Essas fotos tiradas a pouco nas ruas de Bauru são as que me movem. Gente a atravessar o continente todo para expor algo nos sinais de trânsito de uma desconhecida cidade, descoberta por eles ao acaso. Esse aqui é uruguaio e está de passagem por Bauru, como tantos outros o fizeram ao longo dessas décadas, enfim, Bauru continua sendo, não como antes, mas um terra de passagem. Se antes recebíamos latinos vindos pelas ferrovias e oriundos dos mais diferentes países, todos por aqui aportando por causa do famoso trem que os trazia e levava. O festim divinal produzido pelos trens teve fim e hoje alguns continuam chegando e saindo, em muito menor quantidade, mas fazendo de nossas ruas algo de seus paradeiros. Como vou me debruçar sobre um amplo estudo sobre esses latinos que por aqui passaram, alguns se fixaram, quando me deparo com a continuidade disso, bate o refluxo do estudo e a cabeça pira. Daí, paro o carro e vou até lá assuntar o que ele faz aqui, como veio, quais os motivos de aqui estar, o que o move, essas coisas instigantes e a me fazer se debruçar sobre os livros, amplo estudo migratório. Os de hoje vagueiam pela aí, sem eira nem beira, sempre em busca de um lugar onde consigam sobreviver de forma mais fácil. Os de ontem iam e vinham por variados motivos, usando Bauru como trampolim para outras paragens. Hoje aqui, amanhã ali e assim passam seus dias, noites, meses e anos. Esse só mais um deles. Esse malabarista do sinal fechado/vermelho é latino como nós e me encanta o que faz, a gana que tem de desbravar esse continente. Ah, se tivesse a coragem e desprendimento, faria o mesmo, mas acredito ter perdido algo pelo caminho e muita coisa hoje me segura por aqui, nesse lugar que já foi de passagem, mas é também de fixação.
Macacos me bloguem. Aderi. Estarei juntando aqui, direto do meu mafuá particular, translucidação da minha bagunça pessoal, uma amostra de escritos variados, onde cabe de tudo (quase!) um pouco, servidas sempre, de forma desorganizada, formando um mural esclarecedor do pensamento de seu escrevinhador.
Pegue carona aqui e ao abrir a tampa do baú, constate como encaro tudo isso. Deixo cair rostos, palavras; alguma memória. O diálogo se instaura.
Abracitos do
Henrique Perazzi de Aquino - direto de Bauru S.P.
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