sexta-feira, 15 de maio de 2015

DICAS (136)


A SAÍDA DO JORNALISMO ESTÁ NA COMUNIDADE ESCREVENDO DE SI MESMO
Tem textos que para muitos podem passar batidos, serem vistos como desinteressantes, inferiores, mas alguns desses, não em posição de destaque nas publicações, tornam-se, em alguns casos, os mais saborosos. Cito um deles. Na última edição da melhor revista semanal brasileira, a Carta Capital, em sua seção Brasiliana, o artigo “PROFISSÃO REPÓRTER”, assinado por Germán Aranda. Versa sobre “No Complexo do Alemão, VIVIANE RIBEIRO exerce o jornalismo em prol da comunidade”. Ri e reli várias vezes.

Leiam clicando a seguir: http://www.cartacapital.com.br/…/profissao-reporter-6908.ht…

Com o fim do portal Participi, Bauru perdeu um órgão confiável no repasse da informação sem desvios. Isso é constatável a olho nu e me basta. Porém, algo mais me vem à mente sobre as NOVAS FORMAS DO EXERCÍCIO DO JORNALISMO e de como as velhas formas, ditas tradicionais, o rádio, TV e jornal estão cada vez mais caindo no descrédito da população. Esse famoso trio, também chamado em algumas paragens como QUARTO PODER, cada vez mais e mais defendem interesses pessoais dos próprios grupos de poder e dessa forma distanciam-se dos interesses da população. São percebidos como inoperantes, falsos, mentirosos, parciais e praticantes de algo mais sério, pois contrariam os preceitos do bom jornalismo. Alguma novidade nisso? Nenhuma. Pura constatação.

Daí a grande esperança nas rádios comunitárias, como essa do TIÃO CAMARGO chegando e nos enchendo de uma boa esperança. Aliás, minha conclusão analisando friamente o que vejo, leio e ouço nos últimos tempos é que TODA E QUALQUER ESPERANÇA DA POPULAÇÃO CONTINUAR RECEBENDO INFORMAÇÃO CONFIÁVEL NÃO SE DÁ MAIS PELOS MEIOS TRADICIONAIS. Os tais meios alternativos, tipo o que o Participi praticava (e muito bem) e o que algumas comunitárias fazem são o alento desses tempos atuais. Quantas vezes nesse curto espaço da existência do portal foram eles propagadores de algo só divulgado ali e nem aventado de sair em outros lugares? Várias, diria, incontáveis, respondo sem medo de errar. Encerraram suas atividades mostrando como última matéria algo de Agudos, em algo onde a maioria da mídia parece pisar em ovos.

E qual seria essa nova forma de fazer jornalismo? É o que faz essa moça lá do Complexo do Alemão, a VIVIANE RIBEIRO (as fotos do texto são todas dela e gileteadas via internet). Ela faz algo até simples, trivial, mas feito por poucos. Ela conta o que vê, como vê e sem medo (ou até com muito medo) relata o dia a dia do lugar onde mora. Sabem o que aconteceu com ela e o seu blog (Jornal Alemão de Notícias)? “Tornou-se um dos principais jornais online publicados no Rio de Janeiro”, afirma a revista. Em alguns lugares fazer isso é muito perigoso. É o caso de Viviane numa das regiões mais violentas do país, mas não o nosso, com (ainda) muito menos perigos e riscos.

É isso que nos falta. Bauru precisa pulverizar isso. Talvez criar um portal e abarcar todas essas iniciativas. Incentivar as pessoas a descreverem mais e mais o que de fato ocorre na sua comunidade com a sua linguagem. Se os meios internéticos possibilitam isso, nada melhor do que usufruir disso tudo mais e mais. Sem intermediários. Quando for notado alguma interferência, alguém por detrás querendo direcionar com outros fins, denunciar e cobrar outra postura. Faltam os JORNALISTAS COMUNITÁRIOS em Bauru. Que o exemplo de Viviane frutifique por aqui e se espalhe.

Quem souber de algo assim já sendo feito em Bauru, vamos divulgar e espalhar, adubar, fazer mais e mais isso ir se frutificando e se multiplicando. É a saída, para mim, a melhor delas.

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