AINDA DO RESULTADO DAS ELEIÇÕES
POR QUANTO TEMPO VAI DURAR A LUA DE MEL DE SUÉLLEN COM BAURU?Por estes dias ela faz o maior sucesso. Tira fotos por onde circule, virou atração da província. Enfim, uma prefeita eleita, ainda por cima negra e sofrendo bestial e insano ataque racista. Denuncia o avanço dos abutres raivosos e percebendo a perda do poder dos ditos mandantes locais, caindo nas graças de quem possui esperança de real mudança. Os sonhadores a paparicam e ela sorri, pimpona e ainda feliz, senhora de si. A ficha ainda não caiu. Quando ela tomar realidade do que vai encontrar pela frente na Prefeitura, pois confesso, não sei como o prefeito Clodoaldo Gazzetta II está conseguindo pagar em dia os salários dos servidores e as continhas do dia a dia. A mágica vai ser desvendada e pelo que se imagina, a partir de janeiro, dificilmente terá continuidade. Temo pelos servidores, mas hoje, dois dias após o resultado do pleito, ela ciente de ter ganho, de ter alcançado o objetivo, tudo ainda é festa. Já deve estar tendo problema na montagem da tal equipe técnica, mas está na fase de usufruir dos afagos, beijos e abraços. Ela que, talvez sonhasse com uma honroso terceiro ou quarto lugar, algo para alavancá-la lá na frente como deputada, acordou segunda como prefeita e todos a abraçam, beijam, querendo tirar fotos. Quanto tempo tem de duração essa lua de mel?
ALGO POR AÍ
CASA DAS TRÊS MULHERES TRANS DE AREALVA – INSPIRADA NAS IRMÃS DORNELL, ELAS PRÓPRIASTomo conhecimento de uma bela história e passá-la adiante é algo salutar, pois o presenciado é mais que um belo exemplo de como ir se safando coletivamente, uns irmanados e escorados no outro.
ALGO POR AÍ
CASA DAS TRÊS MULHERES TRANS DE AREALVA – INSPIRADA NAS IRMÃS DORNELL, ELAS PRÓPRIASTomo conhecimento de uma bela história e passá-la adiante é algo salutar, pois o presenciado é mais que um belo exemplo de como ir se safando coletivamente, uns irmanados e escorados no outro.
Arealva é aqui pertinho, 25km de Bauru e por lá três amigas trans, todas na faixa dos 19 anos, trabalhando na mesma empresa, o maior empregador daquela cidade, com vários barracões e todos fabricando roupas de cama e mesa, toalhas, colchas e afins. Sua proprietária vende para o país inteiro e emprega boa parte da cidade. As três ali trabalham, estafante jornada semanal. Naomi, Lauanne e Natchelly, seus nomes. Se conhecem desde a infância, passada todas juntas, até o final do ensino do 2º grau.
Cada qual morava com suas famílias, sendo mais que amigas, participando juntas de todas as “baladas” e “embalos” proporcionados pela pequena cidade. A vida financeira delas todas não é fácil e buscaram uma forma de enfrentar tudo o mais pela frente, com algo a mais, um facilitador. Buscaram de todos os meios uma casa onde pudessem morar juntas e assim, tocarem suas vidas numa espécie de pensão só delas, um lar coletivo, com as regras só delas. Não foi fácil encontrar a casa, pois de algumas ditas como ideais, sempre uma desculpa para finalizar o fechamento do contrato, enfim, são três mulheres trans.
Por fim, uma casa bem ao estilo do que precisavam, um quarto para cada uma, um aposento a mais para abrigar visitas, uma varanda no piso superior onde pudessem reunir amigos. Conseguiram alugar a casa e o fizeram por um motivo mais que simples, a dona do imóvel é também a proprietária da empresa onde trabalham, enfim, conhece bem a todas e não viu problemas em firmar o contrato. E elas se mudaram, cada qual trazendo um bocadinho do que possuem e se instalaram na nova morada. Que mais sentiu foram suas famílias, mas já se acostumaram, enfim elas queriam ver como é isso de viver por conta própria, mais livres, porém com responsabilidade.
De início, foi a novidade da cidade, todos ali querendo comparecer, fazer festas e de algo bem movimentado, tiveram que dar um basta nos excessos e impor regras. As festas se findaram, enfim, a pandemia continua em plena vigência. A vida, que a princípio era das mais movimentadas, hoje já passou da novidade e segue seu curso normal. Os vizinhos, que a princípio estranharam, olhavam com o nariz retorcido já estão se acostumando e as entendendo. Nada que a boa convivência e o tempo não resolva.
A história é cheia de detalhes e não conheço a maioria deles, mas me encanto só pelo pouco que tomei conhecimento. Três meninas, buscando o melhor para suas vidas, pegando no pesado durante a semana e desde alguns meses, fazendo algo pelo qual não conseguiriam fazer sozinhas. Morar sozinha era o sonho de cada uma, mas isoladamente não existia condições. Somaram forças e juntas conseguem pagar o aluguel, fazem compras com tudo dividido na ponta do lápis, ou seja, dividem tudo, inclusive o uso da cozinha, espaço na geladeira e a faxina. Estabeleceram regras de visitas, pois como a rotina é desgastante, todas tendo que acordar muito cedo para o trabalho, foram aprendendo com o passar dos dias ali vividos e hoje, dizem estar cada vez mais unidas, apesar das brigas normais entre amigas de longa data, ainda mais quando morando sob o mesmo teto.
Elas se intitulam como as irmãs Dornell, exemplo tirado de um filme que todas assistiram e gostaram, o “A Chefa”. Eis o link: https://www.youtube.com/watch?v=Fil0xtUIeKM. Lá, uma chefona se vê perdendo tudo e na nova vida consegue unir as pessoas junto dela para vencer certas dificuldades. Gostaram tanto, que ao alugar a casa, gostam de ser chamadas de Naomi Dornell, Lauanne Dornell e Natchielly Dornell, enfim, as irmãs Dornell. Eu quando me contaram a história me lembrei da minissérie da TV Globo, “A casa das Sete Mulheres”, quando os homens da fazenda gaúcha foram todas pra guerra e as mulheres ficaram cuidando de tudo. O fato é que, com esse preambulo aqui descrito, vou em busca de mais detalhes, pois a história me contagiou assim de bate pronto.
Essa força coletiva buscada – e encontrada pelas três irradia algo de bom, da necessidade de unindo forças conseguir ao menos amenizar as agruras desta vida. Passo a história mais ou menos como a tomei conhecimento, talvez faltando muitos detalhes, porém, na sua essência a mensagem eu saquei logo de cara. Essas histórias me encantam e adoro as passar para frente. Vitoriosas, é assim que as entendo e as considero.
OBS.: A foto do casarão é meramente ilustrativa.
OBS.: A foto do casarão é meramente ilustrativa.
ALGUÉM DAQUI
SEU GERSON, DE TRATADOR DE ANIMAIS A RELOJOEIRO NA FEIRA DO ROLO
Semana passada a conversa que flanava por várias bancas na Feira do Rolo era sobre o relojoeiro que havia falecido. Apontavam o lugar onde era seu lugar habitual de trabalho e fiquei encafifado com alguém que conhecia. Neste domingo, passei rapidamente pela banca de livros do Carioca e a dúvida não foi só esclarecida, quando a localizar uma foto de quem achava seria o relojoeiro, Carioca vai lá no meio do furdunço e me traz o senhor pelo braço. Não era ele, mas um outro, que não conheço, me disseram o nome, menos de 50 anos e ao me informar melhor irei também escrever algo sobre seu ofício e o ato de feirar. Já agora, escrevo deste, que renasceu sem ter ido.
GERSON DE OLIVEIRA, 74 anos é aposentado como funcionário público municipal, tendo passado a maior parte do seu tempo de vida profissional lá nas hostes do Zoológico Municipal, tendo como uma das funções, a de tratador de animais. Um senhor risonho e franco, cheio de histórias ali vividas e a mais famosa, que faz questão de contar pra todos, foi o pito que levou certa feita do diretor, por querer salvar um tigre, que veio a falecer na beira de um pequeno lago no lugar onde ficava, não seguindo as regras de segurança. O ímpeto por salvar o animal, caído na beira d’água o fez entrar sem nenhuma proteção para ver o que acontecia e, é claro, só não foi devorado pela fera, pois essa estava mesmo em estado terminal. Foram 16 anos de Zoológico e hoje só saudades. Seu Gerson tem saudade de muitas outras coisas, como dos tempos quando trabalhava no plantão noturno na Farmácia São Luiz e de lá saia direto aos domingos para a feira, onde começou outro hobby, este não se afastando até hoje, o do comércio de relógios. Tudo começou como passatempo e hoje ganhou proporções ampliadas, pois anda pra lá e pra cá no lugar com o braço cheio deles. Sabe só de bater os olhos se o danado tem muito valor ou se é peça de preço baixo. Hoje, sai do bairro onde mora, só para tratar dessas questões envolvendo os relógios. Pegou tanto gosto, sendo também fonte de consulta de outros quando querem fazer algum negócio ou estão em dúvida se a coisa é ou não vantajosa. Ele se cuida como pode, evita aglomerações e assim segue sua vida, contando suas histórias e fazendo seus pequenos negócios, todos embalando sua vida. “Aqui tem coisas que até deus dúvida, revejo conhecidos de tudo quanto é lado, não ganho quase nada, mas só de estar no meio de tanta falação, isso me revigora”, diz.
SEU GERSON, DE TRATADOR DE ANIMAIS A RELOJOEIRO NA FEIRA DO ROLO
Semana passada a conversa que flanava por várias bancas na Feira do Rolo era sobre o relojoeiro que havia falecido. Apontavam o lugar onde era seu lugar habitual de trabalho e fiquei encafifado com alguém que conhecia. Neste domingo, passei rapidamente pela banca de livros do Carioca e a dúvida não foi só esclarecida, quando a localizar uma foto de quem achava seria o relojoeiro, Carioca vai lá no meio do furdunço e me traz o senhor pelo braço. Não era ele, mas um outro, que não conheço, me disseram o nome, menos de 50 anos e ao me informar melhor irei também escrever algo sobre seu ofício e o ato de feirar. Já agora, escrevo deste, que renasceu sem ter ido.
GERSON DE OLIVEIRA, 74 anos é aposentado como funcionário público municipal, tendo passado a maior parte do seu tempo de vida profissional lá nas hostes do Zoológico Municipal, tendo como uma das funções, a de tratador de animais. Um senhor risonho e franco, cheio de histórias ali vividas e a mais famosa, que faz questão de contar pra todos, foi o pito que levou certa feita do diretor, por querer salvar um tigre, que veio a falecer na beira de um pequeno lago no lugar onde ficava, não seguindo as regras de segurança. O ímpeto por salvar o animal, caído na beira d’água o fez entrar sem nenhuma proteção para ver o que acontecia e, é claro, só não foi devorado pela fera, pois essa estava mesmo em estado terminal. Foram 16 anos de Zoológico e hoje só saudades. Seu Gerson tem saudade de muitas outras coisas, como dos tempos quando trabalhava no plantão noturno na Farmácia São Luiz e de lá saia direto aos domingos para a feira, onde começou outro hobby, este não se afastando até hoje, o do comércio de relógios. Tudo começou como passatempo e hoje ganhou proporções ampliadas, pois anda pra lá e pra cá no lugar com o braço cheio deles. Sabe só de bater os olhos se o danado tem muito valor ou se é peça de preço baixo. Hoje, sai do bairro onde mora, só para tratar dessas questões envolvendo os relógios. Pegou tanto gosto, sendo também fonte de consulta de outros quando querem fazer algum negócio ou estão em dúvida se a coisa é ou não vantajosa. Ele se cuida como pode, evita aglomerações e assim segue sua vida, contando suas histórias e fazendo seus pequenos negócios, todos embalando sua vida. “Aqui tem coisas que até deus dúvida, revejo conhecidos de tudo quanto é lado, não ganho quase nada, mas só de estar no meio de tanta falação, isso me revigora”, diz.
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