OTACÍLIO E DIEGO, BOLSONARISTAS** Eis meu 79 texto para semanário DEBATE, de Santa Cruz do Rio Pardo, edição coordenada pelo jornalista Sérgio Fleury Moraes , hoje nas bancas da região.
Nada mais assusta. Nada mesmo. Otacílio foi prefeito de Santa Cruz do Rio Pardo, eleito pelo PT — Partido dos Trabalhadores. Com o passar dos anos, claudicou e não resistiu às investidas provocadas pelo poder e por tudo o que o rodeia.
São as tais tentações e, quando se deu conta, já estava fora do partido. Como muitos, em período de ventos contrários, passou até a investir contra o que antes pregava como o mais adequado.
Algo sempre permanece, nem que seja lá no fundo da alma, um tiquinho daquele contágio recebido por um período, fazendo com que, vez ou outra, deitado, ele e seu travesseiro, um arremedo e sentimento de ter feito a coisa errada.
São as tais escolhas. Muitos com o poder nas mãos, pela facilidade de sobrevivência política em outras siglas, optaram pelo modo mais fácil. Até entendível.
Diego é jovem e foi secretário de Saúde, teve ascensão rápida e quando a oportunidade surgiu a agarrou com unhas e dentes. Foi eleito, jovem, destemido e cheio de gás. A cidade ousou elegê-lo, enfim, o novo poderia representar algo completamente diferente de tudo o que já haviam visto. Sempre assim.
Em Bauru ocorreu algo parecido. Surgiu uma jornalista, que anos atrás havia trabalhado como repórter da TV Tem e, quando candidata, diante de concorrentes claudicantes, despontou como novidade. Apostaram as fichas nela e naquele pleito não adiantava mais nada: ela fez a cabeça da galera. Vivíamos também o tempo de ascensão do bolsonarismo e ela foi na onda.
Não posso dizer que com Diego tenha acontecido o mesmo. Diria, algo muito próximo. Ele era a novidade, o novo, bem diferente de tudo o mais concorrendo naquele pleito. Otacílio e ele se entendiam, mas até então não surfavam na onda do conservadorismo vazio e pueril. Trocaram farpas, brigaram e viraram a cara um para o outro. Passaram a se digladiar e, de próximos, depois adversários, chegando as raias de serem considerados inimigos.
Mas como é possível algo assim tão rápido? Na política tudo é possível e assim se deu. Diego era agora prefeito e Otacílio, o ex-prefeito. A máquina que esteve nas mãos de um, agora era utilizada pelo outro. O poder trocou de mãos. Interessante ir acompanhando esse movimentar de peças no tabuleiro de xadrez que é o mundo político.
Agora, neste segundo turno das eleições presidenciais, com o estado de São Paulo, um dos mais conservadores hoje dentro da federação brasileira, quase num todo sacramentando voto em Bolsonaro, o digno representante da ultradireita, retrocesso mais do que reconhecido, algo novo no cenário político dessa cidade. Não que seja novidade.
Como comecei este texto, nada mais assusta. Sabe o que acontece no contexto político de Santa Cruz? Os antagônicos se convergem e se aproximam. Tudo possível com Bolsonaro e por Bolsonaro. Um que um dia foi petista, outro que um dia foi promessa de algo novo, pois bem, ambos acabaram na cova bolsonarista. Fácil assim. Não se faz necessário explicar, nem a um, nem a outro, dos malefícios da atual administração capirotista genocida do ex-capitão. Ambos são oriundos da área da Saúde e sabem muito bem de tudo o que aconteceu ao País.
Pois bem, estão agora abraçadinhos um ao outro, declarando voto para o que, eles sabem, danificou com o Brasil num todo. Sabe o que diria aos dois? Sem palavras.
Henrique Perazzi de Aquino, jornalista e professor de História (mafuadohpa@blogspot.com).
LUCIANA FRANZOLIN E O DIA DE HOJE, O DOS PROFESSORES - Ela escreve também por mim, daí o motivo de compartilhar seu texto:
"Hoje é dia dos professores, tive professores incríveis durante toda a vida desde o maternal. Linda tia Rosângela no colégio São José, tia Zezé, Paulo Neves, Carlos Alberto Neves, Eugênio , Sônia Moser, Júnior de literatura. Reginaldo Tech, Ângelo Aranha, Teixeira, Arlindo Quioshi Goto, João Rosan, Murilo Soares, João Winck a Fofa, Sivaldo Camargo, Dalva Aleixo, Fábio Negrão, o Toka que sentava na sala e tocava violão com temas de biologia, e mais tantos que não me recordo agora. Sou tão grata! Espero ter deixado um pouquinho de mim em cada aluno que ensinei. Adoro lecionar, dividir, somar, multiplicar, mas nunca subtrair. Beeeeeeeijooooo.
Os elefantes respiram com pulmão, brânquia é utilizada por ostra e camarão. A filotraqueia é usada pela aranha. O sapo e a minhoca tem respiração cutânea. Mamãe eu quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero respirar…".
Entro no recinto de trabalho daquela profissional, empresa ME, antes com local de trabalho onde residia, hoje no centro da cidade, antes cantante de coral da igreja católica do bairro, hoje devota do pastor e fiel seguidora de músicas gospel, essas tocando ininterruptamente no seu radinho, caixa de som moderna, ampliando o som por todo o ambiente.
Ela mudou e muito. Para mim, para muito pior. Não dá mais para conversar sadiamente e nem com a maioria dos que, cegamente, escoljheram dar ouvidos só para o que o pastor lhes incute. Não ouvem, nem escutam e acreditam em mais nada. Esqueceram do passado e enxergam só esse tal de "mito", como o único salvador da pátria. Hoje, ainda tentei, mas acredito ter sido a última vez. Creio já está quase definitivamente perdida, sem recuperação.
Saio de lá desolado. Tentei falar algo e o máximo conseguido como resposta foi um: "deixa seu Lula assumir pra ver a desgraça que vai virar esse país". Ela não tem olhos para a desgraça já pipocando do lado de fora de sua janela. Busca remédios pelo Farmácia Popular, mas renega quem os propiciou e quem irá lhes tirar o benefício. Lhe encutiram goela abaixo que uma tal de "esquerda" é maléfica, quer tirar o que é seu. Acredita nisso. Percebi o quanto é inócuo continuar tentando. Desisti e nem sei se a culpo, ou se a entendo, enfim, foi induzida a isso, levada a este estado de letargia e agora, atolada das cabeça aos pés, bitolada por uma igreja que não a faz pensar, reproduz o que lhe enviam. Não questiona esses, mas o faz com tudo o mais tentando fazer com que volte à normalidade. Eles são tantos e estão nos rodeando, na espreita para nos passar o rodo. Pressinto isso...
Dentre os que se aproximaram um casal e seus dois filhos, pararam e pediram se não tínhamos uma bandeira do PT para lhes dar. Demos a que tínhamos, levaram três. Contaram sua história.
A mãe dele faleceu hoje em Arealva e ela, adorava o PT. Não conseguiram por lá uma bandeira e vieram para Bauru antes do enterro em busca de uma para colocar no caixão. Disseram ter a certeza de que, ela ficaria imensamente feliz de ver seu sonho realizado, Lula eleito e como não teve tempo de fazê-lo, ele correu contra o tempo e disse a si mesmo: "Vou achar uma bandeira do PT onde quer que seja".
Nos encontrou no Calçadão, disse também de que, em Arealva a coisa está muito complicada, com muita gente votando com o PT, mas a maioria dos comerciantes e empresários jogando pesado e forçando a barra junto aos seus empregados pelo voto no ex-capitão. Vimos lágrimas em seus olhos, perguntei seu nome, mas não consigo me lembrar. Nem o dele, nem da mãe.
Me deu uma bruta vontade de juntar uns amigos e irmos todos fazer um buzinaço hoje em plena Arealva, homenagem para essa senhora. Uma pena não ter dado tempo de conhecê-la...
COAÇÃO EMPRESARIAL CRIMINOSA PARA VOTOS NO CAPIROTOChego cansado da panfletagem pela manhã, faço o almoço (almôndegas) e deitamos. Casa em completo silêncio. O telefone toca, atendo e do lado de lá um amigo com um pedido: "Henrique, escreva algo sobre essa praga dos empresários locais, grande parte deles hoje pedindo abertamente para seus funcionários, numa espécie de coação forçada, para votar no ex-capitão, do contrário tempos difíceis e demissão". Prometo fazê-lo e vou assuntar melhor sobre o assunto.
Vejo que algo assim já permeia a discussão em algumas dos programas das rtádios locais, pelo menos os que, abertamente defendem o capiroto. Agem como se não houvesse mais Justiça e, assim fazem o que querem e como querem. Percebi que o amigo tem toda a razão, isto de fato ocorre não só em Bauru, mas no Brasil num todo. O empresário ladino, sacana e preferindo atuar sem a legiuslação trabalhista, ganha mais com tudo ao deus dará e dane-se o empregado. Pensa só em si e ainda o coage para votar em quem indica. Isso é o tal do coronelismo dos tempos atuais, algo já dentro do formato miliciano que Bolsonaro implanta no país.
Fui assuntar e ouvi denúncias graves, não só de propaganda favorável para essa prática e vinda da boca de radialistas, como a de empresários descaradamente colocando seus funcionários num paredão e os chantegaeando sem dó e piedade. Estes todos, com Bolsonaro se viram livres de legislação trabalhista e não querem tê-la novamente protegendo o trabalhador. Quem souber de algo, comente por aqui ou mesmo pelo reservado, pois tudo isso se constitui em crime e precisa ser denunciado. Os radialistas não perdem por esperar. Acordei na hora com a conversa, perdi o sono e já estou de prontidão para as denúncias...
Este HPA, junto de dois baluartes da Cultura bauruense, o mestre da dança Sivaldo Camargo e o músico Marquinhos Van Der Ley, noites atrás e no momento da foto, algo assim natural, o símbolo de estar do lado certo do Brasil, junto de Haddad e Lula. Precisa dizer mais nada.
2 comentários:
Stewart Williams /@photostew / @photo_stewart = a ugly loser
Stewart Williams, The Sun photographer is a creepy loser
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