terça-feira, 16 de agosto de 2016

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (94)


BAURU POSSUI PRECIOSIDADES DE GRANDE VALOR - EIS UMA...
Eu conheço o professor Luiz Augusto Teixeira Ribeiro de longa data. Ele é professor aposentado da UNESP de Bauru e, pelo que fiquei sabendo, um dos grandes boêmios que essa cidade já teve. Tem posicionamentos firmes, duros algumas vezes e muitos discordo, mas isso não impede de continuarmos nos cumprimentando. Não posso dizer ser seu amigo, mas nos conhecemos e nos respeitamos. Hoje mesmo tem uma carta de sua lavra na Tribuna do Leitor do JC, pela qual poderia passar um dia inteiro com ele num prolongado diálogo, desses entre a aspereza e a amenidade, dependendo da temperatura do que for ocorrendo. Mas isso é outra coisa.

Frequento um mesmo lugar que ele. Um ponto comercial ali na Baixada do Silvino, a loja de rações do nosso amigo em comum, o Lúcio. Ele fica mais tempo que eu por lá e sempre que o encontro, dá aquela vontade de papear e perguntar sobre acontecimentos do passado, que sei ele esteve metido. Um dos quais outro dia o questionei foi sobre a Casa da Eny. Ele me olhou assim de soslaio e disse: "Tem muita gente que fala besteira da Casa da Eny e não conheceu aquilo de verdade". Eu sei que ele conheceu e qualquer dia ainda sento e falaremos disso por uma tarde inteira.

O Luiz foi daqueles que nos anos 70/80 esteve em plena circulação, rodou e participou de muita coisa nessa cidade e tem, primeiro na memória muita coisa para ser relatada. Se abrir o seu baú de memórias, muita coisa vai ser desvendada por essas plagas. Acho que precisaríamos criar uma comitiva de gente daquela época para, todos sentados numa mesa desvendar e lembrar coisas do arco da velha. Imaginem a grandiosidade do feito, com suas fotos sendo mostradas. Acredito que até tenha gente que, pudesse ficar contrariada quando visse aquilo tudo exposto. São registros mais do que eternos. Peças únicas.

Eu sempre soube que ele tem um arquivo de fotos fantástico. Para quem é seu amigo no facebook, uma rica oportunidade de ir descobrindo e conhecendo uma Bauru desconhecida por muitos e não revelada em publicações do tipo Bauru Ilustrado. Hoje mesmo uma grande surpresa está publicada na sua página no facebook, fotos de Elke Maravilha quando de sua passagem pela Casa da Eny, anos 70, para, se não me engano, um show. Lindas fotos, linda a Elke retratada por ele. Vi as fotos e viajei no tempo e no espaço, ouvia sempre falar disso e agora, a comprovação, Elke esteve mesmo no famoso cabaré. Não só ela...

Não só a Elke foi clicada pelas lentes do Luiz, mas uma pá de gente importante, artistas e figurinhas e figurões. Vi uma foto da Wilza Carla fantástica, outra do Vinicius, Emilinha Borba, Dercy Gonçalves no aeroporto (o verdadeiro) e tantos outros. O seu acervo é coisa mais que rara e merece um estudo de caso, uma exposição, um livro e a reunião disso tudo, mostrando algo de uma Bauru oculta. Escrevo isso com certa emoção, pois me toquei da importância do que vi com os registros da Elke, ao navegar pelo seu face e ficar maravilhado. O Luiz precisa ser cercado, convencido a contar suas histórias e causos. Vejam as fotos da Elke e constatem se não tenho razão. Relembrar aquilo tudo é algo ainda não feito devidamente nessa cidade.

Hoje dia do falecimento de Elke Maravilha, 71 anos, essa minha homenagem para essa grande dama russa/brasileira.

Viva Elke!

Viva Luiz, pelos mais que belos registros!

Um comentário:

Anônimo disse...

Aquino, as nossas filosofias de vida, politicas, sociais, podem ser discutíveis, mas se, sentarmos, dialogarmos, expormos nossos pensamentamentos, nossas histórias, nossa forma de ver a vida, é maravilhoso. No dialogo é importante ouvir, pensar, analisar com muita paciência, a discussão deve ser levada para casa e pensar junto ao travesseiro. Eu não sou perfeito e a maioria das vezes estou em duvida. Pelos registros já feito pela câmara fonográfica, não só registrava o fato, mas, esses momentos na realidade me levou a conhecer as pessoas e a própria sociedade. Pois diante de uma câmara fotográfica, as pessoas realmente se transformam. Logicamente hoje a câmara não mais representa o que ela era na década de 70. Hoje a fotografia tornou se uma coisa banal, as imagens de hoje estarão perdidas e longe da história. Uma escritora Susan Sontag escreveu "Fotografa-se tanto quanto se faz sexo". Quando fiz meu doutorado na Espanha completei a frase de Susan dizendo -"sexo precisa se bem feito, não é simplesmente fazer sexo.
LUIZ AUGUSTO TEIXEIRA RIBEIRO