A POSSE DE LULA, O DEBATE DO SÉRGIÃO E É CLARO, PELÉ*
* Meu 90 artigo para o DEBATE, intrépido semanário de Santa Cruz do Rio Pardo, bardo da resistência e reduto de bom jornalismo, ainda pelavia virtual:
Eu queria escrever este último artigo do ano sobre a posse do presidente Lula e das novas possibilidades do Brasil, todas altamente positivas, mas no meio do caminho, morre o rei do futebol, o quase bauruense Pelé e também não posso deixar de escrevinhar algo dele, mas também queria muito enaltecer a resistência do querido jornalista Sérgio Moraes Fleury, aí do DEBATE, que mesmo na adversidade, reúne forças e solta o jornal ao estilo do que via muito nos carnavais de antanho, principalmente na cidade do Rio de Janeiro, com o Bloco do Eu Sozinho.
Esse bloco se resume numa só pessoa, ela se apronta toda e vai pras ruas, ela toda fantasiada e sem mais ninguém a acompanha-la. O Sergio hoje é isso e muito mais e Santa Cruz precisa reconhecer esse seu esforço, tudo para que a informação flua e continue sendo distribuída jornalisticamente da forma mais simples, usual e necessária, dentro da verdade factual dos fatos. Enxergo muito disso também em Lula, que conseguiu vergar o capiroto e todas as perversidades e armadilhas ardilmente preparadas para ele. Outro não conseguiria, principalmente neste momento.
No momento vivido pelo Brasil qualquer outro, sem este dom do diálogo, da perseverança e de, aceitando as desculpas de todos que o traíram, ter a sapiência e entendimento de que, não daria para virar essa página da história brasileira impondo algo, sem muita conversa, entendimento mútuo. Lula voltou exatamente por reunir esses predicados. Sei que, mais dia menos dia, vai conseguir convencer boa parte destes que hoje o enxergam desqualificadamente.
Assim como ele tem este dom, o Sergio tem dentro de si isso do DEBATE e da necessidade deste projeto continuar semanalmente encantando seus leitores. Eu me vejo encantado pelas suas histórias com os personagens daí, onde em cada edição, pelo menos um é retratado. Esse o encantamento maior de um jornal, as histórias de vida embutidas dentro de uma cidade. Muitos jornais abdicaram destes relatos e perdem muito no conceito aceitação, pois todo leito gosta dessas histórias, muitas idênticas as dele. O Sergio é especialista nisso.
E por fim, Pelé. Quinta, dia de sua morte, parei com tudo desde o momento em que recebi a notícia, liguei a TV e fiquei admirado com a a reunião de possibilidades em torno desta pessoa. Ele tinha o dom de saber jogar bem bola e através dela ganhou o mundo e o mundo passou a admirá-lo. Bauru é hoje falada mundo afora, por causa dele, de sua insólita passagem pela cidade, dos 3 aos 16 anos. Quando saiu daqui, saiu pronto, chegou ao Santos e se encaixou como uma luva. O resto todo mundo sabe.
Por aqui, alguns regateiam sobre Pelé não reconhecer Bauru. Balela. Bauru é que não valorizou Pelé. Se alguém tinha que fazer algo por ele era Bauru e não o contrário. Ele penou bastante por aqui, primeiro como engraxate e mesmo famoso, com o racismo impedindo-o de entrar em clubes onde imperavam os tais “forças vivas” da cidade. Em Três Corações, onde só nasceu tem estátua na entrada da cidade e museu em praça pública. Por aqui, no lugar onde jogou bola, o BAC, hoje um supermercado e alguns ladrilhos na parede lembrando o feito. Já para o discutível astronauta Marcos Pontes, reverencias mil. Um é negro, o outro é branco. Não quero, pelo menos neste momento, lembrar nada do Edson, só do Pelé. Este foi inigualável.
Henrique Perazzi de Aquino, jornalista e professor de História (www.mafuadohpa.blogspot.com)
Estou longe de casa, muito longe, mais precisamente em Luziânia, cercanias de Brasília DF. Viajei com grupo de intrépjdos brasileiros apostando suas fichas neste novo Brasil desabrochando com o raiar do novo ano. Por aqui, 800 brasileiros reunidos e amanhã cedo indo participar da posse de Luís Inácio Lula da Silva, em seu terceiro mandato presidencial. Esse meu gesto de me apartar de minha família, deixar a ceia familiar, a esposa em Bauru e eu aqui, demonstra o quanto de importância existe neste raiar de um novo dia. Aos 62 anos, esgrimo como posso e cá estou, cheio de esperanca, crendo na reconstrução brasileira. Eu sei, terei muito o que fazer neste próximo ano. Começo agora,neste gesto. Prossigo amanhã já vivenciando o Ano Novo. A luta continua. FELIZ ENTRADAS (E SAÍDAS) PARA TUDO, TODAS E TODOS.
HPA - Luziânia DF, 22h52, sábado, 31 de dezembro de 2022