HISTÓRIAS DESTES DIAS, ALGUMAS DE CARNAVAL
UM DOS TANTOS CARREGADORES DE PIANO NO TOMATEEscrevo de um, mas adianto, o bloco do Bauru Sem Tomate é Mixto é privilegiado. Temos alguns arretados na retaguarda, dando uma assessoria de bom grado, com um único intuito, o de tudo dar certo. Mauricio Passos, de Pederneiras, que num período de sua vida foi provedor da Santa Casa de sua cidade é um desses. Conto algo. Depois que a Prefeitura inviabilizou a descida do bloco pelo Calçadão com um carro de som motorizado, alguns dias antes do desfile, o corre foi grande. Várias alternativas e uma só certeza, a de puxar o som com uma carretinha de mão, dessas onde não teriam como nos multar. Isso decidido, primeiro plugar o som em baterias de automóveis. Não deu certo. Daí um gerador e todas as firmas da cidade onde fazem a locação. Quando a viola já estava em caco, eis que surge, assim do nada, numa conversa entre o Claudio Lago e Maurício, a descoberta. No seu local de trabalho tem um gerador pra impulsionar o corte de mármore. Ele e Marcos Ali, o técnico de som do Tomate acertam tudo e na manhã de sábado, por volta das 10h, o gerador desce na praça Rui Barbosa. Parecia que não iria dar certo, como quase não deu, mas os deuses protetores do Tomate são mesmo do urucubaco e o danado fez a voz dos cantores e os instrumentos ecoarem em alto e bom som pelo calçadão. Parou na metade, queria mais combustível, o Tomate seguiu no gogó por um tempo e depois, ligado novamente, seguiu altaneiro até o final do desfile. Maurício no comando, algumss vezes nervoso, irado, noutras generoso, a ele devemos as calças, pois se recusou a receber algo em troca. Ele é tomateiro desde sempre, desde uns tempos pra cá, conhecido pela carinha de Lula e pelo inseparável boné de Cuba. Conto isso orgulhoso de participar deste bloco, o mais desorganizado de todos, porém cheio de calor humano. Eu amo o TOMATE.Hoje todos nós somos fotógrafos. Eu mesmo, tiro fotos pra dedéu, de todos os jeitos e maneiras, sem muita técnica. Algumas até saem boas, algo pelo qual, com o passar dos anos, alguma experiência é adquirida. Essas três fotos aqui são de minha autoria e nelas dois respeitáveis fotógrafos dessas plagas. Estavam ambos se divertindo com o Tomate e fazendo o que sabem, tirando fotos. Luiz Zanelo é fotógrafo de rua e de eventos. Insiste toda sexta e sábado no Cartório Civil do Novelli, ali na Antonio Alves e acaba sendo contratado de última hora. Tirou fotos como profissão, ganhou a vida em eventos variados e hoje, aposentado, sabe ter perdido a parada para o celular, que impôs a aposentadoria pra maioria das máquinas fotográficas. Ele insiste, ciente da desigualdade da contenda. Junto dele, o professor Mauro Landolffi, hoje talvez nosso atual maior registrador de flashes pelas ruas da cidade. Mauro é inveterado rueiro e não perde oportunidade de fotografar o que vê. Sua especialidade são as pessoas. Neste sábado, ao vê-los papeando alegremente, com certeza trocando figurinhas na praça Rui Barbpsa, antes da descida do Tomate, chego junto e os fotografo. Queria ser um mosquitinho para ouvir a troca de acarinhamentos de duas tão generosas pessoas. Os dois estavam empunhando seus brinquedinhos preciosos e ali, clicando tudo, curtindo o momento. Conheço a ambos, pessoas admiráveis na acepção da palavra. O grupo dos tomateiros é todo constituido de pessoas com essa estirpe. Todos bravos gurreiros destes tempos. Ressalto estes dois neste texto, pois ali na praça, olhava para os lados e me via cercado de todos com a mesma envergadura e compostura. No Tomate gente boa dá como mato. Reunimos a nata dos pelejadores do bem.
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