terça-feira, 25 de novembro de 2014

FRASES (124)


PEQUENOS E GRANDES GOLPES – DE COMO ESTAMOS TODOS ENVOLVIDOS
Fico cada vez mais estupefato com os pequenos golpes que vejo ir ocorrendo bem ao nosso lado. Ontem um dileto amigo me disse no portão de sua casa de como é bem claro com vizinhos, parentes e amigos que lhe pedem para endossar ou avalizar papéis e contratos variados. Ele é direto: “Não. Primeiro porque não quero ter dor de cabeça e depois porque quero continuar sendo seu amigo”. A pessoa retruca: “Mas você acha que, logo eu lhe darei trabalho?”. Sua resposta é de doer: “Sim, e você acha que os outros que me pediram eram o que meus? Todos conhecidos e hoje não sou mais amigo de nenhum deles”. Isso não me faz continuar recebendo pedidos dessa natureza. Em primeiro lugar sei o quanto a vida está dura e entendo tudo. Minha saída não é clássica, é a mais pura realidade: “Tenho o nome inscrito em todos os SPCs da vida e não poderia fazê-lo mais por estar já impossibilitado por esses, que rejeitam meu nome já de cara”. Quando diante de um amigo (a) em situação de necessidade, não tenham a menor dúvida, deixo de pagar uma conta, de fazer uma viagem, de comprar algo para mim e ajudo de bate pronto. Mas como nem sempre tenho muito, minha ajuda é quase imperceptível. Levo sempre em conta que o mundo do faz de conta é uma coisa e o da vida real bem outro.

Mas não é disso que quero escrever. Tem um casal de conhecidos meus passando por um perrengue por causa de confiar no semelhante. Eu quero continuar acreditando e continuo agindo assim, mesmo ciente de que muitos hoje em dia já estão mais do que contaminados por esse mundo onde as sacanagens prevalecem. Conto a historinha deles. Não são daqui e sim, de longe, lugar incerto e não sabido (em Bauru isso não existe, terra de gente da melhor estirpe). Montaram lá uma publicação mensal e tiveram sucesso. Querendo ampliar a coisa pegaram uma pessoa conhecida para agenciar a venda das publicidades. A dita cuja vendeu horrores, uma enormidade e a revista ficou toda cheia de belos anúncios, engordou até no número de páginas. Passado pouco mais de um mês e a conta chegou. Clientes começaram a ligar sobre umas comprinhas feitas pela representante da revista em seus estabelecimentos, tudo em nome da revista. Foram verificar e em quase todos os estabelecimentos ela vendia o anúncio, mas já deixava ele integralmente comprometido. Junto fazia compras acima do valor e para serem quitados pela revista. Foram somar tudo na ponta do lápis e o rombo foi tão grande que a revista foi obrigada a parar de circular.

Foram questionar a até então vendedora. A mesma não assumiu nada, disse que era bom tudo se findar por ali, sem reclamações e todos de bico calado, pois ela havia trabalhado esse tempo todo sem registro em carteira. E assim foi feito, meus conhecidos assumiram a pinimba e calaram o bico. Hoje, as duras penas tentam saldar o buraco e faz dois meses que a revista não circula. A cidade, pelo que sei lá deles, se recente da falta da circulação da mesma, mas querem antes saldar todos os penduricalhos deixados por tão zelosa e prestativa vendedora, que além de suas comissões, ficou com todo o lucro angariado e ainda saiu também por cima da carne seca. Quem está errado nesse imbróglio, quem contratou e não registrou ou quem ganhou o combinado, mas fez questão de ficar com algum a mais? Eu não sei e nem quero saber, mas não é isso que me fará pegar total desapego pelo ser humano. Essa habilidade extra-sensitiva e altamente profissional, todas angariadas na convivência do dia a dia usual desses tempos é a coisa mais corriqueira desse mundo. Fazem parte de um mundo onde cada vez as relações trabalhistas estão se fragilizando, tudo feito no improviso e daí, terreno mais que fértil para surfistas de terra e mar.

Quem nunca passou por situação mais ou menos parecida que atire a primeira pedra... E que dizer dos que ainda cem no do Bilhete Premiado? Nesse mundo onde o deus dinheiro é tudo, ver gente entrando bem por querer ganhar algum mais fácil que todos é demais. É para rir e não motivo para prender. Seu aplicador um verdadeiro artista.

3 comentários:

Anônimo disse...

Fico com o posicionamento do seu "dileto amigo" ...e ponto final!
Antonio Carlos Pavanato

Anônimo disse...

Também teve o golpe de votar no PT para barrar a direita.
Almir Ribeiro

Henrique disse...

Esse caro Almir, ainda está em curso e a direitona quer pegá-la de tudo quanto é jeito. Deve ser ao menos sinal de que algo de bom seu governo produziu, pois não a perseguiriam assim do nada. Esse o lado bom da coisa. E quem a persegue é infinitamente pior que ela e vc bem sabe disso.
HENRIQUE - direto do mafuá