segunda-feira, 30 de novembro de 2015

FRASES DE UM LIVRO LIDO (97)


“EU NÃO DEFENDO O PT” E ALGUMAS FRASES DO BARÃO DE ITARARÉ
Um me para na rua só com o intuito de me perguntar: “Como você ainda consegue defender o PT?”. Minha resposta é curta, grossa, objetiva e a repito em alto e bom som, lá e aqui, para conhecimento de tudo, todas e todos, ou melhor, feita de forma ampla, geral e irrestrita:

Eu não defendo o PT. Sou é contra a hipocrisia que a todos acomete nos dias atuais. Não me peçam, pois não o farei para adentrar o cordão dos que enxergam todos os males do país só no PT. Fujo desses, vesgos por pura conveniência. O PT errou e erra muito, merecedor de exemplar penalização, mas a pergunta que não quer calar é só uma: Só ele? E os outros? E outra, essa a que dói mais nos que só pegam no pé do tal PT: Por que você age assim e faz questão de não enxergar mais nada além dos males do PT? Que corrupção quer ver findada? A nossa endêmica corrupção estará resolvida e solucionada com o fim do PT? Aqui repito uma frase do mais odiado desses, o ex-presidente Lula: “Quero saber se o dinheiro do PSDB foi buscado numa sacristia”. Sim, para o PT vale tudo, para esses outros, vale nada. Que merda é essa? Não aprovo também essa bestialização da delação premiada. Se dela nasce uma prova, tudo bem, mas que seja comprovada nos tribunais. A prisão no país de hoje antecipa a pena. Muitos aplaudem hoje essa verdadeira república jurídico-policial de Curitiba, instituída pelo juiz Sergio Moro e referendada, apoiada e alicerçada pela arrogância midiática, uma que tudo pode e age pelo medo coletivo. Bestas os que acreditam estar em curso o fim da corrupção ou algo sendo feito nesse sentido. Se a maioria se acovardou e nem mais reage, talvez por medo de ser defenestrado pela mídia perversa, cruel, insana e nojenta, além de mentirosa e falsa, o que está em questão é o fim do estado de direito. Poucos se atentam para isso. Espezinham só o PT e livram a cara de tudo mais. É contra isso que me posiciono contra, nada mais. Criminosos, corruptos, bandidos, malversadores do bem público, todos devem pagar pelos seus erros, mas todos, só isso e nada mais.

Escrevo disso tudo e me chega às mãos um livrinho velho, carcomido pelo tempo, até com alguns sinais de traças e cupins a roer-lhe os miolos. Releio algumas de suas frases e me delicio com o que já acontecida nos tempos dele, o Barão de Itararé. O livro é o “Máximas e mínimas do Barão de Itararé”, edição do saudoso Círculo do Livro, 1985. Vamos as frases:

- “Temos todos a hora do rato e a hora da ratoeira”.
- “De onde menos se espera, daí é que não sai nada mesmo”.
- “Os homens nascem iguais, mas já no dia seguinte são diferentes”.
- “Os vivos são sempre e cada vez mais governados pelos mais vivos”.
- “Dize-me com quem andas e eu te direi se vou contigo”.
- “O feio da eleição é se perder”.
- “A balança era, antigamente, o símbolo da justiça. Hoje é a desgraça da freguesia dos armazéns de secos e molhados”.
- “Um bom jornalista é um sujeito que esvazia totalmente a cabeça para o dono do jornal encher nababescamente a barriga”.
- “Negociata é todo bom negócio para o qual não fomos convidados”.
- “Basta um frade ruim para dar o que falar a um convento”.
- “Esse mundo é redondo mas está ficando muito chato”.
- “E há juízes que sofrem da bola”.


Que o Barão sirva para algo elucidatório e por que não, conspiratório na cabeça das pessoas. Por fim, algo que não foi retirado desse livro, mas que li hoje logo pela manhã ao procurar um texto para escrevinhações mestradinas, algo que faço dia após dias nesses e nos próximos meses. Achei o máximo e serve também para ampliarmos a discussão corruptiva assolando esse país: “...nossa tarefa máxima deveria ser o combate a todas as formas de pensamento reacionário” – Antônio Cândido. Disso, ninguém pode me acusar, pois tento a cada instante, ao menos encurtar as distâncias e encurralar preconceituosos e intolerantes, além de reduzir os efeitos da hipocrisia reinante. Ela reina, soberana entre nós, emburrecendo cada vez mais esse imenso país continente.

Nenhum comentário: