quarta-feira, 20 de maio de 2015

PERGUNTAR NÃO OFENDE ou QUE SAUDADE DE ERNESTO VARELA (99)


UMA DISCUSSÃO NUM PROGRAMA DE RÁDIO E O PIANO QUEBRADO DA ESCOLA PÚBLICA
1.) AS DIFERENÇAS COM UMA RÁDIO E OS ACERTOS SENDO ACENTUADOS
Todos aqui sabem que estou com um pé atrás com as alterações ocorridas nos últimos tempos na programação da rádio Jovem Auri-Verde Bauru. Já externei aqui dos motivos. Faço isso regularmente, mas faço também elogios e um deles nesse exato momento. Ontem à noite fui assistir a edição do Festival de Bonecos lá no Ernesto Monte e ao terminar, umas 21h40, ligo o rádio do carro e voltando para casa ouço o final do programaesportivo deles, que agora é das 20 às 22h. Em quinze minutos o motivo dos rasgados elogios. Rafael Antonio comandando tudo (e tentando colocar ordem na casa). Ontem estavam entrevistando ao vivo o advogado FELIPE BRAGA (não confundir com ex-vice presidente), especialista em direito esportivo. Perdi a maior parte do programa, mas quase no final o meninão Lanzoni lança uma pergunta meio romanceada balançando as estruturas da rádio esportiva bauruense, pois poucos até então tiveram a coragem de sequer tocar nesse assunto no ar. Foi mais ou menos assim: “Quero perguntar para o senhor o seguinte. Imagine um time de futebol cujo dirigente (deu até um fictício nome, sr Rinoceronte) faz parte do grupo que contrata um monte de jogadores, por um curto espaço de tempo e dias depois sai do clube e começa a advogar em defesa a esses, contra o ex-clube. Não estaria incorrendo em deslizes? Desvio de conduta? A OAB não poderia fazer algo para cercear isso? Não faz uso de informações privilegiadas? É ético fazer isso?”.

O advogado respira fundo, pois sabe muito bem do que se trata e responde mais ou menos assim: “Eu não faria isso. Buscaria outros clientes. O Noroeste deve usar disso na sua defesa contra os processos movidos por esses jogadores". Depois a situação foi escancarada mais um pouco. Gostei da coragem de discutirem isso no ar, algo ainda não visto em outras emissoras, rádio e jornal. Ponto para os jovens lá da Auri-Verde. Para fechar a tampa do caixão, Rafael pergunta também sobre isso de um time, no caso o Oeste até dias atrás de Itápolis sair de uma cidade e ir para outra, Osasco. Esse negócio do ‘deus dinheiro’ estar acima de tudo e todos. A resposta veio assim: “O Oeste mudou e não mudou para não ter que pagar a multa de dois milhões para se inscrever em outra cidade. Sua sede continua em Itápolis, mas hoje jogando em Osasco. Uma forma de driblar a FPF”. Dribla se quiser, pois a coisa é a mais escancarada possível. Por fim, gosto desse tipo de discussão pelas ondas radiofônicas. Ponto para o Rafael, o Langoni e também para a Auri-Verde. Vamos ver até quando?

2.) A DIRETORA HELOISE E O PIANO INGLÊS DO ERNESTO MONTE
A Escola Estadual Ernesto Monte é a mais bem localizada de Bauru, ao lado da Prefeitura Municipal, região nobre, praça das Cerejeiras. Fundada em 1935, o antigo Ginásio de Bauru viu passar por suas salas muitos dos que hoje a comandam. Histórias mil ocorreram naqueles corredores, salas e pátios. Os encontros ali realizados de antigos alunos são famosos e lotam suas dependências. Famoso o auditório, uma espécie de anfiteatro, com uma cúpula em curva e cadeiras de madeira e as mesmas de antanho, décadas e décadas de boa utilização. Tudo ali representa algo significativo e parece ter uma embutida história. Conto uma, a de um antigo piano, inglês e danificado, sem utilização. Somente dois estão localizados em escolas públicas em Bauru, o outro, nacional, está localizado na EE Stella Machado. E a diretora está necessitando consertar sua peça preciosa. Conheça um pouco disso tudo.

HELOISE HELENA CERQUEIRA DE SOUZA é a diretora da escola e não é de hoje não. Completou 27 anos no cargo e conhece aquilo tudo como ninguém mais. Vive a escola intensamente e por sabê-la histórica, uma peça rara diante de outras mais modernosas, a vê como uma preciosidade, única e no seu interior outras tantas preciosidades. Na entrada tudo ainda tem a cara do passado e bem na frente do hall de entrada, o auditório e suas portas, palco e cadeiras de madeira. No canto esquerdo outra preciosidade, o tal piano. Infelizmente ele não mais funciona. A diretora sabe da necessidade dele voltar a encantar os ouvidos dos jovens, mesmo que isso não sensibilize alguns dos mais velhos. Heloise, assim como a escola que dirige, tem um passado a honrar e as lembranças recaem logo em seu pai, o popular Machadinho, que por anos dirigiu a Metrópole Imóveis, de memoráveis lembranças cidade afora (e também adentro). Herdou do falecido pai isso, o amor por resgatar e valorizar o passado, o ensino e as peças raras. Ela enxerga aqueles alunos todos, dos mais distantes e diferentes bairros da cidade podendo desfrutar novamente do som mágico da peça hoje calada e não mede esforços para conseguir seu intento. Porém, necessita da ajuda externa, de avaliadores, de técnicos e de entendidos em música. Sabe que sozinha dificilmente conseguirá o intento de recuperar sua peça rara. Quem se habilita em ajudá-la?

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