sexta-feira, 5 de agosto de 2016
PALANQUE - USE SEU MEGAFONE (89)
QUEM É SEU HERÓI OLÍMPICO?
MEU HERÓI OLÍMPICO É UMA MULHER, DAQUI DE BAURU, GANHOU O MUNDO E AS PESSOAS QUE A CONHECEM: MATILDE SILVEIRA, CAMPEÃ DOS CAMARINS E VESTIÁRIOS. Cada um possui um herói só seu nessa Olimpíada. De preferência um de sua aldeia, do seu meio, gente que chegou a conhecer e que, depois ganhou o mundo e foi ser gauche na vida. Bauru fervilha de exemplos de atletas (e não atletas) que estiveram em jogos olímpicos. Assim de memória me lembro de vários, o Barbosa do Basquete, o Patelli do Polo Aquático e até mesmo o judoca que está querendo vender a sua tocha olímpica, ganha quando ela passou por Bauru e ele abiscoitou a sua, o Sabino. Minha preferência e a cara olímpica é outra, segue em outra vertente.
Antes de declinar o nome conto uma história linda lida essa semana. Leio semanalmente um artigo sobre Esportes, escrito pelo ex-jogador de bola, médico por formação, boleiro de uma vida inteira, meio jauense, mariliense e bauruense, o Afonsinho, em sua coluna na Carta Capital. Na edição da semana passada fez exatamente isso, escreveu sobre seu ídolo, seu herói dos Jogos Olímpicos de todos os tempos. O seu escolhido foi TETSUO OKAMOTO, nossa primeira medalha na natação, herói de Marília. Ele começa seu texto do jeito que gostaria de começar esse meu: “Cada um deve ter sua própria Olimpíada na cabeça, tal a grandiosidade do acontecimento através da história e a variedade de situações, com tantas disputas diferentes ao mesmo tempo. Os Jogos Olímpicos da minha memória começam em Marília com Tetsuo Okamoto, o primeiro medalhista da natação brasileira com o bronze conquistado em Helsinque, em 1952, nos 1.500 metros nado livre. O Brasil até então só tinha quatro medalhas em outras modalidades”.
Afonsinho revela algo mais de sua infância naquela cidade, onde estudou e fez amizades, uma delas Okamoto, ídolo do menino Afonso. “Ao ver, no documentário sobre Okamoto, cenas da Marília de minha infância, começo a Olimpíada com o coração na boca. Imagina só o que vem pela frente”, narra e emociona ao traçar um perfil diferente de tudo o que tenho lido sobre os jogos começando mesmo no dia de hoje com a abertura na Cidade Maravilhosa. A revista ainda não disponibilizou um link para esse texto e quando o fizer compartilho aqui.
Foi ler o texto e buscar na memória qual seria o meu herói olímpico, alguém de minha aldeia que chegou lá e enche meu coração de alegria, o tal do espírito olímpico elevado à sua máxima potência. Analisei alguns nomes e minha conclusão, para mim, a mais sensata foi eleger, fazer subir ao pódio, aos píncaros da glória, uma bauruense nata, dessas que amassa barro e representa muito disso que tenho imbuído dentro de mim, essa quase idolatria pelos que vem lá debaixo e conseguem chegar lá. Portanto, parodiando, o querido Afonsinho, minha heroína dos Jogos é MATILDE SILVEIRA, ex-roupeira da Seleção Brasileira de Basquete Feminina, que viajou o mundo junto da seleção (convidada por Barbosa) e foi durante mais de uma década uma espécie de conselheira, psicóloga e ombro amigo das jogadoras que por lá passaram. Essa mulher, lenda viva dos bastidores do esporte bauruense é a melhor representante do povo dentro de uma Olimpíada.
Escrevi dela tempos atrás um texto para o Lado B de Bauru e hoje poderia rememora-lo aqui, no dia de Abertura dos Jogos do Rio, pois ela, para mim, é a minha Heroína Bauruense disso tudo, alguém de minha aldeia que chegou lá, viu e venceu e hoje, aposentada, lá no seu reduto no jardim Santa Luzia, está sempre cheia de histórias para contar. Porém, prefiro reproduzir aqui algo de outrem, um belo texto de Luly Zonta, feito para o Jornal da Cidade, Caderno Mulher, 08/03/2004, o “BOLA AO CESTO X CESTAS DE ROUPA: Hortênsia, Paula, Barbosa, Hélio Rubens, Janeth, Guerrinha, Oscar, Leandrinho, Nenê, Matilde? É, a bauruense Matilde Silveira, 53 anos, está na lista das personalidades da história do basquete nacional. A roupeira da seleção feminina é uma figura lendária, que já conseguiu deixar o apresentador Jô Soares (sim, ela já foi uma de suas entrevistadas) desconcertado ao afirmar: “Jogava na cesta, caía no sábado, eu parei.” É com este bom humor que esta senhora, que nunca se casou “para ter liberdade”, afirma ainda ter espírito de uma adolescente de 16 anos. Apesar de não reclamar da vida, a trajetória de Matilde não é para qualquer uma. Em 1973, ela começou a treinar basquete e percebeu que não tinha jeito para o esporte. Mesmo assim, ela ia todos os dias assistir aos treinos depois de sua jornada como empregada doméstica. “Um dia o (Antônio Carlos) Barbosa me convidou para viajar com o time e eu fui. Eu sempre ficava vendo o Amauri (Gamba) a arrumar as roupas das meninas e comecei a gostar dessa função e resolvi ajudá-lo. Ele saiu e eu fiquei no lugar dele”, conta a roupeira, que aprendeu e já sabia ensinar todos os fundamentos do basquete. Campeonatos se passaram e, em 1996, Matilde teve uma oportunidade para trabalhar no BCN, em Piracicaba, com as categorias menores. Incentivada pela amiga, patroa e colega de trabalho Simone Bighetti, ela foi. Chorando, mas foi. “Tinha meu quartinho em Piracicaba e trabalhava com as categorias menores do BCN. Mas, na mesma época, o Barbosa treinava a equipe adulta da Unimep, da Paula, da Branca, da Adriana, no mesmo ginásio que eu dava minhas aulas. Eu terminava o treino e ficava por lá, até que a Paula falou: você vai trabalhar no nosso time”. Mais uma vez, com o aval do técnico Barbosa, Matilde aceitou o convite. Dois anos depois, o time da Unimep acabou e ela partiu com a comissão técnica para o Microcamp, de Campinas, junto com Paula, Branca e cia. Foi nessa época que o bauruense Barbosa assumiu a Seleção Brasileira e levou a conterrânea Matilde para ser a roupeira das meninas. A estréia foi um campeonato Sulamericano no Chile, depois vieram os mundiais da Alemanha, China, um Pan no Canadá, outro no Chile, as Olimpíadas de Sidney, mais três excursões para a Austrália, um pré-olímpico em Cuba, dois torneios nos Estados Unidos e um na Polônia. Mas, entre uma viagem e outra, Matilde, que virou mãe, irmã mais velha, psicóloga e xodó das meninas do basquete, retorna a Bauru se dedica às escolinhas de base no ginásio da Vila Santa Luzia e no Grêmio dos Energéticos, ajuda o time feminino Bauru Cambé e ainda faz suas faxinas. A luta de Matilde agora é por uma vaga na Olimpíada de Atenas, pois ela não foi escala para o pré-olímpico. “No meu lugar foram duas fisioterapeutas. Eu senti muito, fiquei muito abalada. As meninas também estão muito chateadas, mas prometeram que quando voltarem da Europa vão exigir a minha volta. Afinal, quando a gente trabalha direitinho, todo mundo quer o nosso bem, não é? E eu tenho fé.”
Agora, me digam, ela foi homenageada com esse negócio de carregar a tocha olímpica? Bauru e Olimpíadas, esse meu elo com o esporte e a cidade onde vivo. Esse ano deve ter pelo menos mais algumas Matildes bauruenses enfurnadas dentro do evento lá no Rio. Torço por eles/esses...
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2 comentários:
COMENTÁRIOS VIA FACEBOOK 1:
Helena Aquino Grande Matilde ... Grande figura ... Grande mulher. ..
Erica Matheus Duda Silveira olha ❤❤❤❤
Duda Silveira · 16 amigos em comum
Gene que legal ❤️
Ana Paula Silveira Santanna · 8 amigos em comum
linda homenagem
Aline Guerra · 15 amigos em comum
Que linda homenagem
A Matilde Silveira fez parte da minha infancia ate a minha adolescência me treinando basquete
O anos se passaram
Hoje a minha filha treina basquete com a matilde
E como eu adorava estar ali com ela
A minha filha tbm gosta muito das aulas de basquete
Que deus te abencoe sempre
Continue sempre assim
Bjus line e le
Jair Fontao Odria A Matilde Silveira, é uma das pessoas fora de série de nossa cidade, após a morte fazem homenagens as pessoas, elas deveriam serem feitas em vida, pois quem é homenageado está presente para curtir o momento, que nossas autoridades pensem em homenagear não só a Matilde Silveira, mas outros como Antonio Carlos Barbosa, Raduan Trabulsi ,Adilson Baroni etc, homenagem essa em vida, pois pós morte com o passar dos anos só os parentes e amigos mais próximos se lembrarão.
Roque Ferreira Matilde é uma pessoa singular. Seu pai gostava muito de mim, e me tratava com muito carinho.
Marisa Tonetti Jacques guerreira mulher de aço assim vejo seu coração sua dedicação, mais que educatora , admiro tenho muito carinho bjs Matilde
Cida Motha Matilde! saudades... Matilde faz nos lembrar: Esporte, Santa Luzia e muitooo Samba, que aconteciam em festas de sua familia. A marca registrada de tds por lá: Alegria e sorriso no rosto. Uma pena não ter sido lembrada, no revezamento da tal tocha olímpica. Bjssss linda
COMENTÁRIOS VIA FACEBOOK 2:
Nádia Naura Oliveira Fã💞
Rosa Marcia De Jesus Figueiredo Pessoa admirável, pérola de Bauru
Cassia Puentes Zampieri Mulher Guerreira e sempre Feliz !!!!!
Dulce Marli Kernbeis me inclua entre as tietes dela também
Isaias Ferreira Campos
Foto de Isaias Ferreira Campos.
Isaias Ferreira Campos Espero vc6 sexta dia 26 / 8 AS 20 horas no victoria choperia dançaremos muito
Edmar Donizete Silva Minha tia Matilde Silveira. Um exemplo que levo comigo... tenho orgulho obrigado a DEUS por me presentear em ser sobrinho pode ter certeza seus ensinamentos estarão sempre comigo. Bio e obrigado Henrique Perazzi de Aquino pela linda homenagem
João Vitor Matilde .
Uma guerreeeeeira .......
Amo de paixão .
Darcy Bernardi Neto Conheco a Matilde Silveira desde criança. Muito boa gente!! Um grande abraço [][]
Silvana Oliveira Amooooo, trabalhou junto com minha maezinha na secelt
Um amor de pessoa
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