sábado, 18 de junho de 2016

BEIRA DE ESTRADA (64)


PELO FIM DA LGBTFOBIA, EM LUTO POR ORLANDO
Esse o nome do ato ocorrido hoje pela manhã, saindo da praça Rui Barbosa e descendo o Calçadão da Batista até a praça Machado de Mello e com uma estratégica parada na Esquina da Resistência para as falações de praxe. Iniciativa da Frente Brasil Popular, Anarquistas LGBT, Partido dos Trabalhadores, PC do B, Biblioteca Móvel Quinto Elemento, Casa do Hip Hop, Esquerda Marxista, Grupo Liberdade e Luta, Coletivo LGBT+Prisma, Juntos do PSOL, União Juventude Socialista e outros. Pelas fotos um bocadinho do ocorrido de grandioso no evento.

“A LGBTfobia pode ser definida como a hostilidade geral, psicológica e social contra aqueles(as) que, supostamente, sentem desejo ou têm práticas sexuais com indivíduos do mesmo sexo (práticas homoeróticas). Atuando como forma específica do sexismo, a LGBTfobia rejeita, igualmente, todos(as) aqueles(as) que não se conformam com o papel de gênero predeterminado para o seu sexo biológico. Trata-se de uma construção ideológica que consiste na permanente promoção de uma forma de sexualidade (hétero) em detrimento de outra (homo) e uma forma de identidade de gênero (cis) em detrimento de outra (trans), organizando uma hierarquização das sexualidades e identidades. A heterossexualidade compulsória, com seu caractere cisgênero, foi histórica e culturalmente transformada em norma, sendo um dos principais sustentáculos da heteronormatividade e da sequência normativa sexo-gênero-sexualidade.”, uma definição sobre o tema.

O mais importante é ver a juventude nas ruas, mobilizados em torno de causas, não de uma, mas de várias e ao mesmo tempo em que uma os uniam naquele momento, outras também estavam no foco, como o Fora Temer, algo mais do que presente na boca de cada um dos presentes. Também me encantou ver um jovem estudante, comandando o Ato e dentre todos os agrupamentos que estiveram envolvidos, ela representava ali o PT – Partido dos Trabalhadores. Quando tudo foi feito para sacar das ruas o PT, para incriminá-lo ou até mesmo torná-lo algo desprezível, eis que o danado ressurge das cinzas, sempre pelas mãos de sua militância. Vi isso nesse ato e na pessoa de Luca Willians de Souza.

Do ato em si, algo necessário e justo, preciso e ótimo também ocorrendo em Bauru, algo em repúdio, primeiro ao atentado de Orlando – EUA e, depois, contra todos os outros, muitos deles aqui no Brasil. Essa presença corajosa nas ruas é algo salutar. Quando entre os presentes, converso com o professor de História, Tauan Mateus Grossi e fico sabendo que muitos dos ali presentes são seus alunos em uma escola pública de nível secundário. Nada foi pensado ou marcado por professores ou alguém impondo, sugerindo que algo pudesse ocorrer em Bauru. Nada disso, a ideia cresce em importância, pois nasceu, cresceu e vingou advindo deles mesmos.

E para encerrar, impossível não fazer referência à atroz, cruel e insana perseguição que segmentos conservadores, capitaneados por alguns religiosos fazem ao movimento LGBT. Violência já ocorreram e se repetem a todo instante. Para ocorrer algo tão bestial como o ocorrido nos EUA é um pulo, pois quando a pessoa, já com pouco recurso de entendimento e ainda por cima com respaldo de sua religiosidade, caba fazendo besteiras imensas. O grande risco do momento é o país perder sua laicidade enquanto Estado, pois ao ceder um pouco ali e outro aqui, o grande perigo. E daí, esse tipo de resistência maia do que salutar.

E, como sempre, faço questão de estar presente.

A luta não se faz por intermédio de uma, ou duas ou três boas causas, mas da união delas e em todas estarmos presentes, atuantes e inflamados, questionando, propondo e sem esmorecer.

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