SEGUNDA-FEIRA É UMA COLCHA DE RETALHOS
1.) A CONSTRUÇÃO COLETIVA DAS CIDADES NÃO SE FAZ COM CONCESSÕES AOS QUE DELA FAZEM USO SEM DAR ESPERANÇA AO POVO
Abro a Tribuna do Leitor, parte degustativa de inenarrável sabor dentro das páginas diárias do Jornal da Cidade e lá uma longa carta, "Pela construção coletiva da cidade pública: o direito à cidade como última defesa e esperança", do arquiteto Adalberto da Siva Retto Júnior. Leio, releio e tento decifrar seu conteúdo, me fazendo vibrar ao chegar num entendimento decifrativo. Adalberto não é amigo - sim pelo facebook -, mas nos conhecemos, nunca confabulamos uma conversa, mas sempre o admirei, pelo que já ouvi, li e sei a seu respeito. O respeito e admiração cresce após ler a carta hoje publicada e nela, algo bem peculiar e sui generis do momento atual. Pelo que constato, Adalberto é do time dos que não se vergam e não se deixam levar pelo canto da sereia. Lindo ler algo como "a cidade é a última defesa e também nossa última esperança. (...) O desafio do planejamento é verdadeiramente importante. É necessário um forte reequilíbrio em favor do governo público. (...) A mudança coletiva depende da mudança individual. (...) A questão do tipo de cidade que queremos não pode ser separada de outras questões, sobre o tipo de pessoa que queremos ser, sobre os laços sociais que tentamos estabelecer, sobre as relações com o ambiente natural que cultivamos, o estilo de vida que queremos e os valores estéticos que buscamos".Se bem entendi, Adalberto tem um propósito de vida e dele não se afasta. Como admiro as pessoas assim, que não se submetem. Estão dispostas a ajudar, contribuir, dar o seu quinhão, mas sabem muito bem para quem, quando e onde. Adorei seu escrito, chegando num momento em que muitos se deixam levar. Dou meu sincero parabéns para quem, como ele, ciente de tudo o que ocorre à sua volta, se mantém sem os envolvimentos perniciosos. Como é bom tomar conhecimento de gente dessa estirpe entre nós. Rendo minhas homenagens compartilhando sua carta. Eis o link da matéria do JC: https://www.jcnet.com.br/.../743278-pela-construcao...
2.) A HIPOCRISIA QUE SÓ SAI DO ARMÁRIO A FÓRCEPS
Eis o link da matéria do Página 12: https://www.pagina12.com.ar/310210-la-doble-vida-del...Este só mais um belo exemplo de como os moralistas não valem
nada. Pregam uma coisa e no escondidinho fazem exatamente outra. Não possuem
coragem para assumir seus desejos mais íntimos e sórdidos, mas quando entre os
seus, os de confiança, fazem e acontecem. A Hungria hoje é um dos redutos deste
conservadorismo, assim como parte significativa do Brasil hoje é dentro da
América Latina. Pérfidos até a medula, jogam para a patuléia um discursinho
tacanho, sofrível, reducionista e pueril, só de retrocessos, mas na verdade
gostam de na penumbra fazer tudo o que abominam da boca pra fora. Isso sem
dizer o que fazem para ganhar e amealhar muito dinheiro da forma mais suja e
sacana. O mundo está cheio destes. A matéria que sai hoje no melhor jornal do
nosso mundo, o diário impresso argentino Página 12 escancara só um bocadinho do
que vai na mente e depois, na ação destes. Meu velho pai, que já se foi a
alguns anos, sempre me dizia: "Se afaste dos moralistas, estes os piores".
Sigo seu conselho à risca. Hoje, pelo que vejo, Bauru estará infestada de
moralistas no novíssimo (sic) desGoverno pronto para assumir a Prefeitura a
partir de janeiro 2021 e muito falaremos de suas atitudes daqui por diante. O
texto aqui compartilhado é algo para ser emoldurado...
3.) DESPREPARO TOTAL
Eis o link da matéria – Vídeo mostra PMs agredindo morador de Arealva durante abordagem: https://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2020/12/05/video-mostra-pms-agredindo-morador-de-arealva-durante-abordagem.ghtml?fbclid=IwAR0WNKE1QpLVw0c9dt2q66Wr94mfSWmsDotHEv2HKZPLWogYo2fFBMfLmFgSe numa simples
abordagem por falta de documentos já saem descendo a porrada, imaginem o que
fazem no algo a mais. A PM necessita de um choque estrutural de compostura,
muito além dos bons modos, pois é paga para defender o povo e não para
agredi-lo. Enfim, como chegamos a tolerar isso? Por que agem assim? Quem os
incentiva a agir fora das normas? Quando isso começou e quando isso terá fim?
Como dialogar com estes na contramão do bom senso? A PM tem salvação ou é
melhor ser repensada e já se estudar um recomeço sob outras condições, normais
e procedimentos? Evidente serem reflexos de desGovernos autoritários, como o de
Dória e Bolsonaro, mas a ação deles desta forma e jeito não é de hoje. Pode até
se apresentar mais amena em tempos mais arejados, mas seguem um padrão muito
anormal de conduta. Ontem mesmo, dois deles sacam armas entre si para resolver
no meio da rua algo pequeno entre eles, uma questão pessoal, que podia ser
resolvida facilmente numa conversa amigável, entre colegas, mas não, sacaram
suas armas e assim fazem, agem assim também no contato com os pobres. Com os
ricos e abastados o procedimento é bem outro, mas com os pobretões, exercem
toda a carga negativa de instruções autoritárias recebidas de seus superiores.
Defender a polícia, entender de sua utilidade é uma coisa, mas passar a mão na
cabeça pela continuidade das irregularidades é bem outra coisa.
4.) LEANDRO E FÁTIMA: O CASAL, A PANDEMIA, COMO E QUANDO SE JUNTAM
Os dois formam um lindo casal e circulavam pela aí até a chegada da pandemia. Ele o artista do traço Leandro Gonçalez, criador entre outros do personagem Guardião, o super-herói de Bauru. Veio de Ourinhos, aqui se estabeleceu e permaneceu, conseguindo manter aberto um estúdio na rua Bandeirantes, bem atrás dos Correios, lugar onde trabalha, come, bebe e dorme. Conheceu Fátima Napolitano, cruzaram olhares e desde então estão juntos. Ela trabalhou uma vida quase inteira na agência regional do INSS, sendo uma das especialistas no quesito aposentadoria por estas bandas. Conseguiu se aposentar e desde a pandemia se encontra reclusa, sem dar o ar da graça em praticamente nenhum lugar desta cidade. Pede e recebe tudo na porta de onde mora, via reembolso ou entregas feitas. O tempo passou, a pandemia arrefeceu e não cedeu, agora quer voltar com carga total e eles namorando meio que por posta restante, por e-mails, facebook e telefomas pelo whatts. Semana passada resolveram caminhar juntos novamente pela cidade e o fazem à noite, quando a frequência nas ruas é muito baixa e assim, conversam andando, reveem lugares e pessoas, essas ainda à distância. Também semana passada ela foi até a casa dele, sentaram no quintal e confabularam mais à vontade, só entre eles, cada qual ainda aguardando que o fim disso tudo chegue logo. Estavam lá, buscando formais e meios de fazer algo mais, sem o saberem como. Foi quando cheguei e os peguei juntos, algo que, por muito tempo deixou de acontecer presencialmente. O casal continua mais junto que nunca, porém distantes, cada qual no seu bunker, mas renovando a cada dia juras de amor. Fui um dos poucos a presenciar o algo novo, ou seja, a coragem de estarem juntos. Dizem agir assim por um simples motivo: "Queremos viver quando tudo isso passar e nem pensamos em correr riscos". Ambos não fazem parte de grupos de riscos, mas sim, do grupo dos conscientes, dos que levam a coisa a sério e concluem: "Se conseguimos até agora, justo quando falta tão pouco, não vamos botar tudo a perder". E logo estavam se despedindo e cada qual voltando para seu trancafiamento pessoal. Vivenciei algo raro, depois de mais de nove meses de confinamento. São dois dos sobreviventes destes tempos.OBS.: Desculpem pela falha, mas posto foto do Augusto junto
de Janaína, crendo uma ser a outra e não o sendo, pelo menos não erro na
comparação, pois possuem muita coisa em comum.
6.) ESCREVER DOS QUE VALEM REALMENTE A PENA - COLUNA DE ANSELMO GÓES, GLOBO RJ, 06/12/2020
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