quinta-feira, 27 de outubro de 2022

FRASE DE LIVRO LIDO (182)


PROXIMIDADES DA BARBÁRIE
Hoje reproduzo trechos de artigo do economista Luiz Gonzaga Belluzzo: "A REPÚBLICA DOS BÁRBAROS: As rugas e cicatrizes vincadas no rosto dos brasileiros conservadores revelam as heranças da casa-grande. A metafísica antissocial do homem de bem está esculpida na figura do Senhor de Escravos, incumbido pela Natureza de discernir entre o justo e o ijusto, o certo e o errado. (...) As cicatrizes da história estão riscadas na face dos ricaços, de muitos remediados e até mesmo dos desfavorecidos que aspiram o amparo na crença. (...) Seus fanáticos, ignaros e ressentidos pretendem destruir as instituições que acompanharam a formação do Estado Moderno ao longo de séculos, no propósito de substituí-lo pelas regras da sociedade das cavernas. (...) Talvez estejamos numa empreitada verdadeiramente subversiva em seu paradoxo: a construção da República dos Bárbaros. (...) O totalitarismo do Terceiro Milênio não usa coturnos nem câmeras de gás. Usa a informação que não pensa em si mesma. O propósito da manipulação e e espetacularização disparadas nas redes sociais é tornar os indivíduos incapazes de compreender a natureza perversa da frenética guerra de fatos e versões construídas sob o acicate da concorrência para alcançar o fundo do poço. As redes sociais, onde as ideias e as opiniões deveriam trafegar livremente, se transformaram num espaço policialesco emque a crítica é substituída pela vigilância".

DA BAURU DAS RUAS
O mais chocante nas esquinas bauruenses são os mais idosos, pedindo com um clamor na voz quase sumida, como a deste senhor, esquina da Nações com a Nuno de Assis: "Me dê algo, por favor, qualquer coisa". E me vendo responder não ter nada naquele momento, repete tudo e me faz, ao abrir o sinal, parar pra conversar. Ele tem fome, sede e não sabe mais o que fazer de sua vida. Se arrasta pelas esquinas e quando penso neles todos, vou ao livro Os Prêmios, do argentino Julio Cortázar, rememorando sua frase de abertura: "Que faz um autor com as pessoas vulgares, absolutamente vulgares? Como colocá-las perante seus leitores e como torná-las interessantes? É impossível deixá-las sempre de fora da ficção, pois as pessoas vulgares são, em todos os momentos, a chave e o ponto essencial na corrente de assuntos humanos; se as suprimos, perdemos toda probabilidade de verdade", Dostoiévski, "O Idiota". No caso dos tantos trombando pelas esquinas, substituiria o vulgar, pelo invisível, o miserável. Todos eles e suas histórias me tocam profundamente.

"Hoje chegando no trabalho ,cumprimentei um senhor morador de rua...!!
-Bom diaaaaa!!
Ele olhou para mim...e chorou ,falou moça, sabe quanto tempo faz que não recebo um bom dia???
Me quebrou...", Maria Vera Prestes Pereira.

"Só o Inominável não vê a carência da população. Há uns dias atrás, no sinal, uma criança de uns 9 anos, no máximo, me ofereceu balas para comprar. Perguntei se não deveria estar na escola e ele me respondeu: "se eu não trabalhar não tem comida em casa". Fazia muito tempo que não me deparava com cenas assim.
Triste demais", Marise Susuki.

VITÓRIA PARA POPULAÇÃO CARENTE BAURUENSE
Inicialmente negada, finalmente autorizada, Bauru terá transporte gratuito no domingo, dia eleição segundo turno.
Parabéns aos idealizadores do pedido, Claudio Lago, presidente do PT local e do advogado Matheus Piotto, em algo incorporado pela Defensoria Pública. O grande beneficiado será a população carente da cidade.

O RISO E O MEDO
O Nome da Rosa ′′ de Umberto Eco...
Quando o abade cego pergunta a William de Baskerville: ′′ O que verdadeiramente almejam?” Baskerville responde:
′′Eu quero o livro grego, aquele que, segundo vocês, nunca foi escrito. Um livro que só trata de comédia, que odeiam tanto quanto risos. Provavelmente é o único exemplar conservado de um livro de poesia de Aristóteles. Existem muitos livros que tratam de comédia. Por que esse livro é precisamente tão perigoso?"
O abade responde: ′′Porque é de Aristóteles e vai fazer rir ". Baskerville replica: ′′O que há de perturbador no fato de os homens poderem rir?"
E o abade: ′′O riso mata o medo, e sem medo não pode haver fé. Aquele que não teme o demônio não precisa mais de Deus".
(via Laurindo Lalo Leal Filho e José Silveira Leite )

PROFESSOR LAÉRCIO SIMÕES E OS QUATRO DECISIVOS DIAS QUE TEMOS PELA FRENTE
Desabafo feito para este HPA
O trabalho é de paciência, mas chegaremos lá.


O "L" DE LULAR (25)
TATIANA CALMON "KARNAVAL" dispensa apresentacões e salamaleques. Mais autêntiva impossível, é ela na sua exatidão e pronto. Livre, liberta e libertária. Petista e hoje, além da atuação diária no Sindicato dos Ferrovoários, comanda o De Grão em Grão, um dos mais ativos programas de atuação comunitária, levando alimentos para os mais carentes. Canta e encanta. Polêmica e extrovertida, alegre e incontida. Neste momento, "nas ruas e lutas", seguindo o lema de Roque Ferreira, seu marido, falecido há dois anos. Ela, como não podia deixar de ser Lulou e também nas ruas por Haddad governador. Não desiste nunca.

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