UMA MÚSICA (115)

COMENDO NUM LUGAR MAIS DO QUE MUSICAL - VIVA O MÚSICO BAURUENSE!

O restaurante Rubon Comida Di Buteco está nas paradas de sucesso não faz tanto tempo assim. Mas chegou e arrasou, pois trouxe consigo uma proposta mais do que deliciosa quando devidamente implantada. Ele aliou a boa comida, produção do próprio Rubon, após os aprendizados da vida, aliados ao do Curso de Culinária do SENAC. Diplomado, o gajo deixou de fazer comida de graça para os amigos e montou seu próprio negócio. Virou festa. Festa porque a comida é realmente boa (hoje sai de lá quase guinchado) e depois, o cara encampou desde a abertura uma ótima ideia, a de valorizar o músico bauruense. Sua casa inicialmente abria mais para almoço e aos finais de semana, sempre com variados músicos se apresentando no até então acanhado espaço.

A coisa foi crescendo e meses atrás nasceu mais um amplo salão e lá no fundo um lugar sempre reservado para as apresentações musicais. Rubon nunca abriu mão disso. Dessa forma foi juntando a nata musical da cidade. Ali já rolou de tudo um pouco, desde chorinho, samba, muita MPB, rock, instrumentais variados, jazz, boleros, gafieira e coisas outras que até deus duvida e achávamos que ninguém mais tocasse por essas plagas. Além da boêmia mais qualificada (sic) que essa cidade poucas vezes consegue juntar em algum outro estabelecimento do ramo. Pois lá no Rubon tocam muito e ele vai redescobrindo gente e acordes novos, renovando o pessoal no seu palco. Tanto que, o horário também se ampliou e hoje praticamente todo santo dia tem som ao vivo e sempre com uma programação pra lá de seleta. Todo mundo acabou se juntando por lá e ali virou point e reduto de duas coisas, dos inesquecíveis assados do Rubon e da boa música.

Tem quem só apareça após dar uma espiada em quem vai tocar e para isso tem a divulgação constante pelas redes sociais. Mas existem também aqueles que, não querem nem saber de quem vai estar tocando. Vão e só tomam conhecimento de quem está no palco na hora da chegada e dos acordes ouvidos. Decepção não acontece nunca, pois o time que tem por lá se apresentado é de primeira linha e todos tocando a fina flor da boa música (a maioria o faz por osmose). Lá não entra coisa ruim, repertório fraco e estilo lenga lenga. Nem se faz necessário citar que tipo de música seja essa, pois como em Bauru existe espaço para tudo e todos, ali já está estabelecido o estilo único de som permitido e possibilitado. Existe uma espécie de decreto fixado na mente dos frequentadores e que o cliente já saca logo no primeiro acorde: "Ôpa, aqui o buraco é mais embaixo. Aqui o buraco é quente e o rola rola é feito com sapiência".

Hoje estava lá a dupla NETO AMARAL no teclado e LUANA CORTEZ e num dos intervalos ouvi da boca dele: "Adoro tocar para a Luana, pois ela possui um belo repertório e uma voz incrível". Nem precisa dizer que todos concordam com isso e endossam embaixo. Da comida da casa só elogios, pois o cara além do trivial, que já é um luxo só, faz sempre uns dois ou três assados, estilo da que comi lá hoje, costela de boi ou de porco, ambas quase derretendo, macias e impossíveis de serem digeridas sem aquela cevada bem gelada. Sábado o que ferve por lá também é uma suculenta feijoada, que com música não cai muito bem, cai é ótimo. E com a música rolando ao lado, aquilo é uma santa perdição.

Encerro essa sabadal conversa fiada com um baita de um elogio para os donos do estabelecimento. Os caras sacaram, coisa de um estalo, desses que temos e alguns o levam em consideração ou esquecem. Rubon teve o toque e concretizou a idéia. Ele tinha azulejado toda a parede do salão principal da casa com aqueles bem grandões e está produzindo numa placa de compensando do tamanho do mesmo e depois fixando por cima da peça, verdadeiras obras de arte com a imagem dos músicos bauruenses que por lá já passaram. O salão vai tomando cara de museu, com as homenagens já feitas, uma mais bonita que a outra. Tudo coladinho na parede e pouca coisa fora do lugar, em cima de uma mesa e aguardando o movimento diminuir para serem colados. Mais bonito que tudo são os próprios homenageados, que quando passando por ali para novas apresentações ou mesmo bebericagens acabam se deparando com suas imagens nas paredes e autografam a mesma. Está virando algo ao avesso da tal da Calçada da Fama. Rubon instituiu a Parede da Fama, mas só de homenagens aos músicos de Bauru. Reproduzo algumas que consegui fotografar hoje por lá e volto daqui há um ano para ver se a parede já estará ou não lotada.

Em tempo: O nome do artista que faz os trabalhos é JOÃO GIMENEZ e não o conheço. Quem souber algo dele, a técnica utilizada e até deixar seu telefone de contato para divulgação e prováveis interessados disso em outras paragens, basta comentar por aqui. Queria conhecê-lo...

A casa do Rubon é um desses lugares onde a gente se sente em casa. Eu adoro ir lá e só não vou mais porque, felizmente Bauru vive um bom momento de expansão da boa música pelas boas casas do ramo. E como eu sou muito infiel (só nesse quesito, viu Ana!), acabo indo rosetar em todas. Essa é uma delícia.

TRIVIALIDADES HPNIANIANAS:

ALMOÇO COM AS ESTRELAS
HOJE, 15/11/2014, hora do almoço, restaurante Comidinha di Buteco, lá na Castelo, depois do Confiança, além da boa comida um show mais do que especial rolando no local, NETO AMARAL no teclado e LUANA CORTEZ no vocal. Inebriante e com um repertório mais do que único. Me digam com toda sinceridade: Faz quanto tempo que não ouvem essa do Chico Buarque sento tocada na noite bauruense? Pois a Luana canta e magistralmente. Curtam bem devagarinho, aos poucos, saboreando pelas beiradas. Coisas desse tipo rolaram do almoço até lá pelo final da tarde e só tive que deixar o estabelecimento mais cedo, pois o guincho contratado me rebocou antes do horário previsto. Se não vou embora eu me acabo.

Veja clicando aqui: https://www.facebook.com/video.php?v=948892901807386&pnref=story 

NETÃO QUASE ME MATA DO CORAÇÃO...

Tô chegando com uma baita de uma fome lá no Rubom Comida Di Buteco, junto da Ana e do meu pai, quando levo uma baita de um susto. O amigo Neto Amaral posicionado nos teclados e sabedor de minha adoração por tudo o que venha do Aldir Blanc e do João Bosco me faz quase mijar nas calças. Ele sempre toca algumas dos tempos que nem computador existia, do zé gaia. Sacou uma daquelas que sei cantar inteirinha só para ver me atarantado. Quando me dei conta da coisa peguei a máquina para registrar o feito, pulei duas mesas, quebrei um vaso, pisei no rabo de um gato, empurrei uma mulher grávida, tropiquei num moleque pelo caminho, derrubei uma bandeja de maionese, mas consegui chegar lá na frente e gravar a refrega. Dessa vez foi a LATIN LOVER. Não consegui pegar o comecinho, mas cantarolei junto e no final o disgramado ainda me dedica com a voz mais doce desse mundo, deixando a Ana com uma pontinha de ciúme.

Sintam a belezura e a letra da dita cuja:

"Nos dissemos
que o começo é sempre,
sempre inesquecível,
e, no entanto, meu amor, que coisa incrível,
esqueci nosso começo inesquecível.
Mas me lembro
de uma noite
sua mãe tinha saído,
me falaste de um sinal adquirido
numa queda de patins em Paquetá:
mostra... doeu?... ainda dói?...
A voz mais rouca,
e os beijos,
cometas percorrendo o céu da boca...
As lembranças
acompanham até o fim um latin lover,
que hoje morre,

sem revólver, sem ciúmes, sem remédio,
de tédio".

Como de tédio nós não morreremos, passo o vídeo para quem achar por bem espiar as netiditudes maravilhosas que esse cara faz com os amigos. Como é que eu vou brigar e discutir com uma cara desses? Nunca. Cliquem a seguir: https://www.facebook.com/video.php?v=948948765135133&pnref=story
HPA