HPA SE METENDO EM PROBLEMAS ALHEIOS – A ESCOLHA DO CANDIDATO A PREFEITO PELO PMDB E ALGO DE UM DELES, DARLENE TENDOLO
Nesse final de semana o PMDB, o partido mais golpista hoje na nação (até o Requião pensa em deixar a sigla), estará fazendo sua Convenção para escolha do candidato à prefeito nas próximas eleições em Bauru. Dois candidatos na disputa, de um lado o ainda vereador (ele não é Ficha Suja?) RENATO PURINI e do outro DARLENE TENDOLO, ainda Secretária da SEBES, a do Bem Estar Social. Não querendo tomar partido, mas dando meu pitaco, primeiro comparo ambas as secretarias e vejo que, na do Desenvolvimento, comandada até bem pouco tempo pelo Purini, o mesmo chegou até a retirá-la do prédio das Cerejeiras, alugando para sua instalação o tal Castelo de Vidro e incontornável problemas gerando até demissões às pressas de cargos de confiança, num caso onde um denunciante alegava que a Prefeitura cobrava para empresas se instalarem na cidade. Tudo foi devidamente arquivado, mas isso tudo foi amplamente noticiado pela imprensa. Do outro lado da contenda, Darlene e algo pelo qual nem as pedras do reino mineral conseguem esconder, o fato de ser uma das poucas secretarias de atuação “redondinha” dentro da atual administração. Uma que, fui conferir pessoalmente sua atuação. Aqui conto algo a envolver seu trabalho e um trabalho acadêmico no qual estou envolvido.
Numa das disciplinas do mestrado na UNESP tive a ideia de fazer um artigo, como conclusão da mesma e baseado no trabalho da SEBES. Ela me veio quando instigado aqui pelo facebook, li o questionamento de um amigo (falecido recentemente) que, ao ler um post no meu blog sobre um mendigo morando debaixo das marquises do supermercado Pão de Açúcar da rua Araújo Leite (o Pézão, também recentemente falecido), respondeu com algo assim: “A Prefeitura não faz nada para retirar essas pessoas da ruas”. Aquilo me intrigou e fui conferir se de fato a Prefeitura nada fazia. Descobri que faz e muito, sendo até uma das referências no setor Atendimento Social na região. Ou seja, o estereótipo dito por muitos não é verdadeiro. Para tanto, entrevistei a Secretária do Bem Estar, a hoje postulante de concorrer na eleição para o Executivo, Darlene Tendolo. Posto abaixo a entrevista feita com a mesma e que, faz parte de um artigo aprovado para participação no ANPHU 2016 – Encontro de História (http://www.encontro2016.rj.anpuh.org/), esse ano sendo realizado em agosto próximo na Universidade Rural do Rio de Janeiro, em Seropédica, com o título “POLÍTICAS PÚBLICAS DE INFORMAÇÃO PARA PARCELAS EXCLUÍDAS DA SOCIEDADE”.
Sua fala e, depois a constatação do que me disse com o que de fato ocorre, confesso, me ajudou substancialmente na finalização do artigo. Reproduzo abaixo trechos da entrevista feita com ela em fevereiro deste ano e divulgada agora em primeira mão:
"A ação do Poder Público Municipal - Após compilar os exemplos de moradores das ruas, surgiu a pergunta: O que de fato a Prefeitura faz na cidade de Bauru para reverter a questão social e buscar soluções para os variados problemas? Ciente de que muitas ações são, não só propostas, mas colocadas em práticas, fui entrevistar a Secretária do Bem Estar Social da cidade de Bauru, Darlene Martin Tendolo. Foram selecionados trechos da entrevista, conforme segue abaixo:
Pergunta: Como a SEBES entende o seu papel junto aos desassistidos sociais?
Resposta: Nós temos uma média de 98 mil pessoas atendidas através do Cadastro Único em diversos projetos sociais, onde monitoramos o atendimento dessas pessoas. Temos convênios com 37 entidades, representando mais de 147 serviços, fora o atendimento que são de execução direta da Secretaria, nas Redes Especial e Básica. Na Rede Básica temos creches gratuitas, escolas, inclusão produtiva com dois PETs para atendimento de crianças, temos todo um trabalho voltado para a formação e a construção profissional. Tudo está colocado para a população num processo de construção, formação de empreendedores e a profissional, os encaminhamentos. Todo um trabalho voltado para a inclusão dessa pessoa no mercado de trabalho, com possibilidade de empregabilidade e renda. Na Rede Especial temos o CREAS I e II, toda a rede concentrada de atendimento a mulher, Centro de Referência e Coordenadoria, com atendimento desde o bebê, a gestante e abrigo de mulher. e algumas Repúblicas de Idosos. Todo um trabalho voltado para o atendimento da pessoa humana, o Centro POP, especificamente voltado para a população de rua, a abordagem social noturna, que é um trabalho feito após o encerramento das atividades normais. Esse outro começa às 19h rodando todos os pontos mais frágeis da cidade, ou seja, onde as pessoas se encontram nas ruas. Elas vão para as ruas por variados motivos e não podemos obrigar ninguém a receber tratamento, a entrar no automóvel da Secretaria e leva-los, por exemplo, para uma das três Casas de Passagem, para as Residências Inclusivas ou mesmo para o CAPs 24h. Existe todo um trabalho em parceria com a Saúde. Quem vem não tem do que reclamar. São 78 famílias assistidas pelo Aluguel Social e outras tantas em parceria com hotéis da cidade. Ali instaladas vamos verificando quando ela passa a ter condições de assumir a responsabilidade de gestão sua própria casa.
Pergunta: Fale de vocês, como é feito o atendimento? Resposta: Aqui todos atendem, somos em 230 funcionários distribuídos em diversos pontos de atendimento pela cidade. A SEBES hoje tem uma gama imensa de serviços, dentro de um orçamento anual de aproximadamente R$ 56 milhões. Atendemos o que é direito do cidadão, acompanhamos a margem de ganho dessas pessoas e o objetivo é fazer com que a pessoa supere a situação de vulnerabilidade. A vulnerabilidade tem vários aspectos, a básica e tem aquelas pessoas que perderam seus empregos, outra que não tem alimentação, então providenciamos tudo isso. Outro projeto em parceria com a Cáritas Diocesana encaminha pessoas para o mercado de trabalho, funcionando com uma agência de emprego. Aqui se incentiva a pessoa, ela tem conhecimento que não está sozinha e entende que tudo nada mais é do que um direito dela. Ninguém obriga a transformação, mas é colocado ao alcance delas essa posição. Temos a prestação de serviço à comunidade para adolescentes que estão em conflito com a lei, temos a LA, que é a Liberdade Assistida, com encaminhamento, monitoramento e escola. A Assistência tem uma finalidade precípua colocando para eles o dever de cidadão e não tem preço ver o crescimento dessa pessoa, a transformação. Tem a escola para os filhos, pois o Conselho Tutelar também está agregado à Secretaria. Tudo isso agregado também com terapia ocupacional. Trata-se de um trabalho constante, alguns sigilosos, para garantir a própria integridade dessas pessoas, como a República de Idosos e o Abrigo das Mulheres, onde elas podem levar os filhos e permanecer junto deles. Tenho que ofertar processo de formação, como no caso da Cozinha Comunitária, com 200 refeições diárias a preços de R$ 1 real cada e após o almoço, cursos para formação dessas pessoas.
Pergunta: Fale sobre o fato de Bauru ter se transformado referência na Assistência Social?
Resposta: Foi um trabalho árduo, empenho de toda a equipe e também vontade dessa administração nesse caminho. Se formos analisar, Bauru é uma cidade pobre, com quase um terço da população em situação de risco, quase cem mil pessoas em situação de vulnerabilidade. É um risco constante, estamos sempre procurando empregabilidade, para que quando consigam sair não mais voltem para as ruas. Quem hoje está no alcoolismo, amanhã pode estar nas drogas. Veja que o crack diminuiu na cidade. Entramos no programa federal ‘Crack é preciso vencer’, com várias inserções, por isso a abertura das Casas de Passagens, inserindo as pessoas, com apoio da Saúde, em atendimento mais prolongados. Algumas permanecem nove, dez meses conosco, arrumam emprego, saem daquela situação, retomam, tem as recaídas, tem todo um trabalho a longo prazo, complexo, desses que não dá para dizer que tudo está resolvido. Não está. É uma vigilância social constante.
Pergunta: Fale sobre a população de rua? Resposta: Ela não está na rua porque ela quer. Eles vão para a rua por desilusão amorosa, por desemprego, depois vem o alcoolismo, o mundo das drogas. É uma população que você tem que resgatar. Já pensamos em regionalizar alguns dos serviços, pois algumas cidades não dispõem de condições de contratar uma equipe completa para esse atendimento. Todo serviço oferecido é pautado na legislação e o oferecimento é com plenitude, qualidade e completo. Não existe serviço meia boca. Produzimos desde o atendimento através da documentação, preencher a falta de informação existente. A desigualdade social é muito grande e não foi criada por essas pessoas, vem do sistema econômico e ao longo dos anos criou pessoas que não dispõe de condições. Nosso trabalho tem começo, meio e continuidade. A pessoa em Bauru não precisa permanecer na rua, acontece que ela não segue mais as regras convencionais.
Pergunta: Quais entidades não públicas que são parceiras da SEBES nesse trabalho e como atuam?
Resposta: Hoje são 37 entidades com convênios, somando as ONGs ultrapassam 72 entidades. Cada uma delas com serviços variados em segmentos diferentes. E tudo isso aprovado por um Conselho, nada feito por decisão individual, tudo coletivo. Hoje digo sem medo de errar, se todos os moradores de rua tivessem o desejo de abandonar a rua teríamos como abrigar a todos. O Albergue Noturno abriga 50 toda noite, damos alimentação para outro tanto deles. Muitos possuem família, mas essas adoeceram junto com eles e não tem mais condições, não acreditam mais na mudança, então o nosso trabalho é também trabalhar o fortalecimento de vínculo. Imagina você conseguir viver ao relento, quando falta qualquer coisa básica em nossa casa já é difícil, né? Imagina não ter um teto, não ter uma referência? Aqui criamos um meio de inserção dessas pessoas, tudo visando retirá-los das ruas.".
Resposta: Foi um trabalho árduo, empenho de toda a equipe e também vontade dessa administração nesse caminho. Se formos analisar, Bauru é uma cidade pobre, com quase um terço da população em situação de risco, quase cem mil pessoas em situação de vulnerabilidade. É um risco constante, estamos sempre procurando empregabilidade, para que quando consigam sair não mais voltem para as ruas. Quem hoje está no alcoolismo, amanhã pode estar nas drogas. Veja que o crack diminuiu na cidade. Entramos no programa federal ‘Crack é preciso vencer’, com várias inserções, por isso a abertura das Casas de Passagens, inserindo as pessoas, com apoio da Saúde, em atendimento mais prolongados. Algumas permanecem nove, dez meses conosco, arrumam emprego, saem daquela situação, retomam, tem as recaídas, tem todo um trabalho a longo prazo, complexo, desses que não dá para dizer que tudo está resolvido. Não está. É uma vigilância social constante.
Pergunta: Fale sobre a população de rua? Resposta: Ela não está na rua porque ela quer. Eles vão para a rua por desilusão amorosa, por desemprego, depois vem o alcoolismo, o mundo das drogas. É uma população que você tem que resgatar. Já pensamos em regionalizar alguns dos serviços, pois algumas cidades não dispõem de condições de contratar uma equipe completa para esse atendimento. Todo serviço oferecido é pautado na legislação e o oferecimento é com plenitude, qualidade e completo. Não existe serviço meia boca. Produzimos desde o atendimento através da documentação, preencher a falta de informação existente. A desigualdade social é muito grande e não foi criada por essas pessoas, vem do sistema econômico e ao longo dos anos criou pessoas que não dispõe de condições. Nosso trabalho tem começo, meio e continuidade. A pessoa em Bauru não precisa permanecer na rua, acontece que ela não segue mais as regras convencionais.
Pergunta: Quais entidades não públicas que são parceiras da SEBES nesse trabalho e como atuam?
Resposta: Hoje são 37 entidades com convênios, somando as ONGs ultrapassam 72 entidades. Cada uma delas com serviços variados em segmentos diferentes. E tudo isso aprovado por um Conselho, nada feito por decisão individual, tudo coletivo. Hoje digo sem medo de errar, se todos os moradores de rua tivessem o desejo de abandonar a rua teríamos como abrigar a todos. O Albergue Noturno abriga 50 toda noite, damos alimentação para outro tanto deles. Muitos possuem família, mas essas adoeceram junto com eles e não tem mais condições, não acreditam mais na mudança, então o nosso trabalho é também trabalhar o fortalecimento de vínculo. Imagina você conseguir viver ao relento, quando falta qualquer coisa básica em nossa casa já é difícil, né? Imagina não ter um teto, não ter uma referência? Aqui criamos um meio de inserção dessas pessoas, tudo visando retirá-los das ruas.".
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