quarta-feira, 6 de maio de 2015

PALANQUE - USE SEU MEGAFONE (71)


AINDA O NOROESTE, SEUS DIRIGENTES, A PANELA E O NOVO GINÁSIO ESPORTES - CARTA ABERTA A QUEM DE DIREITO

Um desabafo geral. Entendam dessa forma. Isso tudo precisa ser discutido pela cidade de Bauru e num todo. Desapaixonadamente, essa a parte mais difícil. Vamos por partes, como gostava de fazer, Jack, o Estripador:

PARTE 1 – O Noroeste vai mal, muito mal e o Bauru Basquete vai bem, muito bem. O Noroeste possui seu próprio local, estádio, ginásio de esportes e outras acomodações. O Bauru Basquete nada possui em bens próprios. O Noroeste foi mal administrado ao longo dos anos e hoje a situação administrativa é catastrófica. Investimentos minguam, descrédito total nos seus atuais dirigentes. Péssimos exemplos como o da venda do goleiro Valter afastam investidores. Não existem balanços mensais. Fala-se em alta dívida, mas tudo sem real comprovação. O Bauru Basquete consegue pela segunda vez um grande investidor e esse banca suas despesas e o eleva ao cenário nacional e internacional. Continua mandando seus jogos em ginásios emprestados, antes o da Panela, depois o da Luso e agora novamente a Panela. Endividado o Noroeste repassa a Panela para a Prefeitura Municipal tomar conta. Ela toma, diz que levaria lá atividades variadas esportivas, mas o que vemos é somente o basquete e o vôlei profissional, ocupando quase todos seus horários disponíveis, contando os treinos. A Prefeitura cede graciosamente para o basquete e o vôlei jogarem sem nenhum custo adicional. Qualquer problema nas instalações, uma goteira na quadra, corre-se até a Prefeitura e ela resolve tudo. Na imensa maioria das vezes, simples assim.

PARTE 2 – No último jogo do Noroeste mais uma novidade (a cada jogo mais uma). Pelas redes sociais dizem que a empresa que administra o vôlei está oferecendo algo vantajoso para o aluguel da Panela. Vejamos: “Porque será que não aceitam UM MILHÃO por 10 anos de aluguel antecipado pra quitação de todas as dívidas trabalhistas e IPTU?? Tá sabendo disso HPA??”, escreveu Bruno Lopes. A questão é essa. Sendo para aluguel, acho ótimo. Só não seria viável entregar essa grana nos cofres do clube e sim, mais viável, pagar cada caso separadamente até atingir o valor. A Consilig efetivando isso, perfeito. Por que não? Parece que os atuais dirigentes não aceitam. Precisam se explicar: quais os reais motivos? Afinal, a Panela não é usada pelo futebol e sem a Prefeitura por lá, voltará a ser um baita de um elefante branco. Disso tudo volto ao tema levantado no tópico anterior: Com uma diretoria sem credibilidade ninguém vai querer investir no glorioso Esporte Clube Noroeste? Seria bom ouvir quem de direito do lado da Consilig/Mandalitti e o atual dono do time noroestino (sic) em urgentes esclarecimentos.

PARTE 3 – A Panela não comporta jogos de finais de campeonato de basquete, mas para o restante do campeonato sim, assim como para o vôlei, futsal e outros. Buscar verba federal para construção de um novo ginásio é ótimo. Inicialmente falou-se em 5 mil lugares e agora já estão sonhando com 15 mil lugares. Quantos em Bauru conhecem ginásios nessa proporção? Poucos. A grana para construção pode vir de Brasília, mas depois de pronto quem vai administrar o Complexo? Certamente a Prefeitura, colocando lá sua estrutura (como agora na Panela). Esse o problema. 5 mil lugares é uma coisa e 15 é outra, um gigante quase cabendo a mesma quantidade de gente que no estádio de futebol Alfredo de Castilho. Pesquisem dos problemas inerentes a estruturas com essas proporções quando pouco utilizadas e de sua contínua manutenção, mês a mês, inexoravelmente. Lembram-se dos estádios da Copa? O de Manaus o exemplo clássico do que quero demonstrar. Nenhum time de futebol de Manaus quer mandar seus jogos lá, pois sempre parecerá vazio e os gastos para coloca-lo em funcionamento não compensam. Ficam as perguntas: A Prefeitura continuará bancando tudo para o Bauru Basquete lá no novo Ginásio? O vôlei também? Se assim for, simples demais, mas só para um dos lados. Não sou contra o novo ginásio, mas a discussão foge desses detalhes.

PARTE 4 – Outro dia o Amâncio, da associação ‘Avante Noroeste!’ pediu que fizesse um texto sobre o provável tombamento da Panela de Pressão. Fiquei de escrever e não o fiz. Publico meu posicionamento agora. O tombamento não é ruim, pois pode preservar da ação de futuros investidores em querer demolir as históricas instalações, tanto do ginásio, como do estádio. Não fiquem com receio pelas demais áreas, pois não sendo históricas podem ser liberadas. Veja o exemplo da Beneficência que possui somente sua fachada tombada. Tudo pode ser discutido com o CODEPAC. As áreas no entorno, podem sim ser motivo da direção efetivar aluguel, levantar construção que possa ser locada, etc. Ninguém vai impedir isso. Já do medo de que com o tombamento seja facilitado o levantamento de recursos federais e esses sumirem na frágil contabilidade existente, acho pouco provável. Basta o acompanhamento ocorrer sem trégua. O que não se pode deixar é quando se fala, por exemplo, em leilão ou mesmo venda, sempre existir hipóteses de tudo ser demolido. Aconselho o pessoal da Avante solicitar a ida deles numa próxima reunião do CODEPAC e lá esclarecer tudo de uma vez por todas.

PARTE 5 - Ontem ao final do jogo onde o Bauru Basquete passou para as semifinais de mais uma competição, ouço um jornalista de Franca dizer pela Auri-Verde da situação do time de basquete de sua cidade e de uma parceria feita recentemente para fortalecer a equipe (se não me engano com o Magazine Luiza). Disse também que no contrato feito, a revitalização ocorrerá não somente com o basquete, mas num segundo momento também com o futebol. Por aqui poderia ocorrer o mesmo e vejo essas duas empresas legitimamente bauruenses (a Paschoalotto e a Consilig) podendo fazer o mesmo. Mas de uma coisa tenham certeza, não moverão uma palha pelo Noroeste enquanto essa atual Diretoria continuar dando as cartas por lá. Ou saem de cena, como quando do período Damião Garcia ou o fundo do poço estará se aproximando cada vez mais.

Vamos discutir isso tudo?

Um comentário:

Anônimo disse...

Construir Ginásio com dinheiro público não. Não tem nada de ótimo nisso, usar dinheiro público para o privado utilizar e lucrar, junto a manutenção caríssima desses complexos. O empresariado brasileiro não é cheio de banca, de serem os entendidos em economia, então que façam seus investimentos corretamente, que administrem bem como fazem na NBA e gerem seus lucros sem recorrer ao dinheiro público, até porque é uma contradição com a política econômica defendida por estes.

E Henrique, se que ouvir soluções reais para o Noroeste e não cornetagem de arquibancada, quando tiver algum debate sobre o Noroeste, futebol do interior em algum lugar ou na imprensa mesmo, me chama, afinal, no que vejo por aí, será um baquiano a ter as ideias mais sensatas ao norusquinha.

Camarada Insurgente Marcos