quarta-feira, 30 de dezembro de 2015
AMIGOS DO PEITO (113)
OS TAIS QUE CAIRAM NO MUNDO – CAIXEIROS VIAJANTES DO SÉCULO XXII
Eu adoro contar histórias de amigos e amigas. Por esses dias reencontrei dois deles assim do nada, ele no meio da feira e a ela na entrada de um supermercado. Ambos não são mais figurinhas fáceis por aqui, pois estão um tanto longe da aldeia bauruense, mas voltam sempre que podem. E nesse final de ano, cá estão. Conto, com muito gosto, algo deles.
HAMILTON SUAIDEN é o popular Turco, apelido recebido por causa da procedência libanesa dele e de toda sua família, com ramificação também com os Madi. Estão espalhados por esse país afora. Seus pais residiam em Pompéia e para cá veio quando esses fecharam uma loja no centro da cidade. Um irmão reside aqui, advogado como ele (Turco nunca advogou), pendendo para os tucanos e o outro irmão, residindo em Pederneiras, pendendo para os petistas. Ele no meio do fogo cruzado, ouvindo a ambos. Trabalhei com ele no Bradesco, tempo em que também foi candidato a vereador, tendo conseguido uns 200 votos. Turco é bom de conversa, papo envolvente, aglutina todos à sua volta e após casar, nascer os filhos, descasou e caiu no mundo. Conheceu um ofício aqui, o de vender assinatura de revistas e dele fez seu negócio. Começou como simples vendedor, depois foi a supervisor e chegou a coordenador de equipes, o que o faz viajar país afora. Uma loucura, ora em Salvador, ora Belém do Pará, Cuiabá, Petrolina, Rio Branco, Palmas e por aí afora. Virou pessoa do mundo, sem parada. Ganha bem, mas gasta também bem, pois gosta de um joguinho e isso, sabemos, consome grana adoidado. Assume isso de ser caixeiro viajante, cidadão do mundo, de cidade em cidade, hotel em hotel, sempre com gente nova pela frente e em cada novo momento uma história diferente. Algumas de arrepiar, outras mais amenas. Sentei com ele na barraca do sanfoneiro do chopp, lá na feira dominical e proseamos um pouco. Aventura é o que não falta em sua vida e elas terão prosseguimento caso resolva começar o ano em alguma cidade por esse imenso país continente. Tomou uma decisão, a de parar com tudo e voltar a residir por aqui. Quer estar mais perto dos filhos, ou seja, a saudade bateu. Diz que fica, mas seu celular não para de tocar. São sempre os diretores das editoras de revistas insistindo para que continue e lhe oferecendo mais e mais. O cara é bom de venda, chega já vai proseando fácil com o futuro assinante e dificilmente sai de uma visita sem algo estar fechado. Gente assim não se encontra fácil por aí. Domingo que vem Turco vai me contar se fica ou se cai na estrada. E se ficar, vai fazer o que por aqui? Nem ele sabe.
ROSANGELA BEATRIZ MONGE é uma hoje quase senhora, alta, morena, cabelos longos, sorrigo gostoso e com casa montada na vila Cardia, mas residindo bem longe de Bauru, na verdade, com nada fixo, tudo dependendo do fluxo do seu negócio. Décadas atrás foi casada, nasceu seu filho, hoje residindo em Dublin, coração da Europa. O casamento não deu certo e ela ainda insistiu um tempo por aqui, mas quando ingressou de vez num negócio artesanal, viu que para fazer a América teria que bater asas. Nada mais a segurava por aqui e daí para ganhar estrada foi um pulo. Uniu-se a um grupo de organizados artesãos e em conjunto viajam de cidade em cidade, montam o aparato todo, ou seja, as barracas nas praças centrais e ficam um tempo em cada lugar. Quando o movimento começa a rarear levantam voo e vão para outras paragens. Dessa forma já conheceu uma infinidade de cidades. Nem saberia dizer o nome de todas. Dificuldade, claro, ela tem algumas e quando a reencontro na entrada de um supermercado na semana passada, relaciona algumas. A principal é ter que utilizar banheiros públicos, banhos nesses lugares e até na casa de gente que vai conhecendo nessas cidades. Dormir não é problema, pois já está mais do que acostumada com a cama desmontável e armada no centro da barraca. Com todos ali juntos, os perigos diminuem. É lindo ir vendo as fotos de cada praça, cada novo lugar por onde circule. A gente acaba viajando junto do lado de cá. Quando a pergunto sobre voltar, ela nem pensa muito e me diz que se o fizer, não sabe o que poderia fazer por aqui, pois seu negócio está nas idas e vindas, na novidade em cada novo lugar que chega. Volta mesmo só para rever os parentes, amigos e esse ano, aguardando a chegada do filho, algo que já deve ter acontecido. Curte esses dias pela cidade, mas noto que o brilho dos seus olhos está no que faz, nessa liberdade conquistada. Pode até trocar isso tudo por uma vidinha mais tranquila, mas que vai ser algo difícil, isso vai. Por enquanto, curte os dias de férias e sempre sorrindo, algo peculiar no seu jeitão gostoso de tocar a vida.
Esses meus amigos são mambembes, de causar inveja, únicos no que fazem. Tiveram coragem, escapuliram e se deram bem. Vivem ao modo e jeito só deles, sem arrependimentos. Queria contar isso para vocês. Pronto, contei.
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Gilberto Truijo PARECE COM O DR. Eduardo Suaiden. GRANDE HOMENAGEM A ESSES GUERREIROS VIAJANTES Henrique Perazzi de Aquino..
Cida Conca Grande amiga Ro. Passando ferias aqui comigo em Sao Thome. Curtindo tudo isso e o filho querido Joao e me alegrando com sua visita. Um privilegio!!!
Tony Alessandro Lopes · Amigo(a) de Hamilton Suaiden
Hamilton Suaiden esse comentário é quase uma biografia, parabéns para quem a escreve e principalmente a você guerreiro... história de sucesso em assinaturas... abraços!!!
Henrique Perazzi de Aquino Turco começou em Bauru com o grande Batista, grande vendedor de assinaturas, hoje aposentado, noroestino roxo e morador do Mary Dota.
Gilberto Truijo BATISTA MEU AMIGO DO GASPARINI.
Hamilton Suaiden esse nosso amigo Henrique também grande vendedor que é até hoje com suas maquininhas de chacela papel ,muito mais dificil de vender nos dias de com tudo eletronico. esse é o verdadeiro homem de venda.
Pallu Roberto Não sou de Bauru. Chequei aqui em 1990 para estudar. Entre chegar e sair, da primeira vez, os conheci. Pessoas que merecem todo respeito e consideração. Aos tanto e tantos fizeram a vida valer a pena.
Pallu Roberto Ah... São grandes amigos.
Tatiana Calmon Nossa, faz mo tempo que não vejo o turco
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