quarta-feira, 6 de março de 2013

OS QUE SE FORAM e OS QUE SOBRARAM (44) e MÚSICA (98)


ABRIR O APETITE PELO E PARA O IMPOSSÍVEL – CHÁVEZ FEZ ISSO E POR ISSO É ODIADO
"Aos que me desejam a morte eu lhes desejo muita vida para que sigam vendo como a Revolução Bolivariana vai seguir avançando de batalha em batalha, de vitória em vitória", Comandante Hugo Chávez". Comprei hoje os dois jornalões paulistas, Folha e Estado, textos negativistas e a melhor primeira página (conteúdo idem) vista até agora é a do argentino Página 12.

A DEMONIZAÇÃO DE CHÁVEZ - por EDUARDO GALEANO
"Hugo Chávez é um demônio. Por quê? Porque alfabetizou 2 milhões de venezuelanos que não sabiam ler nem escrever, apesar de viverem em um país que tem a riqueza natural mais importante do mundo, que é o petróleo. Eu vivi nesse país por alguns anos e sabia muito bem o que era. A chamam de "Venezuela Saudita" por conta do petróleo. Havia 2 milhões de crianças que não podiam ir às escolas porque não tinham documentos. Aí chegou um governo, esse governo diabólico, demoníaco, fazendo coisas básicas, como dizer "As crianças devem ser permitidas nas escolas com ou sem documentos." E então caiu o mundo: isso é a prova de que Chávez é um malvado malvadíssimo. Já que tens essa riqueza, e graças à guerra no Iraque o petróleo passou a ser cogitado em um preço muito alto, ele quer se aproveitar disso para fins solidários. Quer ajudar os países sul-americanos, especialmente Cuba. Cuba envia médicos, ele paga com petróleo. Mas esses médicos também foram uma fonte de escândalo. Dizem que os médicos venezuelanos estavam furiosos pela presença desses intrusos trabalhando nos bairros pobres. Na época em que eu vivia lá como correspondente da Prensa Latina, nunca vi um médico. Agora sim há médicos. A presença dos médicos cubanos é outra evidência de que Chávez está na Terra de visita, porque ele pertence ao inferno. Então, ao ler a notícia, deve-se traduzir tudo. O demonismo tem essa origem, para justificar a máquina diabólica da morte." HASTA LA VICTORIA SIEMPRE!

ALGO SÓ MEU: Num dia de muita dor, não tenho muito que escrever, só a lamentar. A lamentação não vem dos detestáveis de sempre, dos que não enxergam um palmo diante do próprio nariz e criticam simplesmente por serem papagaios de pirata, repetidores contumazes de tudo o que a mídia reproduz, sem se importarem em verificar a veracidade do divulgado, mas de segmentos da própria esquerda, bem definidos para mim, como desorientados, desnorteados e destrambelhados, por nunca tendo feito nada na vida além de teorizar, nunca vivenciaram nenhuma ação empreendedora de fato, nunca o algo que defendem tiveram (ou terão) uma ação sequer, um exemplo de concreto para citar, vivem negativando todas as reais experiências existentes e o fazem com frases lapidares, algo retórico, sem sentido, sem nexo, sem um mínimo de embasamento vivencial. Produzem só isso: “O luto não deve ser motivo para não fazer uma reflexão crítica” ou “não tenho, não quero e não aceito comandantes” ou mesmo “ é a burguesia quem perdeu um dos seus dirigentes mais importantes desse século”. Sinceramente, não existe como lutar ao lado de gente assim, pois não constroem nada e ajudam a desconstruir o pouco que está sendo feito por corajosos a enfrentar os perigos do fazer, do realizar, diante da quase totalidade do mundo capitalista, neoliberal ou envolvida em governos corruptos e fascistas. Meus pés continuarão sempre nos chão e ao lado de gente como Chávez.
Obs.: A foto do boneco de c Chávez é minha, tirada no estúdio do desenhista REP, em Buenos Aires, julho 2012.

Encerrando, deixo uma pergunta postada hoje pelo amigo e professor Tauan: “Voces sabem o que João Goulart, Yasser Arafat e Hugo Chavez têm em comum?”. Se existe uma música para expressar o que sinto nesse moneto é uma de Nelson Cavaquinho, o "Espinho e a Dor", com uma lapidar frase: "TIRE O SEU SORRISO DO CAMINHO/ QUE EU QUERO PASSAR COM A MINHA DOR..." (vejam aqui: http://www.youtube.com/watch?v=qY7g_uSgysE). Me deixem quietinho no meu canto, pois minha companhia hoje será péssima para todos (as).

4 comentários:

Anônimo disse...

Henrique

Boa escolha para curtir esse momento de dor pela perda de uma grande figura, um que de fato transformou seu país, estava tirando os miseráveis de um estado de aceitação pela sua condição. Ele será lembrado sempre. Importante agora é fazer o Bolivarismo vencer as eleições daqui há trinta dias. Todos unidos nesse sentido.

Divisões existem por todos os lugares. Aqui onde trabalho vivencio uma cruel. Não existe unidade nem entre os que dela necessitam. Daí sermos fracos e oprimidos. Do contrário seríamos fortes, libertos.

André Ramos

Anônimo disse...

Morreu um filho de Bolivar ! Morreu um nacionalista revolucionário latinoamericano!
!Pa'lante camaradas! A Revolução Bolivariana vive e seguirá vivendo!
"Aos que me desejam a morte eu lhes desejo muita vida para que sigam vendo como a Revolução Bolivariana vai seguir avançando de batalha em batalha, de vitória em vitória...” Chávezem vitória" - Comandante Hugo Chávez"
As Brigadas Populares do Brasil unem-se à dor do povo irmão da Venezuela e de toda Nossa América perante a notícia do falecimento do Comandante Hugo Rafael Chávez Frías.
Recordarmos a sua coragem, seu espírito solidário, seus ensinamentos e suas lutas ao lado dos povos venezuelano, latino-americano e caribenho e, sobretudo o seu exemplo, que manterá o Comandante Chávez vivo nos caminhos que percorreremos pela libertação nacional rumo ao socialismo.
O momento é de firmeza, solidariedade e defesa da Revolução Bolivariana da Venezuela. Não é tempo de chorar, mas de batalhar. Que esta dor se converta em mais revolução, mais socialismo, mais batalha, mais unidade.
Chávez Vive!
Viva a Revolução Bolivariana!
Viva o povo de Bolívar!

Coordenação Política Nacional das Brigadas Populares - Brasil
Brasil, 05 de março, 2013

postado por Pasqual Macariello - RJ

Anônimo disse...

O porquê do ódio a Chávez

Ignácio Ramonet - 05/10/2012
Ele cumpriu a promessa de governar para as maiorias e mostrou que a História não tinha terminado. Por isso (não por seus erros) oligarquias o detestam…
Por Ignacio Ramonet e Jean-Luc Melenchon | Tradução: Daniela Frabasile

Hugo Chávez é, sem dúvida, o chefe de Estado mais difamado no mundo. Com a aproximação das eleições presidenciais de 7 de outubro, essas difamações tornam-se cada vez mais infames, em muitos países. Testemunham o desespero dos adversários da revolução bolivariana frente à perspectiva (que as pesquisas parecem confirmar) de uma nova vitória eleitoral de Chávez.

Um líder político deve ser valorizado por seus atos, não por rumores veiculados contra ele. Os candidatos fazem promessas para ser eleitos: poucos são aqueles que, uma vez no poder, cumprem tais promessas. Desde o início, a proposta eleitoral de Chávez foi muito clara: trabalhar em benefício dos pobres, ou seja – naquele momento – a maioria dos venezuelanos. E cumpriu sua palavra.

Por isso, este é o momento de recordar o que está verdadeiramente em jogo nesta eleição, agora que o povo venezuelano é convocado a votar. A Venezuela é um país muito rico, pelos fabulosos tesouros de seu subsolo, em particular o petróleo. Mas quase toda essa riqueza estava nas mãos da elite política e das empresas transnacionais. Até 1999, o povo só recebia migalhas. Os governos que se alternavam, social-democratas ou democrata-cristãos, corruptos e submetidos aos mercados, privatizavam indiscriminadamente. Mais da metade dos venezuelanos vivia abaixo da linha de pobreza (70,8% em 1996).

Chávez fez a vontade política prevalecer. Domesticou os mercados, deteve a ofensiva neoliberal e posteriormente, graças ao envolvimento popular, fez o Estado se reapropriar dos setores estratégicos da economia. Recuperou a soberania nacional. E com ela, avançou na redistribuição da riqueza, a favor dos serviços públicos e dos esquecidos. Políticas sociais, investimento público, nacionalizações, reforma agrária, quase pleno-emprego, salário mínimo, imperativos ecológicos, acesso à moradia, direito à saúde, à educação, à aposentadoria… Chávez também se dedicou à construção de um Estado moderno. Colocou em marcha uma ambiciosa política de planejamento do uso do território: estradas, ferrovias, portos, represas, gasodutos, oleodutos.

Na política externa, apostou na integração latino-americana e privilegiou os eixos sul-sul, ao mesmo tempo que impunha aos Estados Unidos uma relação baseada no respeito mútuo… O impulso da Venezuela desencadeou uma verdadeira onda de revoluções progressistas na América Latina, convertendo este continente em um exemplo de resistência das esquerdas frente aos estragos causados pelo neoliberalismo.

Tal furacão de mudanças inverteu as estruturas tradicionais do poder e trouxe a refundação de uma sociedade que até então havia sido hierárquica, vertical e elitista. Isso só podia desencadear o ódio das classes dominantes, convencidas de serem donas legítimas do país. São essas classes burguesas que, com seus amigos protetores e Washington, vivem financiando as grandes campanhas de difamação contra Chávez. Até chegaram a organizar – junto com os grandes meios de comunicação lhes que pertencem – um golpe de Estado, em 11 de abril de 2002.

Estas campanhas continuam hoje em dia e certos setores políticos e midiáticos encarregam-se de fazer coro com elas. Assumindo – lamentavelmente – a repetição de pontos de vista como se demonstrasse que estão corretos, as mentes simples acabam acreditando que Hugo Chávez estaria implantando um “regime ditatorial no qual não há liberdade de expressão”.

continua...

Anônimo disse...

continuação...

Mas os fatos são teimosos. Alguém viu um “regime ditatorial” estender os limites da democracia em vez de restringi-los? E conceder o direito de voto a milhões de pessoas até então excluídas? As eleições na Venezuela só aconteciam a cada quatro anos, Chávez organizou mais de uma por ano (catorze, em treze anos), em condições de legalidade democrática, reconhecidas pela ONU, pela União Europeia, pela OEA, pelo Centro Carter, etc. Chávez demonstrou que é possível construir o socialismo em liberdade e democracia. E ainda converte esse caráter democrático em uma condição para o processo de transformação social. Chávez provou seu respeito à vontade do povo, abandonando uma reforma constitucional rejeitada pelos eleitores em um referendo em 2007. Não é por acaso que a Fundação para o Avanço Democrático [Foundation for Democratic Advancement] (FDA), do Canadá, em um estudo publicado em 2011, colocou a Venezuela em primeiro lugar na lista dos países que respeitam a justiça eleitoral.

O governo de Hugo Chávez dedica 43,2% do orçamento a políticas sociais. Resultado: a taxa de mortalidade infantil caiu pela metade. O analfabetismo foi erradicado. O número de professores, multiplicado por cinco (de 65 mil a 350 mil). O país apresenta o maior corficiente de Gini (que mede a desigualdade) da América Latina. Em um informe em janeiro de 2012, a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal, uma agência da ONU) estabelece que a Venezuela é o país sulamericano que alcançou (junto com o Equador), entre 1996 e 2010, a maior redução da taxa de pobreza. Finalmente, o instituto estadunidense de pesquisa Gallup coloca o país de Hugo Chávez como a sexta nação “mais feliz do mundo”.

O mais escandaloso, na atual campanha difamatória, é a pretenção de que a liberdade de expressão esteja restrita na Venezuela. A verdade é que o setor privado, contrário a Chávez, controla amplamente os meios de comunicação. Qualquer um pode comprovar isso. De 111 canais de televisão, 61 são privados, 37 comunitários e 13 públicos. Com a particularidade de que a parte da audiência dos canais públicos não passa de 5,4%, enquanto a dos canais privados supera 61%… O mesmo cenário repete-se nos meios radiofônicos. E 80% da imprensa escrita está nas mãos da oposição, sendo que os jornais diários mais influentes – El Universal e El Nacional – são abertamente contrários ao governo.

Nada é perfeito, naturalmente, na Venezuela bolivariana – e onde existe um regime perfeito? Mas nada justifica essas campanhas de mentiras e ódio. A nova Venezuela é a ponta da lança da onda democrática que, na América Latina, varreu os regimes oligárquicos de nove países, logo depois da queda do Muro de Berlim, quando alguns previram o “fim da história” e o “choque de civilizações” como únicos horizontes para a humanidade.

La Venezuela bolivariana es una fuente de inspiración de la que nos nutrimos, sin ceguera, sin inocencia. Con el orgullo, sin embargo, de estar del buen lado de la barricada y de reservar los golpes para el malévolo imperio de Estados Unidos, sus tan estrechamente protegidas vitrinas del Cercano Oriente y dondequiera reinen el dinero y los privilegios. ¿Por qué Chávez despierta tanto resentimiento en sus adversarios? Indudablemente porque, tal como lo hizo Bolívar, ha sabido emancipar a su pueblo de la resignación. Y abrirle el apetito por lo imposible.

A Venezuela bolivariana é uma fonte de inspiração da qual nos nutrimos, sem fechar os olhos e sem inocência. Com orgulho, no entanto, de estar do lado bom da barricada e de rerservar nossos ataques ao poder imperial dos Estados Unidos, seus aliados do Oriente Médio, tão firmemente protegidos, e qualquer situação onde reinem o dinheiro e os privilégios. Por que Chávez desperta tanto rancor em seus adversários? Sem dúvida, porque, assim como fez Bolívar, soube emancipar seu povo da resignação. E abrir o apetite pelo impossível.

postado por Pasqual Macariello - RJ