NO 109º "LADO B" ALGUÉM QUE ENTENDE DE FATO DE CULTURA E FESTAS POPULARES, JÔ MENDES, A SECRETÁRIA DE CULTURA DE CAFELÂNDIAEstou mais do que preocupado com os destinos do Carnaval bauruense. Contemos nos dedos, hoje dia 04 de fevereiro e a festa começa no sábado dia 18, portanto, faltam exatos 15 dias para tudo ter início e a maior festa popular brasileira em Bauru continua indefinida. Quem causou o atraso, o emperramento, a demora, as dificuldades todas foram a SMC - Secretaria Municipal de Cultura e, consequentemente, a Prefeitura Municipal de Bauru, hoje nas mãos de uma alcaide totalmente fundamentalista, Suéllen Rosim. Se o Carnaval patina e anda para trás em Bauru, isso não ocorre em outros lugares e é exatamente isso o que quero mostrar neste 109º LADO B - A IMPORTÂNCIA DOS DESIMPORTANTES, trazendo num bate papo revelador alguém que faz e acontece com a Cultura, JÔ MENDES, a Secretária de Cultura de Cafelândia. Se em Bauru, que se diz uma cidade quase grande e evoluimos tão pouco no quesito Cultura Pública, nada melhor do que ir lá na cidade de pequeno porte e constatar como se faz, quem faz e por que faz.
Primeiro se faz necessário conhecer quem é JÔ MENDES. Ela é a cara de uma Cultura que é feita com amor, dedicação, sem amarras e sem nenhum outro compromisso do que os com os interesses culturais. O pior de tudo hoje em dia são as amarrações, os entrelaçamentos, os atravancadores de tudo. Chegam, se acham os donos da verdade e impõem ao seu bel prazer o que acham melhor, segundo suas concepções. Sempre dá merda, pois desvincula tudo do que realmente é a necessidade e o que já flui naturalmente pela aí. A sensibilidade reside em quem não só dá atenção, deixa fluir, como dá as condições para a coisa fluir, não só naturalmente, como incentiva, favorece e ajuda. A Cultura Pública tem que ser parceira, entender, ver e deixar acontecer. Enxergo essas e outras qualidades no que acontece na vizinha Cafelândia e totalmente o inverso do que acontece hoje em Bauru. Diante disso, nada melhor do que ouvir, ver in loco o que é isso que está acontecendo em Cafelândia e dos motivos de estarmos tão distantes de algo tão alvissareiro.
Ainda não conheço pessoalmente a Jô, mas por tudo o que vejo, ouço e leio, ela é exemplo, merece ter sua experiência não só conhecida, como divulgada. Cá do meu canto, ao comparar o que vejo aqui e ali, já a imaginei contando tudo pra nós e assim formulei o convite. Ela, recetiva, topou de cara e propôs algo inusitado, bem a sua cara. "Não queri gravar virtualmente. Quero ir aí. Estudei aí, conheço muita gente de Bauru, tenho amigos e queria rever ao menos alguns deles junto da conversa. Você topa?", me diz. Topei de cara e o nome proposto por ela para participar era o de Tobias Terceiro, justamente a cara e a identidade da renovação em curso no Carnaval bauruense, ele chegando neste ano com a primeira apresentação de sua Estação Primeiro de Agosto, sendo elevada de bloco para escola de samba. E tudo vai acontecer no barracão de sua escola, com tudo de pernas para o ar e em plena ebulição. Jô estará aqui para o bate papo e Tobias participará da conversa. Não falaremos somente de Carnaval, mas de Cultura de uma forma geral e o intuito não é espetar ninguém, mas demonstrar como se faz.
Por que em Cafelândia a coisa flui em Bauru se mostra emperrada? Ela, a querida Jô, já me deu uma aula no aperitivo de apresentação deste Lado B, quando ao falar especificamente de Carnaval, diz não ter muita coisa para falar desta festa, pois quem deve falar são seus personagens, alguns com décadas de envolvimento, sapiência mais do que reconhecida. Ela, enxergo assim, falará de como o poder público pode ajudar e não atrapalhar, dificultar as coisas. Isso serve não só para o Carnaval, mas para tudo o mais. Olho para trás e a vejo num envolvimento sem precedentes com os artistas de sua cidade quando do momento mais claudicante da pandemia. E o que foi feito aqui em Bauru além da Lei Aldir Blanc? Nada. Ela nos relatará o que é ser parceiro de fato. Neste momento olho para a Biblioteca Central de Bauru, repaginada para data de aniversário redonda e, no outro lado da fita, as ramais todas fechadas, sem funcionamento, livros estocados e paradeira generalizada. É assim que se faz Cultura pública? Precisamos ver algo de concreto acontecendo do outro lado, até que o toque definitivo ocorra e a partir daí, alguma luz e novo direcionamento, postura cultural de fato.
Jô estará chegando não só com a verve afiada, pronta para relatos mais que reveladores, como vem produzida. Me diz que, se é Carnaval vem com adereços à mostra e pede para que, faça o mesmo, ou seja, me produza para a conversa. Não posso me apresentar deixando a desejar, daí, preocupado, vou no baú do bloco do Tomate e junto peças, para estar à altura da entrevistada. De tudo, tenham a mais absoluta certeza, estarei tentando - ao menos isso - estar um tiquinho à altura da pessoa Jô e de tudo o que representa. Ela mesmo, sabem bem disso, deu a volta por cima em inúmeros obstáculos, mais que pedras pelo caminho e hoje, reconhecida e valorizada, faz e acontece, com respaldo de sua comunidade e artistas locais. Ela vai nos contar bocadinho de tudo isso. Esperemos só mais um bocadinho.
Para quem não assistiu minha chamada, o aperitivo para o bate papo de hoje, eis o link, de dez minutos, onde ela já deixa claro a que veio e a serviço do que atua. Fígura mais que diferenciada neste mundo manada, conhecer Jô será algo mais que encantador: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/717768903316311
Vamos juntos?
Tobias Terceiro, Jô Mendes e este HPA. |
JÔ MENDES FALANDO SOBRE O 109 LADO B REALIZADO HOJE
"Obrigado meu querido Henrique Perazzi de Aquino e Tobias Terceiro pelo acolhimento e pela feliz oportunidade de falarmos sobre Arte e Cultura".
LIVE LADO B:
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=735749571197327&id=100000600555767&sfnsn=wiwspmo&mibextid=uevf24
LIVE LADO B:
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Em 1h40 minutos, eu tento levar o bate papo adiante, ela junto de Tobias Terceiro dão um show, sapiência e picardia em cada gesto e palavra. Tudo de caso pensado, feito de uma forma encantadora. Conversas assim são eternas:https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/735749571197327
COMENTÁRIO FINAL: Conhecer Jô pessoalmente foi um luxo só. Ela supera as expectativas e em todos os meios e sentidos. Sabe o que faz e porque faz. Pessoa do metiê cultural, vivenciou por muito tempo o outro lado da mesma moeda, o de ser artista numa cidade de pequeno porte e hoje, vivencia o de ser a agente cultural pública na mesma localidade. Coloca em prática de forma a valorizar o artista. Um olhar atento para tudo, todos os lados da mesma questão. Enquanto, aqui por Bauru, prima a falta de diálogo, a insensibilidade administrativa e sensitiva, logo ali em Cafelândia, desponta uma experiência das mais alvissareiras. Só mesmo assistindo o bate papo para entender isso tudo. Eu mesmo, revi já umas três vezes e ainda não consegui assimilar tudo o que nele está contido.
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