quinta-feira, 25 de novembro de 2021

DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (197)


RELEMBRANDO PROCESSANTES DO PASSADO E ALGO SOBRE AS QUE VIRÃO*
* Este meu 40º texto para edição semamnário DEBATE, de Santa Crus do Rio Pardo SP, publicado deste última sexta-feira.

Nesta semana um pedido de Processante para a alcaide Suéllen Rosim deu com os costados no assessor jurídico da Câmara dos Vereadores e foi brecado. Uma CEI – Comissão Especial de Inquérito apurou irregularidades da mesma, mas muitos pedidos, como o desta semana se perde em pequenos detalhes. Foi pedida a cassação dela e de seu vice juntos, sendo que, isso não é permitido, pois ele não possui cargo e é quem teria que assumir em caso dela ser de fato cassada. Outros virão e para relembrar algo da história dos tantos já ocorridos por aqui, pedi para meu dileto amigo, Marcos Paulo Resende, de melhor memória que a minha, para relembrar alguns. Ele o fez e aqui compartilho quase na íntegra:

Henrique, segue um pouco de história sobre aquele período de cassações em Bauru, bons tempos, muitas recordações na cabeça e pensar que 20 anos. Incrível como aquela época foi a última de grandes manifestações, o movimento sindical, estudantil, social, estávamos todas as sessões da Câmara metendo pressão nos vereadores, tudo aquilo se perdeu com a desmobilização sindical e estudantil nos anos seguintes.

O Paquito foi cassado por causa de uma pintura que fez no gabinete dele na Câmara e ao apresentar as notas para pagamento, estas foram emitidas por uma empresa, a Volare, que era de seus parentes. Veja que uma simples mão de tinta derrubou um vereador... Hoje tem vereador criminosamente receitando remédio na tribuna entre outras barbaridades.

O falecido vereador Santana, foi cassado por conta de uma viagem que havia feito para Brasília com o carro da Câmara para discutir a viabilização de sinal aberto da TV Câmara, na volta, foi a um casamento de parentes. Depois que esse imbróglio foi levantado, ele ressarciu a câmara, porém, já tarde para evitar a cassação.

O Walter Costa e o Roberto Bueno também passaram por processantes, aí já bem mais graves, com denúncia de compras superfaturadas na Câmara, formação de quadrilha. O Roberto Bueno renunciou ao mandato antes da votação da processante e foi preso logo depois.

Há tantas memórias daqueles tempos que guardaremos para nós, ou para as conversas de bar. Paquito teve um episódio que ele ligou para o João Parreira num domingo e o Parreira gravou a conversa e na sessão seguinte, divulgou na tribuna. O Paquito disse depois que ligou não para pressionar o Parreira, mas para fazer um "desabafo" e o Parreira solta essa na sequência: "ligou para fazer um desabafo?? E eu tenho cara de CVV, agora??". Uma época que apesar de tudo ainda era possível dar algumas risadas na câmara. (...) Muitas histórias, bons tempos”.


Nas reticências ele relembra algumas das histórias e seus personagens, dessas que a gente conta em mesa de bar, rindo, mas não as colocamos no papel, ou seja, não damos nomes aos bois. Enfim, foi-se também o tempo quando as histórias transcorridas lá na Câmara eram só para fazer rir. Hoje, além de fazer chorar, podem voltar a dar início para processantes e muitas dores de cabeça para vereadores e para a fundamentalista alcaide.

Henrique Perazzi de Aquino, jornalista e professor de História (www.mafuadohpa.blogspot.com).

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