domingo, 25 de dezembro de 2022

PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (185)


GENTE, NÃO EXIJAM NADA DE MIM HOJE
Morgando, cá no meu canto, lendo, ouvindo música, conversando com os ao meu lado, fugindo de assuntos polêmicos, tomando uma cervejinha (já foram quatro), sentindo fundo o cheiro proveniente da cozinha, malemolente, hoje muito introspectivo, não querendo polemizar, só deixar esse dia ir passando, olhando pra trás, tentando refletir sobre o que já tivemos e o que teremos. 

A cabeça viaja pra muito mais longe de onde estamos. Não me encontro em condições de propor nada no dia de hoje. A cevada já curtiu algo dentro de mim, produziu efeito dorminhoco na minha constituição física e estou totalmente sem condições de algo dentro da solucionática da vida. 

Divago e peço, assim me deixem. Amanhã, segunda, melhoro e volto à normalidade. Hoje - pelo menos uma vez por ano - me encontro naquele imprestável estado de letargia e dormência. Consigo nada, assim permanecerei até acordar amanhã. Não existe antídoto. Eu escolho esse descaminho em pelo menos uma vez por ano. Não se aproximem. 

Seria esse o espírito natalino? Não se impotem, ela está comigo e isso me conforta, me apazigua, me completa e, por fim, me ajuda a ir empurrando isso bem pra frente.

UM BRINDE A VOCÊ
( _não consegui descobrir o autor, mas estou compartilhando. Gostaria de ter escrito essa mensagem- Fuad_ )

Um brinde a você que sobreviveu à longa noite fascista que se instalou no Brasil, desde 2016;
Um brinde a você que foi chamado de petralha, comunista, apenas por ter demonstrado apreço à democracia e à liberdade;
Um brinde a você que inúmeras vezes foi ameaçado e ironizado nas redes sociais;
Um brinde a você que não desistiu de lutar, mesmo quando toda a massa ignara e a grande imprensa insistia no seu discurso neo-fascista;
Um brinde a você que, pra se preservar, cortou laços com tantas pessoas com quem tinha, antes da grande noite, um convívio sadio;
Um brinde a você que tentou explicar e abrir mentes embaçadas pela manipulação coordenada;
Um brinde a você que não bebeu da fonte do ódio que se espalhou pela Nação, disfarçada de justiça;
Um brinde a você que descartou o rótulo de “cidadão de bem”, enquanto milhões perdiam os direitos previdenciários e trabalhistas;
Um brinde a você, que mesmo sem precisar para si de políticas públicas, sempre foi solidário com a parcela mais frágil da sociedade;
Um brinde a você que se indignou diante das tragédias ambientais;
Um brinde a você que se entristeceu diante da verdadeira chacina que foi a pandemia de Covid;
Um brinde a você que sempre acreditou na Ciência, na vacina e não na cloroquina;
Um brinde a você que não se curvou aos falsos profetas, disfarçados de Messias;
Um brinde a você que nunca abriu os dedos das mãos pra fazer gesto de “arminha", nunca emprestou seu apoio a quem faz apologia a morte de seus semelhantes, por pensar diferente;
Um brinde a você que resistiu, mesmo quando milhões acreditavam no falso mito;
O percurso será longo e duro para reconstruir tudo o que destruíram, mas chegamos aqui e vamos seguir na luta sempre.
Por fim, um brinde a você que acreditou que a primavera chegaria.

FELIZ TUDO, ESTAMOS BEM, SÓ DEMOS UMA ESCAPULIDA
Poderia tentar escrever aquilo tudo que voces já sabem, mas estou por estes dias um tanto distante do celular, computador e internet. Fugimos, mas em breve estaremos de volta. Precisávamos recarregar as baterias. Desculpem pela prosa curta, ainda mais para mim que falo até pelos cotovelos. Estaremos todos muito unidos daqui por diante. Ano novo, Lula lá e esperanças renovadas. Até...

MEU CRISTIANISMO SAIU PELA CULATRA
"Simplesmente não houve. Tentaram pai, mãe e avó me incorporar no bonde cristão da família. Deu ruim, aos doze menos, o ateísmo me cooptou, demorei a entender, não foi pacífico, mas aderi para a vida.
Porém, como toda afirmação tá carregada do seu contrário, algumas coisas me fizeram falta. O cristianismo dos meu pais é peculiar, não tem Natal, e assim foi a minha infância. O Natal era um barulho na casa dos vizinhos e os filmes natalinos da TV.
Demorei a entender porque eu não era convidado para aquelas festas. Na verdade, entendimento eu tinha, só não era confortável para um gordinho na tenra idade, não ter a comida e os presentes que coloriam as casas vizinhas.
O tempo passou e na medida que pude inventar meus próprios natais (é assim?), me virei na vida e a festança ausente da infância foi mudando a cada ano.
Hoje entendo que a negação do Natal foi um dos motivos do ceticismo que me tomou, mas como tudo é complexo, multifacetado, esse ateu convicto, sem armagura, sem ressentimento, sem crendices, deseja um feliz Natal todo pra mundo.
Pensando aqui que o desejo e o sentimento solidários são maiores que o evento e o nosso entendimento dele", RICARDO QUEIROZ

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