quarta-feira, 2 de setembro de 2015

COMENDO PELAS BEIRADAS (06)


LELO FOI PIONEIRO E FEZ HISTÓRIA NESSE NEGÓCIO DE CAMINHÃO DE COMIDA
Impossível a não confirmação de sermos mesmo um país com altos índices de decrépita colonização. Nas amostras, cada vez mais e mais evidências de como se dá o processo por essas plagas, da tal plena aceitação de tudo o que venha de fora como o melhor e mais recomendável. Parte do Brasil parece adorar isso dos nomes estrangeiros dominando tudo. O “sale” nas fachadas das lojas que o diga. Por que usar isso e não o nosso LIQUIDAÇÃO? Vai além de mania. Vejo como algo a mais no processo de servilismo dos que acreditam que, com um nome estrangeirizado tudo tem mais valor.

A mais nova investida nesse campo são os FOODS TRUCKS. Viraram mania, confesso serem lindos, mas não enxergo neles nenhuma novidade. Peruas Kombi, caminhãozinhos adaptados, pequenos furgonetes e os trailers transformados e servindo para o comércio rodante, sendo levados de um lugar para outro existem desde que me conheço por gente. Qualquer exposição agropecuária sempre tiveram muitos desses. O que ocorreu agora foi uma bela repaginada, colorização e adaptação aos novos tempos, com a mudança do antigo nome para o que alguns dizem, a grande inovação dos tempos atuais. O pior disso tudo é que a boniteza chega com preços mais caros e quando isso ocorre, fujo deles.

Não preciso fazer esforço nenhum para me lembrar de muitos deles fixados em variados lugares de Bauru ou mesmo rodando e oferecendo serviços mil. Olho lá para trás e me fixo em um, o LELOS BATIDAS. Seu primeiro trailer rodante fez muito sucesso nos anos 70 lá na Nuno de Assis, postado bem debaixo do viaduto João Simonetti, o da Treze de Maio. Lembro de 1977 quando o Corinthians foi novamente campeão paulista após 22 anos sem conseguir um título e a festa da vitória se deu ali. Todos paravam no Lelos para as bebericagens todas. Depois ele se mudou para debaixo de outro viaduto, já na Nações Unidas, tendo por cima a Duque de Caxias. Essa foto aqui é dele nesse local e o barbudo atrás do balcão é o famoso Lelo. Hoje ele não quer mais saber dos rodantes, mas eles sempre estiveram em evidência na cidade. Lelo criou e vingou ponto numa encruzilhada lá nos altos da Nações, bem defronte o Vitória Régia, mas mesmo acomodado, deve morrer de saudades dos seus tempos aventureiros (foi também um dos hábeis corredores de Gordini em Bauru – lembram-se disso?).

Escrevo isso tudo só para reafirmar desse provincianismo nativo pelos estrangeirismos. Algo atávico a demonstrar, infelizmente, uma baita de um provincianismo. Poderíamos muito bem descartar essa aceitação de tudo de fora como pronto e acabado. Por que não utilizar para os tais foods um nome bem brasileiro, ou até mesmo a literal tradução do termo e não ficar reproduzindo o nome em inglês macarrônico? O LELOS, todos os mais antigos sabem muito bem, já “fudi trucava” a pelo menos uns quarenta anos atrás.

2 comentários:

Anônimo disse...

Vamos analisar.
Lá atrás quando o Lelo montou seu trailer também foi uma ideia tirada dos trailers americanos que vinham se espalhando por muitos lugares, muitos adoraram a ideia assim como você um grande frequentador dos trailers, e ninguém disse ser aquela geração, o Lelo ou você um bando de colonizados, aliás, nessa lógica, por que escreve trailer e não treiler??

A história é muito dinâmica e misturas e adaptações de ideias, termos, línguas se dá num processo muito veloz e não é só coisas e termos do inglês, basta ver a nossa baguete, buffet, a nossa própria língua portuguesa é nossa maior "herança" colonial e olha que ela foi imposta a força, não foi uma ideia abstraída. Hoje nossa língua difere muito da de Portugal com as mais variadas influências e adaptações por este grande Brasil e toda nação do mundo ao longo da história são construídas e desenvolvidas por abstrair ideias, termos, culturas, o que não há problema quando isso não é feita de forma brutal, que seja algo ligado a um desenvolvimento sempre, isso não é exclusividade do Brasil.

Em Portugal um torcedor grita "golo", aqui se grita "gol" parecido com a origem "goal" do inglês, e isso faz o torcedor um ser com síndrome de colonizado?? Claro que não. Afinal são adaptações.

Uma loja ou outra utiliza o termo OFF que seria o desconto, ao invés de colocar na vitrine 50% de desconto, coloca 50% OFF, mais prático, mas isso vai da escolha de cada, sem essa de achar que é uma perda de identidade. A palavra "sale" raramente vejo empregada, pois ao contrário do relatado aqui, a tradução não é para liquidação e sim para "à venda", por isso é mais fácil observar o OFF nas vitrines referido ao desconto.

O cretino do Aldo Rebelo quando deputado tentou criar uma lei proibindo o uso desses termos, é o típico sentimento nazista embutido criando barreiras no campo das ideias e cultural indo contra a um processo altamente natural da espécie humana. A própria palavra que dá nome a este meio de comunicação, "blog", é mais uma adaptação e não há problema nisso.

Colonialismo é governo jogar contra o país, contra sua soberania, praticar servilismo colonial quando subtrai o desenvolvimento, os direitos do cidadão, quando pratica câmbio artificial contra o país, que pratica baixa produção com baixo valor agregado, para no final das contas, encher os cofres dos credores da dívida pública e permitir oligopólios fazendo a farra no país, isso que sempre foi e deveria continuar sendo combatido, mas a falta de oposição hoje, oposição verdadeira, é mais uma vitória dos colonizadores.

No mais, vamos curtir um bom lanche seja num velho trailer ou num truck, pois o que vale mesmo é uma boa troca de ideias que geram ótimos papos regados com bons lanches e boas bebidas.

Camarada Insurgente Marcos

Anônimo disse...

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Lais Modelli que legal, nao sabia dessa época!
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Dulce Lagreca como vizinha do Lelo's assinava o ponto regularmente com a família.
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José Roberto Terrabuio Grande Lelo , o rei das batidas .Conheço desde criança , pois morava na quadra 1 da rua timbiras que ficava atrás do antigo esporte clube paulista as margens do rio bauru e eu morava na rua são paulo . Jogamos bola aonde hoje é o centro administrativo dos Obeid, pois alí foi um campinho de futebol nos anos 60 . Puxa tô velho kkkkk
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Juarez Scarelli Amigo HPA, repaginada foi boa, gostei, já que em minhas conversas eu falo que tal coisa foi gourmetizada (Existe esta palavra?), termo que os internautas propagam... Algo mesmo que recebeu das mãos ''impiedosas'' do capitalismo um raio maximizador, uma energia, de rebobinamento e refinamento e até de redundância, algo surreal, e é claro encarecedor em todas as suas possibilidades. É incrível, fui pesquisar uma imagem e olha só... http://imagens2.ne10.uol.com.br/.../2015/01/gourmet.jpg