quarta-feira, 18 de maio de 2016

CENA BAURUENSE (147)


A AGRESSÃO DA PM AOS ESTUDANTES EM UMA REPÚBLICA – O AVISO SERVE PARA TODOS
Primeiro o fato, aqui relatado pelo professor Dino Magnoni: “A invasão da tradicional república "Risca Faca" e o espancamento covarde da rapaziada que lá participavam de uma confraternização exige resposta formal, rápida e direta da diretoria da FAAC e do GAC da UNESP, além do repúdio público das entidades estudantis e das representações sindicais do campus. É preciso responder rápido e com vigor, do contrário os estudantes da UNESP se tornarão fregueses da repressão policial fútil, e com a evidente intenção intimidatória. Policiais armados com um aparato repressivo desproporcional e desnecessário para aquele tipo de ocorrência, em nome da "perturbação da ordem", e de um "pretenso desacato policial" praticaram evidente abuso de autoridade ao invadirem a república, ao espancarem e exibirem intenção de ferir (e até de matar), ao atirarem com balas de borracha no corpo e no rosto de jovens que não ofereceram resistência e nem tinham intenção ou condição de fazê-lo. Foi um ato de repressão descabido, cuja versão policial foi reproduzida pela mídia local, de forma parcial e sem o devido cuidado de apurar o que de fato havia ocorrido. Os veículos bauruenses hegemônicos, como na maioria das vezes, apenas reproduziram sem questionar, os relatos dúbios dos boletins de ocorrência. Me parece que a índole repressiva da era Temer já se manifesta publicamente em Bauru. Os primeiros alvos são estudantes de Comunicação de uma Universidade Pública. É um fato bem sintomático e simbólico, dos duros tempos que aguardam a juventude e os movimentos sociais brasileiros!”.

Num outro relato, a diretora da rádio Unesp de Bauru, Cleide Portes assim analisa o ocorrido: “Algo muito grave aconteceu na noite de domingo em Bauru. Policiais espancaram estudantes universitários dentro de uma república e levaram alguns pra Delegacia. O relato de um dos jovens é de uma noite de terror. Não muito diferente ou talvez até menos do que ocorre nas nossas periferias mas a impressão é que, com o afastamento da presidenta Dilma, as instituições de direita estão se sentindo fortalecidas.”.

Assistam esse vídeo:https://www.facebook.com/nah.rodrigues.7/posts/926188570813224?pnref=story.unseen-section

Na imprensa local, Jornal da Cidade, a notícia saiu assim:http://www.jcnet.com.br/…/jovens-perturbam-a-vizinhanca-des…

Essa análise do Grão de Fato precisa ser lida, possibilitando o bom debate: http://www.graodefato.com.br/carolinabataier/2248/

E POR FIM A MINHA CONCLUSÃO, SEGUINDO NA LINHA DOS DOIS CITADOS:
Sem analisar o certo e o errado, sem entrar no mérito da questão dos abusos de ambos os lados, faço uma análise curta e grossa sobre a ação policial e levando em conta ter sido ela completamente anormal. Excesso de violência em algo mais do que desnecessário e daí minhas conclusões. A ação ocorre justamente no período limítrofe entre a saída da presidenta Dilma e a chegada do interino e golpista Michel Temer. Em São Paulo são por demais conhecidas as ações truculentas da PM, capitaneadas pelo até então Secretário da Segurança Pública, o mesmo que é galgado a um posto similar no novo (sic) Governo Federal, ou seja, está mais do que claro ter sido lá colocado para executar a nível federal o mesmo que vinha fazendo no estadual. Vejo o ato e a forma escolhida para resolver a questão, na base literalmente da “porrada”, como a apresentação do novo cartão de visitas de como deverá ser o procedimento da PM daqui por diante. Algo mais ou menos assim: “Meus caros e caras, agora a coisa mudou, titia Dilma se foi e é esse o estilo do titio Temer”. Vejo que foi algo para intimidar e para tanto necessitavam de um exemplo vivo, uma demonstração de força e ela com um objetivo bem definido, ou seja, “entendam todos, daqui para frente, qualquer manifestação, por mais simples que possa ser, o tratamento será dessa forma e jeito”. Foi isso o sacado do ocorrido e os estudantes foram simplesmente usados como o pombo correio para que todos soubessem da mudança de conduta. O neoconservadorismo chegou e quer se instalar de vez na sala de visitas de nossa casa. Precisa ser combatido. Entenderam como se apresenta a questão e o marco divisório vivido nesse exato momento?

5 comentários:

Mafuá do HPA disse...

alguns comentários via facebook 1:

Marcia Nuriah Re - comecou....

Celso Fonseca Você tem medo da polícia? Por quê? O jornal disse que procurou os infratores para ouvir o lado deles mas não quiseram falar com a reportagem.

Henrique Perazzi de Aquino Isso não é medo, talvez repulsa... Nossa polícia é uma das menos preparadas do mundo para enfrentamentos dessa natureza. E sempre foi paga para defender os Governos que pagam seu soldo e de olhos vendados. Precisamos ter outra polícia, mais justa. Passam constantemente dos seus limites e tudo fica por isso mesmo. Até quando?

Thiago Vendrami Se esses estudantes estivessem... estudando, descansando para um dia de trabalho (afinal já se passava das 23h de domingo) ou até mesmo confraternizando respeitando o direito dos vizinhos, nada disso teria ocorrido. Simples assim. E quando a PM chega p...Ver mais

Henrique Perazzi de Aquino Excessos de ambos os lados. Quem nunca foi estudante que levante a mão e quem nunca sofreu um ato a representar a truculência da polícia idem. Sensatez é sempre o melhor negócio e ouvir a ambos os lados.

Thiago Vendrami Eu fui estudante (e sou de novo), participei de várias festas, mas NUNCA me excedi ou me coloquei em situação de desrespeitar vizinhos ou seja lá quem fosse... E nunca fui abordado pela PM de forma truculenta. Já fui várias vezes, mas com autoridade. Aí viram que eu não era e não sou bandido ou vagabundo e sempre fui liberado após o trabalho deles. Não está na testa escrito se sou infrator ou criminoso u não

Henrique Perazzi de Aquino Thiago Vendrami, EXCEÇÕES EXISTEM. Na testa dos estudantes não estava escrito marginais, mas foram tratado como. Adoraria ver ambos os lados podendo se explicar, um na frente do outro e sem um poder fazer uso do gás de pimenta quando confrontado.


Cristina Zanin Sant'Anna Nada justifica o abuso e violência policial de acordo com o que está narrado e as fotos publicadas.
Curtir · Responder · 1 · 17 de maio às 13:08
Celso Fonseca
Celso Fonseca Se o rapaz diz a verdade, concordo que tenha sido um abuso de autoridade.

Marcos Cunha A manchete diz:-"Jovens perturbam a vizinhança, desacatam a PM e são detidos em bauru", infelizmente morador de república não é assalariado e com certeza estavam "bêbados", e houve enfrentamento por parte deles, a PM é uma corporação composta de Pais e filhos de família que necessitam a volta deles para seu convívio, o Termo abuso de autoridade é muito pesado quando há retalhação ostensiva por parte dos estudantes, se eles estivessem se comportando dentro de um nível social razoável nem a Polícia teria sido chamada. Eu nunca apanhei de Policial e participei das "Diretas já" e de vários movimentos Socialistas, o Problema é saber se portar e respeitar a autoridade outorgada a eles...

Aparecido Ribeiro Está faltando bom senso e equilíbrio em tudo!

Luiz Lodeiro de Mello Definitivamente deputado(a) do PT não gosta muito da polícia ...

Thiago Vendrami Luiz Lodeiro de Mello estamos em um País onde o certo é estar errado, bandido é herói e desocupado mobiliza mais do que trabalhador.

Henrique Perazzi de Aquino E num país onde os dito estudados apóiam os algozes do pais (vide golpe) e se bobear de si mesmos.

Thiago Vendrami Há controvérsias

Henrique Perazzi de Aquino Prefiro nunca me posicionar ao lado de como pensa e age Pedro Tobias e Celso Nascimento e noto que cada vez acerto mais por agir dessa forma.


Thiago Vendrami Se posicionar ao lado deles é complicado... bom, nem sei se eles têm lado.

Henrique Perazzi de Aquino Claro que tem, o pior possível, ambos golpistas, para começar. Depois, percebam algo. Até o Jornal da Cidade capitulou e os estudantes vão publicar um texto com a versão deles. Vcs acham que se o jornal tivesse dúvidas da versão correta dos fatos deixaria isso ocorrer?

Aparecido Ribeiro Os deputados da cidade só pensam no seu bem estar!

Anônimo disse...

Se o deputado bauruense Pedro Tobias e nem Celso Nascimento (ele é deputado?) não se tocam, alguém se toca. Leiam isso:
"Deputada Beth Sahão pede explicações à PM sobre agressões a estudantes em Bauru
A deputada estadual Beth Sahão (PT) protocolou nesta quinta-feira, 19, um requerimento de informações na Assembleia Legislativa de São Paulo, em que cobra explicações da Polícia Militar (PM) sobre o caso dos estudantes agredidos em uma república de Bauru, no Interior do Estado. O caso ocorreu na noite do último domingo, quando policiais se dirigiram ao imóvel, localizado no Jardim Panorama e que sedia uma moradia coletiva de alunos de instituições de ensino da cidade, para atender a uma ocorrência de “perturbação do sossego”.
O fato foi marcado pelo uso desmedido da violência por parte dos policiais e resultou em seis estudantes feridos, alguns de maneira grave. Participantes da festa e moradores da república denunciaram diversos abusos que teriam sido praticados pela PM, inclusive o espancamento e até o uso de balas de borracha contra pessoas desarmadas. Os estudantes agredidos também relatam que policiais teriam invadido a residência, sem que houvesse um flagrante ou um mandado judicial para embasar a medida.
Além disso, pelo menos um deles relatou, no Facebook, que uma viatura teria feito uma parada, no trajeto rumo à delegacia, para que PMs pudessem desferir tapas em um estudantes detido durante a operação. No requerimento, Beth cobra explicações do comandante-geral da corporação, coronel Ricardo Gambaroni, acerca os possíveis abusos, classificados por ela como “violações de direitos humanos”.
No requerimento, a parlamentar solicita as gravações de todas as comunicações feitas entre os policiais que atenderam à ocorrência e a Central de Operações da Polícia Militar (Copom), de modo a poder averiguar as queixas feitas pelos estudantes agredidos. Ela também quer saber de quem partiu a ordem para que os policiais invadissem a residência e fizessem uso de bombas de efeito moral, gás pimenta e balas de borracha contra os moradores da república e os participantes do churrasco. Beth pergunta, ainda, se o procedimento é previsto nos protocolos e regulamentos internos da PM e se já foi utilizado em outras situações dessa natureza.
Nos questionamentos ao comandante, Beth pergunta se houve atendimento aos estudantes feridos e se, em caso de resposta negativa, o fato poderia ser classificado como omissão de socorro por parte das autoridades. Na justificativa do requerimento, a parlamentar criticou o modo violento como a PM conduziu a situação.
“Não queremos, aqui, contestar o papel da PM enquanto mantenedora da ordem pública e do sossego. Da mesma forma, não vem ao caso debater as circunstâncias em que se dava a referida festa particular. O que nos preocupa é notar o uso desproporcional da força contra pessoas desarmadas, numa situação que, em outras circunstâncias, poderia perfeitamente ser solucionada mediante o diálogo”, argumenta.
Na avaliação dela, os abusos cometidos contra participantes da festa são inaceitáveis. “Os eventuais excessos dos participantes do churrasco, se ocorreram, não podem justificar, jamais, os resultados que pudemos observar mediante os relatos dos estudantes e da imprensa”, afirma.
Para ela, o uso desmedido da violência contra a população acaba por comprometer a própria credibilidade da PM. “A instituição precisa ser respeitada, mas jamais temida pelos cidadãos e cidadãs”, diz Beth. O requerimento deverá ser analisado em plenário, dentro dos próximos dias. O prazo inicial para que o documento seja respondido é de 20 dias, a partir da data em que ele for aprovada, porém, o período pode ser prorrogado, caso haja solicitação por do comandante.", ASSESSORIA DEPUTADA

Anônimo disse...

Situação complicada Henrique, mas é uma situação que não podemos transformar em palco político. Quando o Estado age com sua polícia de forma truculenta em manifestações, agride professores, espanca alunos em escolas ocupadas, isso devemos sempre enfrentar o Estado com todas as forças, lutar com idealismo até o fim, porque aí sim é uma questão político-social.
Mas o que aconteceu nesse caso, os dois lados erraram nos exageros, sendo que quem originou toda a situação foram os exageros de uma festa fora de hora.
Todos nós já nos divertimos à exaustão e apesar de não sermos mais jovens ainda tentamos curtir a vida quando e como podemos, mas hoje vivemos uma crise universitária enorme Henrique, que passa pela postura de certos universitários.
Hoje muitas festas passam e muito dos limites, alguns anos atrás, não sei se você sabe, uma das poucas vezes que fui parar numa delegacia foi quando tinha uma república duas três casas ao lado da minha, numa segunda-feira de madrugada, o som absurdamente alto, rojões explodindo, gritaria geral, parecia praça de guerra, minha avó incomodada, os vizinhos que trabalhavam cedo putos da vida também, acabei que fui lá bater na casa para pedir que abaixassem o som e cessassem os gritos, o "bacana" que me atendeu disse, "tá incomodado? muda da rua e se encher de novo tú vai apanha".
Isso foi a senha para eu pedir que ele viesse me bater, nisso vieram outros, totalmente chapados, cheirados e precisei fazer um strike lá, a coisa foi feia, até um dos vizinhos chamar a polícia e ir todo mundo para o DP em plena madrugada.
Henrique, a maioria desses jovens de hoje, nem de longe lembram aqueles idealistas de outras gerações, não acho que a polícia tem que chegar soltado e gás e o escambau, mas convenhamos, sabendo como são treinados, vai mexer à toa com os caras?? Com certeza houve desnecessária provocação.

Camarada Insurgente Marcos

Anônimo disse...

O papel da deputada estadual deveria ser seguido pelas instituições em Bauru, OAB, Defensoria Pública, Ministério Público.... haja vista, existirem casos anteriores de violência brutal por parte da polícia militar - citados um exemplo- 2007- morte do adolescente Carlos Rodrigues Júnior, 15 anos, durante uma abordagem policial em sua casa no Núcleo Mary Dota, em Bauru. Dentre outros casos... essa reflexão é necessária na cidade de Bauru.
Cristina Zanin Sant'Anna

Anônimo disse...

Na hora que a coisa aperta todo mundo liga pra polícia. Mas na hora que ocorre um abuso todo mundo execra a polícia.
Profissão difícil e pouco respeitada. Quando um policial vier te abordar deve-se apenas responder sim senhor ou não senhor.
Mais que isso pode fazer ambos os atores da conversa perderem o seu tempo. Já presenciei pessoas jogando cerveja na cara de policiais (como parece que ocorreu nessa festa) e isso demonstra a falta de respeito que a maioria tem por essa classe de trabalhadores. Principalmente os esquerdistas que tem complexo de sempre serem a minoria que colocam essas ideias na cabeça da juventude.
Ambos erraram nesse fato, pois abusaram de seus deveres. Tudo se resumiria a um sim senhor e não senhor para que nada disso tivesse acontecido.