quinta-feira, 19 de novembro de 2015

CENA BAURUENSE (141)


A GRANDE FESTA DA ENTREGA DO PRÊMIO LUIZA MAHIN
Foi ontem à noite a entrega do Prêmio das personalidades da cidade que de alguma forma estiveram ao lado do Movimento Negro. Promovido por um dos únicos conselhos municipais com efetiva e comprovada atuação, o da Comunidade Negra de Bauru, a entrega dessa premiação culmina com um grande congraçamento de pessoas que, na maioria das vezes, estão na luta por dias melhores, envolvidas nas questões sociais e de mãos arregaçadas em prol de uma Bauru mais humanizada. Nas minhas fotos um pouco do que fui vendo, não só com os homenageados, mas com gente da platéia. Gosto mesmo é de mostrar e demonstrar a força da pessoa humana, dos que fazem e acontecem de forma verdadeira, origina e com um compromisso mais do que popular. Numa das fotos dona Rute do Amaral, ali assistindo sózinha o evento, que um dia presidiu o Conselho da Condição Feminina de Bauru e foi defenestrada por um grupo autoritário, fazendo das suas para destituir um atuante grupo de mulheres e colocar no lugar outro, desses que até hoje, passados mais de quatro anos, não disseram a que vieram. Nas fotos, ressaltando sempre essas abnegadas pessoas, as que valorizam de verdade essa nossa diversificada Bauru. Das fotos extraiam outros significados, mas o melhor de todos, o de conhecer melhor algunsdos lutadores pelas boas causas. Esse prêmio é u uó do borogodó.


ESSAS DESAVENÇAS TODAS SÃO FALTA DE...
Conto algo rápido e presenciado ontem. Foi no evento da entrega do prêmio anual Luiza Mahin, esse fazendo parte também da Semana da Consciência Negra de Bauru. Dentre os agraciados Dulcinéia Cosmo Leizico, uma digna representante da família Baté, eles todos os mais dignos e autênticos mantenedores (são por lá os Governos Federal, Estadual e Municipal) do distrito de Tibiriçá. Recebe o prêmio e sua acompanhante faz uso do microfone, quebrando divinalmente o protocolo do evento. Primeiro convida a tudo e todos para comparecerem ao almoço anual que os Baté promovem lá na grande Tibiriçá e que ocorrerá na próxima sexta, onde eles além da comilança generalizada e em abundância, fazem homenagens a tudo e todos que por lá comparecem. Uma festa digna da popularidade alcançada. São únicos no que fazem e atraem todos para esse dia, desde amigos, considerados, suportáveis, rivais, opositores e mesmo inimigos. Todos lá comparecem e se compartam a contento dentro do espaço mágico do evento promovido pelos Baté’s. Pois bem, a Baté estava com o microfone na mão e fez depois um belo discurso de improviso, conclamando para a PAZ, que o mundo está se desviando da sua belezura, que as pessoas estão mais intolerantes, conversando menos, cada vez se isolando mais e mais, não entendendo mais o problema do semelhante, só pensando em si e precisando ser mais solidários. No meio do discurso um gajo lá no meio da plateia grita bem alto que falta hoje a tudo, todas e todos MAIS SEXO. Risos pipocaram aqui e ali. Foi quase como uma aceitação geral. Sim, dentre tantas coisas desse momento do mundo atual, quanto menos SEXO, mais problemas. Muito mais gente carola, seguindo seitas desmemorizantes, agindo como manada e mais perdidos que Aécio depois da perda do pleito. Esse um dos tantos momentos possibilitados por essas festas populares, a quebra do protocolo, as falas fora do script e a continuidade da alegria. Momentos iguais a esse são indescritíveis. Enquanto os grandões desse mundo se digladiam, vejo tanta solucionática advindo dos mais simples, os que ainda enxergam esse mundo com a simplicidade que já falta na maioria das pessoas e cabeças. Daí cada vez sigo mais a esses.

MAIS UMA FEIRA DA AGRICULTURA FAMILIAR, AGORA NA UNESP
Foi ontem e dessa vez lá no campus da UNESP Bauru. Em mais uma realização da INCOP - Incubadora de Cooperativas Populares foi dado o pontapé inicial para a 1ª Feira da Agricultura Familiar, na calçada frontal do ginásio de esportes Guilhermão. Trata-se de mais um evento com a presença dos agricultores familiares do Assentamento Horto Aimorés e alguns comerciantes de nossas já habituais feiras livres. A boniteza da coisa é sempre expor o trabalho desses agricultores, todos atuando sem a utilização de agrotóxicos em suas plantações. Tudo foi constituido de várias barracas, com produtos variados, desde frutas, legumes, verduras, doces, sucos e salgados variados. Com o apoio logístico da Secretaria Municipal da Agricultura, capitaneada pelo Chico Maia, foi maravilhoso reencontrar por lá dois baluartes do assentamento Aimorés, na luta e labuta desde o começo do movimento: Jose Maria Rodrigues e a Maria do CPT. Adoro feira, sou como Moisés Luceli Bastos faz questão de dizer por onde vá, o tal do praticar a FEIRATERAPIA. Ontem lá no reduto estudantil, algo novo, espaço ainda sendo criado, vejo que todos gostaram e vi muitos com suas sacolinhas pelos mais diferentes lugares, inclusive classes de aula. Então, como dizia, se já gosto de feira, essa em especial ganha uma ampliada proporção, pois trata-se de um segmento de trabalhadores ainda pouco entendidos dentro dessa estrutura organizacional de via única desses últimos tempos. Tenho o maior apreço e admiração pelos assentados rurais e urbanos, os que ocupam algo que está sendo utilizado de forma inadequada. O resultado positivo é o que se vê numa feira como essa. Quando muitos insistem em ficar apregoando algo negativo, buscando pelo em ovo para criticar uma reforma agrária muito incompleta nesse país, experiências como essas são de inestimável valor. O significado disso tudo é a construção, é o em curso dessa luta sem parada, sem trégua e cada vez mais necessária. Meu total apoio...
HPA - Bauru SP, quarta, 18/11/2015

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