domingo, 16 de setembro de 2012

BAURU POR AÍ (73)

NOROESTE À PROVA DE BALAS – REVISTA, EXPOSIÇÃO E PARTIDA
São 102 anos do Esporte Clube NOROESTE, o maior propagador das coisas de Bauru mundo afora. Nessa semana, além da classificação para a próxima etapa do Campeonato que não leva a Nada, Lugar Nenhum e foi criado para Encher Linguiça, ou seja, para que os times interioranos paulistas não fiquem totalmente desativados do interregno entre o fim dos campeonatos da 1º e 2º Divisão, encerrados no final de maio e o próximo ano. Contem comigo, são sete meses de pasmaceira. Aí inventaram esse campeonato e para não dizerem ser totalmente desprezível, conseguiram que o campeão dispute a Copa do Brasil do próximo ano. É pouco, mas para os times que possuem dinheiro em caixa, como é o caso do Noroeste, até que vale a pena se for numa séria preparação do elenco para algo de útil em 2013. Até duas semanas atrás não avançávamos um passo nesse sentido, com um time apático e um técnico inteligente, porém retranqueiro e que não conseguiu armar um elenco durante todo o tempo em que esteve à frente do Noroeste. Criaram vergonha na cara, trocaram o treinador e logo de cara, um time jogando para a frente e ganhando jogos. De uma classificação que estava meio complicada, tudo se descortinou e o jogo de hoje, o último da primeira fase, contra o já desclassificado Santacruzense (4x1 sem esforço), foi apenas para cumprir tabela. A crítica dos torcedores continua com a mesma intensidade, mas já estamos navegando em outra maré.
Não fui ao jogo, pois no mesmo horário, como bom noroestino estive num outro lugar a reverenciar o nosso vermelhinho. Foi aberta na noite da última sexta, 14/09, no Museu Ferroviário Regional de Bauru uma exposição recontando um bocadinho dessa gloriosa história de 102  anos. Tudo foi feito para culminar com uma belíssima revista, encartada no Jornal da Cidade, a “EC Noroeste – 102 Anos”, projeto gráfico bonito e recontando um pouco dessa saga centenária. Não li, apenas folheei, mas no rescaldo inicial reconheço estar diante de algo belo, bem fundamentado e a merecer efusivos elogios. Uma edição para ser guardada com todo carinho. De cara vejo algo que não considero tão elogioso assim: muito mais da atual administração do que a história propriamente dita do time, as glórias do passado. Do momento atual, confesso, tomo conhecimento de detalhes nunca dantes revelados e hoje esclarecidos. Tinha muita coisa da estrutura interna que faziam questão de esconder, ocultar e hoje, parece terem dado uma escancarada. Isso é bom. Parabéns para a equipe do JC e também para o jornalista Thiago Navarro. Quando me deparo com um produto feito com esse esmero e qualidade, sempre me vem à mente a constante reclamação da diretoria pela falta de gente interessada pelos destinos do time, que poucos anunciam e patrocinam as atividades e iniciativas promovidas. Aí a pergunta: Por que o Jornal da Cidade consegue reunir tanta gente, tantos anunciantes numa só revista e o Departamento Comercial do time não? Tem algo errado num e muito acertado noutro. Não acham isso também? Tudo bem que o JC tem uma força incrível na cidade, mas no mínimo deveriam se espelhar no que foi feito para lançar essa revista e buscar patrocinadores no mesmo esquema. Que consigam aproveitar algo de positivo disso tudo.

A exposição do Museu está muito bonita. Simples, digna e bonita. No vídeo passado numa das paredes, o mesmo que a ESPN fez sobre o Centenário. Bela lembrança, talvez o mais sério feito nesses 102 anos. Participei de algumas fases da gravação e só tenho boas lembranças daquela equipe de jornalistas. No salão de exposição, reunião de troféus, camisas, medalhas, reprodução de textos jornalísticos, banners com algo da história (os mesmos que o SESC fez e usou quando de sua exposição e depois cedeu ao Museu), fotos e poucos objetos. Do Noroeste propriamente dito vieram poucas peças e entendo a justificativa dada pelo time, ouvida por esses dias. “O Noroeste não possui mais quase nada de histórico em suas instalações. De todos os que passaram por aqui, muitos foram levando peças e não sobrou mais nada”, afirma um dirigente. Acredito e sei que isso deve ter acontecido mesmo. Foi bom percorrer as instalações e ir revendo algo mais sobre o glorioso time que escolhi para torcer. Aqui um sincero parabéns para todos os funcionários da Secretaria Municipal de Cultura e os do referido museu (a foto lá de baixo é uma reunião deles todos), que se envolveram com afinco, possibilitando o que está sendo apresentado hoje ao público bauruense. Hoje pela manhã, estive no Museu e o vi cheio, pois durante toda a manhã o projeto Ferrovia para Todos estava em pleno funcionamento e trazendo e renovando o público, todos vindo diretamente do ponto inicial do passeio férreo, a Feira do Rolo. Todos os visitantes receberam a revista e puderam conhecer alguma valiosas peças. Esse time, que leva o nome da antiga Noroeste do Brasil no nome não poderia ter outro lugar tão apropriado como nosso Museu Férreo para abrigar algo sobre sua história. Duas férreas presenças na história de Bauru.

Quando afirmo ser o Noroeste o maior divulgador das coisas de Bauru mundo afora, faço questão de deixar registrado exemplos vivos disso. Na última sexta, 14/09, no Teatro Municipal de Bauru aconteceu um grandioso evento, a “Bachiana Filarmônica SESI SP”, sob a regência do maestro João Carlos Martins. Em dois momentos Martins fez questão de exaltar o Noroeste. Na primeira, ainda pela manhã, numa entrevista ao vivo no programa do Franco Jr, na Auri-Verde, durante um certo momento ao falar da cidade disse: “Torço muito para que Noroeste aí de vocês volte para a 1º Divisão do Paulista”. Na segunda, foi quase ao final de sua apresentação, pouco antes do bis, quando provoca palmas da plateia ao dizer: “O Noroeste merece voltar para a 1º Divisão”. Do que vi por lá, deixo aqui um curto vídeo da apresentação de Martins regendo o “Libertango”, do Astor Piazzolla. Da troca feita, não ter ido ao jogo e ter ido ao museu, nada a lamentar, afinal em ambos os lugares, o Noroeste em evidência.

6 comentários:

Anônimo disse...

Henrique
Quem é o jogador do quadro? Não consigo me lembrar...
Daniel Carbone

Reynaldo disse...

Henrique meus parabens pela materia..E uma pena que esta faltando material do Norusca para exposicao no Museu...Alias pelo tempo de existencia do clube, com certeza muito material foi levado embora.Abracos

Mafuá do HPA disse...

Meus caros:
O jogador do quadro, segundo o pessoal do museu é o BONFIM, não o com passagem pelo Noroeste recentemente, claro, mas como a faixa demonstra, jogou anos 60 e 70.
Já para ti, caro Reynaldo, obrigado pela reprodução do texto também lá no seu blog. E muita coisa o museu está recebendo de doação e poderemos incentivar para que monte um acervo específico para as coisas noroestinas.
Um abraço a ambos do
Henrique - direto do mafuá

Reynaldo disse...

Eu e que tenho que agradecer por voce permitir que eu possa postar os seus otimos textos la no Blog do Norusca. Sinceramente eu nao acredito que pessoas estejam interessadas em doar alguma coisa para o Noroeste. O torcedor informado nao se afina com este pessoal.Eles irao ter que trabalhar muito pra reverter esta situacao.Abracos

Reynaldo disse...

Henrique , tomara que de certo a sua ideia. E muito mais facil desta forma, pois la no Noroeste nao vinga nada. Algum tempo atras disseram que a USC de Bauru iria ajudar a montar um museu la na sede do clube.O tempo passou e nada aconteceu...So promessas. Com uma boa divulgacao na midia de Bauru,com certeza as pessoas que tem algum material do Noroeste farao doacoes.
Abracos

Mafuá do HPA disse...

Reynaldo
Inicialmente as pessoas poderiam doar diretamente para o Museu Ferroviário, pois o Noroeste tem ferrovia no nome, inclusive a maior delas. Conversando com o pessoal do museu eles podem ceder de início uma sala para abrigar tudo o que for sendo doado e depois, sentindo a amplitude da coisa, eles mesmos criariam e ampliariam esse espaço. A própria estação da NOB, ali na Praça Machado de Mello, que a Prefeitura comprou pode ter uma daquelas salas reverenciando o Noroeste. Dependendo de como for feita a coisa, muita gente que tem objetos, peças, camisas, chuteiras, meias, fotos e tudo o mais pode ir se sendibilizando e doando. Não é mesmo uma boa idéia? Vamos amadurecer isso juntos e repassar para os do museu.

Tempos atrás, quando o celso Zinsly era dirigente, havia proposto a ele reformar um vagão desses antigos e colocar lá, criando um museu lá dentro. Ele se foi e com ele a idéia. O Noroeste já teve algo nesse sentido, um bondinho, que pegou fogo e foi detonado. Daria para se pensar em algo assim por lá, pois o atual mandatário do time tem grana, mas não sei se isso vinga. Nem sei se eles também teriam como manter algo assim preservado.

São idéias. Mas a da sala no museu acho que é imediata. Posso ver já com o pessoal do museu quem já doou algo agora, pois sei que fizeram e irmos divulgando os nomes. A imprensa também poderia colaborar, fazendo a divulgação tanto dos que doaram, como solicitando doações.

Um abracito bauruense meu caro Reynaldo. Tua foto internacional lá na revista tá muito legal. Você ganhou o reconhecimento da nação noroestina porque demonstra um carinho e maor pelo time, mantido mesmo a distância e de forma grndiosa, dessas de impressionar.

Henrique - direto do mafuá