O QUE FAZER QUANDO UM SINDICATO DEIXA DE REPRESENTAR SUA CATEGORIA? – A PROVÁVEL GREVE NA FAMESP EM BAURU
Todos conheceram muito bem a bela experiência ocorrida tempos atrás quando os motoristas e cobradores das empresas de ônibus atendendo os bauruenses entraram em greve e a revelia do Sindicato da categoria. Não se vendo mais representados pelos investidos da função de defendê-los, a opção foi ir à luta sem o respaldo do órgão que deveria defendê-los. Movimentaram a cidade em algo demonstrando a força do trabalhador. A jurisprudência está mais do que estabelecida. Ela pode (e deve) ser contestada (e conquistada) no grito daqueles que se sentem prejudicados e comprovando a inapetência dos que deveriam estar ao seu lado. Daí, nada melhor do que trilhar outros caminhos e mostrar, principalmente para a Justiça, o que de fato ocorre. Esse foi um fato ocorrido lá atrás, hoje outro.
Noticiado pelos jornais uma provável greve dos funcionários hospitalares da FAMESP em Bauru, hoje abrigado em todos nossos hospitais públicos estaduais. Um dos sindicatos da categoria, o SEESB – Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos e Serviços de Saúde de Bauru fez um recente acordo através de Convenção Coletiva com as empresas e nele o descontentamento da categoria. Nela, os trabalhadores terão reajuste de 8,42%, mas tiveram seus vales alimentação reduzidos de R$ 330,00 para R$ 125,00 (a FAMESP estará pagando o valor anterior esse mês, mas até quando o fará? Dizem que até abaixar a poeira), de 4 folgas noturnas (incluindo uma de feriado) para duas no mês, adicional de setor fechado R$ 170,00 e um algo mais que continua sendo motivo de revolta geral, o desconto em folha de 1,5% do salário dos trabalhadores para o Sindicato. “Isso já deu BO, não pagamos, depois fomos obrigados a pagar e ainda vai dar pano para manga, pois se não nos representam, por que temos que ainda ter descontado em folha esse valor todo mês?”, conta um antigo funcionário do setor.
A intimidação... |
A presidente do Sindicato é a Vera Pimentel e o imbróglio está pegando fogo. Ocorre forte pressão do Sindicato para que o movimento dos descontentes trabalhadores perca força, alegam serem ilegais. O grupo organizado e lutando pela não implantação do supostamente acordado, inclusive sem realização de Assembleia (dizem não ter havido nenhuma) bate o pé e conta com apoio do Sindicato dos Técnicos e Auxiliares de Saúde, comandado por Nilda Rosa. Leia isso publicado no JC:http://www.jcnet.com.br/…/acordo-coletivo-causa-embate-entr… e mais esse http://www.jcnet.com.br/…/saude-sindicato-garante-que-greve….
O impasse é simples, direto e reto. A imensa maioria dos funcionários está descontente com o acordo feito à sua revelia. Quando foram buscar informações do Sindicato, esse não se mostrou interessado em tentar reverter a situação. Quando os funcionários buscaram outra forma de organização estão sendo acusados de fazer algo ilegal. Agora informam terem assinado somente uma Convenção e não um Acordo Coletivo. Daí, a pergunta que não quer calar: Sindicato não foi feito para defender o empregado? Se foi e não o faz, algo está em desalinho entre as partes e assim sendo, a rebeldia é algo natural. A legitimidade disso está expressa no artigo 617 da CLT, quando após sindicatos se negarem a lutar pelos direitos dos trabalhadores, esses vão em busca de quem o faça.
Uma primeira Assembleia dos Trabalhadores (só agora) e a consequente GREVE está marcada para a próxima terça, 10/11 e até lá, mesmo com a pressão sindical, o número de descontentes cresce a olhos vistos. “Precisamos de um sindicato que nos defenda e não o contrário. Por que se recusa a lutar pelo que entendemos ser o melhor para todos nós? O trabalhador hoje está num mato sem cachorro, sem pai e sem mãe e a FAMESP todos sabemos está a serviço do Governo do Estado, difícil negociar com eles. E o descontentamento com o sindicato não é de hoje, muita coisa já saiu na imprensa sobre o desentendimento com os trabalhadores”, são as perguntas e questionamentos feitos pelos funcionários nesse momento. A luta e disputa tem agora só mais um capítulo e nas disputas atuais só mais um degrau na conquista dos direitos dos trabalhadores. Talvez em curso mais uma greve sem sindicato e se isso acontecer, a culpa pela fragilização e por colocar em risco o emprego do trabalhador se deve a quem não acompanhou a luta a contento e não ao trabalhador que sai tresloucadamente em busca de quem o ampare. Omissão também produz culpados. Daí, é claro, greve sem sindicato é mais do que legal.
COMO A MÍDIA DESCREVE UMA E OUTRA MANIFESTAÇÃO OU FATO JORNALÍSTICO...
Voltava ontem de carro de Sampa, por volta das 14h30, dirigindo numa das avenidas que me traria de volta para Bauru e tentando sintonizar uma rádio AM (procurava algo sobre futebol). Parei na CBN e com um noticiário em andamento ali estacionei. Ouvi barbaridades sobre os provaveis futuros de pedidos de impeachment da presidenta, acossada e perfurada por todos os poros e lados. Num outro momento mais uma denúncia de uma suposta delação, sem prova comprovada, mas tudo dito ali, com nome e sobrenome. Sem dó e piedade. Exposição mais do que detalhista, mesmo que depois nada possa ser confirmado. Na sequência entra uma jornalista e começa a descrever um probleminha no trânsito paulistano, numa das avenidas principais da cidade, quando um movimento interrompe as duas vias de tráfego e ela dá a seguinte informação: "São aproximadamente duas mil pessoas de um segmento dos movimentos sociais". Só isso, nada mais. Não informou quem eram eles, o que faziam ali, quais os objetivos, o que buscavam, o que representava, nada mais. Daí me pergunto com os meus botões. A manifestação, depois fui saber, é essa informada nesse compartilhamento que fiz em algo publicado por Roque Ferreira, que lá estava. Quero crer que algo está sendo omitido para os que ouvem a notícia do lado de lá. Por que passar todos os detalhes de uma coisa e de outra quase nada. De que vale isso? A que interesse serve esse tipo de informação. Medo de que? A serviço de quem? São respostas que os mais descolados sacam só de ouvir alguns comentaristas na rádio, tv e jornal nos dias de hoje. O embutido na "falta" da informação vale mais do que o dito, visto e lido.
Leiam o texto original: https://www.facebook.com/roque.ferreira.988/posts/1061927137159384?pnref=story
O impasse é simples, direto e reto. A imensa maioria dos funcionários está descontente com o acordo feito à sua revelia. Quando foram buscar informações do Sindicato, esse não se mostrou interessado em tentar reverter a situação. Quando os funcionários buscaram outra forma de organização estão sendo acusados de fazer algo ilegal. Agora informam terem assinado somente uma Convenção e não um Acordo Coletivo. Daí, a pergunta que não quer calar: Sindicato não foi feito para defender o empregado? Se foi e não o faz, algo está em desalinho entre as partes e assim sendo, a rebeldia é algo natural. A legitimidade disso está expressa no artigo 617 da CLT, quando após sindicatos se negarem a lutar pelos direitos dos trabalhadores, esses vão em busca de quem o faça.
A assinatura não mente... |
Uma primeira Assembleia dos Trabalhadores (só agora) e a consequente GREVE está marcada para a próxima terça, 10/11 e até lá, mesmo com a pressão sindical, o número de descontentes cresce a olhos vistos. “Precisamos de um sindicato que nos defenda e não o contrário. Por que se recusa a lutar pelo que entendemos ser o melhor para todos nós? O trabalhador hoje está num mato sem cachorro, sem pai e sem mãe e a FAMESP todos sabemos está a serviço do Governo do Estado, difícil negociar com eles. E o descontentamento com o sindicato não é de hoje, muita coisa já saiu na imprensa sobre o desentendimento com os trabalhadores”, são as perguntas e questionamentos feitos pelos funcionários nesse momento. A luta e disputa tem agora só mais um capítulo e nas disputas atuais só mais um degrau na conquista dos direitos dos trabalhadores. Talvez em curso mais uma greve sem sindicato e se isso acontecer, a culpa pela fragilização e por colocar em risco o emprego do trabalhador se deve a quem não acompanhou a luta a contento e não ao trabalhador que sai tresloucadamente em busca de quem o ampare. Omissão também produz culpados. Daí, é claro, greve sem sindicato é mais do que legal.
COMO A MÍDIA DESCREVE UMA E OUTRA MANIFESTAÇÃO OU FATO JORNALÍSTICO...
A mídia ignora ou mente sobre evento de cunho popular |
Leiam o texto original: https://www.facebook.com/roque.ferreira.988/posts/1061927137159384?pnref=story
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