e governamental. Isso é muito claro nos países civilizados. E ninguém diz por lá que existe censura. Há regulação e respeito aos princípios elementares da democracia. Agora, não é preciso ser especialista para saber que no Brasil acontecem aberrações como propriedade cruzada (o dono de veículos impressos também o é de rádio e tv, internet, alto-falantes...) ! Democratização dos meios, já!
Fabio Rezende13 de Maio de 2012 08:01

Mas enfim, cada um que filtre a realidade pela ideologia que mais lhe aprouver
Fabio Rezende13 de Maio de 2012 08:00

Em depoimento na "seção secreta" da CPMI, o delegado encarregado do caso já desmentiu essa tese. Ou pelo menos que não há qualquer evidência nesse sentido. O "cruzado pela ética do jornalismo" Fernando Collor ficou possesso.

Anônimo disse...

O DAE É O PRATO CHEIO PARA A OPOSIÇÃO, MAS O MICHEL TEMER CHEGARÁ EM BAURU DIA 25 E JUNTO DELE TRARÁ A VERBA DO ESGOTO DE R$ 80 MILHÕES QUE AMENIZARÁ O PROBLEMA NAS COSTAS DO PREFEITO. DAÍ SÓ FALTARÁ A ARRUMAÇÃO ESTRUTUTAL INTERNA NO DAE PARA TUDO CAMINHAR A CONTENTO.
PAULO FILHO