terça-feira, 12 de março de 2013

ALGO DA INTERNET (69) 

MÍDIA NÃO DIVULGA, MAS SEMANA LATINOAMERICANA LOTA – SÃO OS OUTROS MEIOS

O Colégio D’Incao é um caso a parte dentre os particulares de Bauru e os motivos são muitos. Cito alguns. Todos indistintamente preparam seus alunos para adentrarem o mercado de trabalho e passarem nos vestibulares, mas nesse existe um algo a mais, existe uma preparação do ser humano enquanto indivíduo social, ser pensante e pulsante. Se existe outro fazendo essa preparação desconheço. O diretor do colégio, Carlos D’Incao é um assumido e convicto marxista e mesmo comandando uma empresa aos moldes capitalistas, produz algo diferenciado e seus alunos e familiares percebem isso. Não existem vagas disponíveis, tudo lotado, mesmo sendo uma das mais caras da cidade e assim sendo, a publicidade feita é via internet ou por outdoors espalhados na cidade, nunca em anúncios nos meios de comunicação. Isso atrai elogios e também alguns problemas, nada que dificulte a navegação da nau. 

Nessa semana, sob a organização do professor de História Paulo Neves a realização de mais uma Semana Latinoamericana e aqui outro diferencial. Outros podem fazer algo com o mesmo nome, mas não com os mesmos convidados. Nesse a coragem de buscar nomes que realmente façam a diferença e não venham repetir a ladainha neoliberal dentro dos corredores da escola. Talvez resida justamente aí um dos motivos da pífia divulgação do que está a ocorrer de grandioso por lá, mesmo trazendo nomes como o de Gilberto Maringoni, Carlos Latuff e William Wagber. Na programação completa uma alteração, pois hoje, terça, Latuuf teve problemas com seu voo do Rio para cá e sua palestra foi adiada. Ei-la como ficou completa, com horário sempre às 20h:
11/03, o jornalista e escritor Gilberto Maringoni, sobre Venezuela.
12/03, o professor e diretor do colégio, Carlos D’Incao sobre Cuba.
13/03, o professor Max San Martin, da Unesp Bauru.
14/03, o professor Luís Fernando, da Unesp bauru
18/03, o jornalista Wagner William, da Tv Record e Revista Brasileiros sobre a Operação Condor
19/03, o chargista e ativista político Carlos Latuff


Quero tecer breves comentários sobre os três convidados vindos de fora. Maringoni por ser bauruense dispensa apresentação e por seu envolvimento histórico com a causa do governo bolivariano de Hugo Chávez, tornou-se uma referência quando o tema A Venezuela de Hoje está à baila. Figura de ponta, excelente oportunidade de ampliação de conhecimento. Com Wagner William o destrinchar de algo ainda mal resolvido no país, a Operação Condor, envolvendo militares de vários países latinos, época das ditaduras militares, em operações de troca e sequestros de prisioneiros. Numa excelente matéria para a revista Brasileiros, publicada em dezembro de 2012, o relato em minúcias de um desses casos e aqui a revelação de um algo mais dos bastidores de tão macabra história. Carlos Latuff volta pela 3º vez ao D’Incao e pela 4º em Bauru, também dispensando apresentações, pois além de ser um ativista, pode ser considerado como alguém com algo hoje transformado em bomba relógio: um autêntico subversivo vivenciando isso nas 24h do seu dia a dia. A ebulição em pessoa e no contato com estudantes, a real possibilidade deles tirarem muitos proveitos do contato.

Se a divulgação não ocorre pelos meios normais, que tudo ocorra pelos meios anormais, ou seja, desde o boca a boca até os meios internéticos. O bonito disso tudo é ver a concretude de um algo novo despontando no horizonte e desbancando os meios de comunicação tradicionais, pois hoje em dia, como esses deixaram de cumprir o papel informativo, substituindo-o pelo da divulgação do que lhes interessa, meios outros foram criados e quando se chega num evento como esse e a casa está mais do que cheia é a contatação de que a transformação já começou. E será cada vez mais assustadora daqui para frente. Ainda bem...

3 comentários:

Anônimo disse...

Henrique

Isso que voce descreve pode estar ocorrendo e acho que até vai continuar e se estabelecer a longo prazo, mas ainda é insipiente. A imprensa atual é tudo isso que voce descreveu, ela continua se achando e nos informa muito mal, é tendenciosa e nos passa a sua visão e não a informação como de fato ocorreu. O domo do negócio determina o que deve e o que nã o deve ser repassado ao público. Uma merda isso e isso eles chamam de liberdade de imprensa. Para mim tem outro nome, irresponsabilidade. o jornalismo de hoje é ruim e perde credibilidade e leitores. Quem ganha com isso são os novos espaços, principalmente os do meio da internet. Acho que cada vez ganha mais espaço essa divulgação por outros meios que não os dos meios de comunicação normais, como jornal, rádio e TV. é do conhecimento de todos eventos que lotam e nenhuma linha havia saído em jornal, rádio ou TV. Incentivo isso, pois precisamos fazer com que os donos do negócio de hoje percebam que o tempo deles está chegando ao fim e se não abrirem os olhos daqui a pouco somente uma reduzida parte da população vai buscar saber o que fazer e se informar através deles. Que a tal Semana lote mesmo e outros, muitos outros eventos sigam o mesmo caminho, mais oxigenado. Só acho que o processo é demorado e ainda vai levar um tempo para tudo estar definitivamente alterado.

André Ramos

Anônimo disse...

Putz... inacreditável perder este ciclo de palestras...mas será que a assessoria da escola soltou o release??

Camys Fernandes - jornalista

Anônimo disse...

Henrique

Isso que voce diz aqui volta a ocorrer e vi o local cheio, transbordando de gente.

O percursionista Tiãozinho está necessitando de um transplante e da ajuda dos amigos. Eles se reuniram e divulgaram no boca a boca e pela internet, inclusive com a sua ajuda, e o resultado foi que o Aldeia Bar estava ontem a noite lotado. Um a galinhada e músicos de Bauru se revezando para ajudar o músico. Até os que não puderam ir, como o técnico de basquete, o Brabosa e o ex-vereador Ávila, deixaram recados que querem ajudar e vi lá que os organizadores estarão dispondo de um conta para essa finalidade.

Nada saiu na imprensa convencional e só na alternativa. E tudo bombou, mesmo sem que nada tenha sido visto, lido ou ouvido pelos meios de comunicação tradicionais. é isso mesmo, meu caro Henrique, as coisas estão mudando.

Carlos Pereira