"Li uma matéria escrita por ti. Deixa só eu te dar uma sugestão, tá! Não estou querendo interferir no seu texto, nem no seu jeito de escrever. Cada um tem sua forma de escrever, usa dos termos que bem entender e quando quiser, mas tá consagrado já há algum tempo que a palavra DENIGRE, expressa preconceito, em função da questão racial. Eu sugeriria, sem fazer juízo de valor de você, nem tenho nem que discutir contigo se você é racista ou não. Não é nada disso, mas é o nosso costume de escrever, a gente traz essas questões que o identitarismo não fez parte da nossa formação. Não que a gente não visse o que seja racismo, não é isso. O que existe agora é uma pressão muito grande e se você olha enviesado para uma mulher já pode causar alguma cobrança do tipo, ‘olha o misógino aí”. Você sabe como são as coisas, infelizmente. E essas questões do lexo, o pessoal está sempre muito atento. E como sei que você é uma pessoa muito preocupada, escreve muito e as vezes por escrever muito e em textos grandes, não se tem tempo de parar pra pensar. Pois se formos pensar em tudo, levar tudo a risca, eu entendo isso e é chato pra caramba a gente ficar se policiando. Pô, vou conversar com alguém preciso medir minhas palavras, escolher. Escrever ainda é pior porque ele é um registro. Então é uma sugestão, você utilizou a palavra denigrem. Se você entender que deve modificar, fica sugestão.
Respondi a ele (a) também num áudio: “Obrigada mesmo, meu (minha) caro (a). Em função disso, desse toque que me deste e prontamente acatado, vejo o quanto estamos um tanto amarrados e incidindo em erros, mesmo contra a vontade. Pelo uso de uma só palavra indevida você pode ter um longo texto inviabilizado. O fiz totalmente sem intenção. Agradeço mesmo”.
Ele complementa com algo mais a ser acrescentado num amplo debate sobre a utilização de palavras, antes usuais e hoje, condenáveis e excluídas de nosso vocabulário: “O mais perigoso dessa história é que a pessoa se sentindo incomodada, ou muitas vezes não entendendo o contexto de uso de um termo, se ela viesse discutir com você, só os dois, não existiria problema num pedido de desculpas, retratação. O problema é outro. Quando isso acontece, aí que está o nojento da história, ela pega uma matilha de gente, cooptada não sei lá como, com ascendência sobre essa pessoa e todos vem te atacar. Acompanho muitas discussões pela rede social e deixo de fazer comentário em muitos deles exatamente por conta disso. Sinto o impulso, indignação de comentar, mas recuo, não por medo do debate. Eu tenho receio que as pessoas usem isso para denegrir a minha imagem e eu não vou ter como repor, reparar essa situação. Eu observo as pessoas comentando em meus texto. Nunca havia me preocupado com comentários, mas ultimamente estou vendo pessoas que não são da minha roda e começam a te cercar, fazendo um comentário aqui, outra observação ali. Hoje só discuto com quem eu conheço. Hoje por causa de um termo, uma palavrinha mal utilizada você não tem como escapar e eu trago isso de uma conversa que tive contigo meses atrás. Muitas vezes quem te ataca sabe muito de que lado você está e que tudo ocorreu por um descuido, mas se aproveita da situação. Os tempos estão muito perigosos neste sentido. Todo cuidado é pouco”.
Ouvi tudo atentamente e depois, tive o prazer de reencontrar este amigo pessoalmente, quando discorremos mais um bocado de tempo sobre este tema, compartilhado também com outras pessoas. Faço questão de passa-lo adiante, quando poderia simplesmente trocar a palavra e esquecer de tudo. Creio eu, se faz necessário muita conversa sobre isso tudo destes tempos. Não me vejo acuado, rejeito muita coisa dentro do patrulhamento do politicamente correto e outras, como neste caso, acato prontamente e continuo tocando o barco. Eu me policio muito para não continuar se utilizando de palavras condenáveis e quando escapa, trato de me desculpar, pois errar é humano. Fica o registro.
VITÓRIA CONTRA A PRIVATIZAÇÃO MERECE UM BRINDE HOJE
"Em duas canetadas, Lula permitiu que as famílias brasileiras façam uma pequena celebração política na Páscoa de 2023.
O presidente assinou as primeiras medidas para interromper o processo privatização e entrega de empresas estatais, projeto essencial da política economica entreguista de seus antecessores, que governaram o país entre o golpe de Michel Temer em 2016 e a derrota de Jair Bolsonaro em 2022.
Três empresas foram retiradas do PPI, o programa de parceria de investimentos. A Conab, de abastecimento. A Telebrás, de Comunicações. E claro, a Petrobras, marco histórico da luta da população brasileira por sua soberania.
Cobiçada pelo capital estrangeiro desde sua fundação, fruto de uma gigantesca mobilização popular, na última década a Petrobras tornara-se alvo prioritário de empresas imperialistas pela descoberta das valiosas reservas do pré-sal. Num movimento agressivo, sem escrúpulos, elas promoveram um golpe de Estado para derrubar uma presidente eleita, Dilma Rousseff, apenas para tomar posse de uma riqueza capaz de produzir, na próxima década, um total de 8,2 bilhões de barris de óleo, avaliados em US$ 116 bilhões, sem falar em US$ 92 bilhões em royalties e US$ 77 bilhões em impostos.
No café da manhã com jornalistas, na manhã de quinta-feira, 8 de abril, Lula assinalou a mudança de rumo na condução do país. Disse que o capital estrangeiro será "muito bem recebido para no Brasil para fazer novos investimentos e para abrir novos negócios, mas não para comprar nossas empresas". É um bom caminho.
Alguma dúvida?
(Minutos depois de publicar essa nota, leio a manchete da Folha neste domingo, 9/4/2023. "Apoio à privatização salta e chega e 38% da população". É uma vergonha. A manchete esconde que, segundo o próprio Data Folha, a maioria dos brasileiros é contrária às privatizações, por 45% a 38%), Paulo Moreira Leite.
O QUE SERIA ISSO MESMO DE INFLUENCEREsse nome nunca me passou goela abaixo. Vivo em outro mundo, frequento outros ares e a cada vez que me deparo com essa babação de ovo, totalmente desproporcional para com os tais influencers, estejam eles de que lado estiverem, sinto repulsa. Pra começo de conversa, este termo e o que representam é totalmente diferente de PENSADORES. Pensadores que tínhamos eram gente da estirpe de Darcy Ribeiro, Florestan Fernandes, Antonio Cândido, isso pra falar de Brasil e na nossa América, Eduardo Galeano, Cortazar, Borges, Bukowsky, agora essa coisa de influenciadores de rede social, isso para mim não desce, palhaçada. São gente, que na maioria das vezes não lê nada e falam de coisas totalmente inúteis e desconectadas da realidade da maioria das pessoas. Ouço e vejo tanta baboseira vinda destes que, as vezes, creio já estarmos num caminho sem volta para a razão e o bom senso. É o total direcionamento para a futilidade como foco da vida das pessoas. Não se aproveita quase nada e estes possuem milhares, milhões de seguidores. Sigo ao largo, lendo cada vez mais, só ligando a TV para algo realmente aproveitável - algumas vezes um pouco de futebol para contrabalançar - e fugindo de baladas e lugares da moda. Não quero cruzar com influencers, nem ouvir o que sai de bocas tão fúteis. Prefiro ficar no meu mundo, pois sinto que, a cada dia que passa, meu tempo por aqui está se encurtando e desta forma, me recuso a adentrar estes redutos ditos como de moda, modernos e cheios de requintes de crueldade. Sim, alguns destes dizem algo de aproveitável e quando os ouço, não os faço como a turba de seguidores, mas para extrair algum néctar, não para apupar por estarem desfrutando de popularidade fútil e descartável. A maioria destes, se colocar num liquidificador ou num expremedor de frutas, restará quase nada para tocarmos a vida adiante. Portanto, sou do time dos PENSADORES, nunca dos influencers. Quem me influencia, como agora, quando termino um livro sobre a descoberta de túneis quando derrubavam o Morro do Castelo do Rio, idos de 1900 é gente como Lima Barreto, este sim, influenciador de uma época, com algo para contar, vivenciador das entranhas de uma cidade, comendo o pão que o diabo amassou e relatando tudo dentro do espírito do "sangue, suor e lágrimas", que foi sua vida. Isso me influencia, desde sempre. Influencers passarão e nada deixarão de aproveitável.
"Em duas canetadas, Lula permitiu que as famílias brasileiras façam uma pequena celebração política na Páscoa de 2023.
O presidente assinou as primeiras medidas para interromper o processo privatização e entrega de empresas estatais, projeto essencial da política economica entreguista de seus antecessores, que governaram o país entre o golpe de Michel Temer em 2016 e a derrota de Jair Bolsonaro em 2022.
Três empresas foram retiradas do PPI, o programa de parceria de investimentos. A Conab, de abastecimento. A Telebrás, de Comunicações. E claro, a Petrobras, marco histórico da luta da população brasileira por sua soberania.
Cobiçada pelo capital estrangeiro desde sua fundação, fruto de uma gigantesca mobilização popular, na última década a Petrobras tornara-se alvo prioritário de empresas imperialistas pela descoberta das valiosas reservas do pré-sal. Num movimento agressivo, sem escrúpulos, elas promoveram um golpe de Estado para derrubar uma presidente eleita, Dilma Rousseff, apenas para tomar posse de uma riqueza capaz de produzir, na próxima década, um total de 8,2 bilhões de barris de óleo, avaliados em US$ 116 bilhões, sem falar em US$ 92 bilhões em royalties e US$ 77 bilhões em impostos.
No café da manhã com jornalistas, na manhã de quinta-feira, 8 de abril, Lula assinalou a mudança de rumo na condução do país. Disse que o capital estrangeiro será "muito bem recebido para no Brasil para fazer novos investimentos e para abrir novos negócios, mas não para comprar nossas empresas". É um bom caminho.
Alguma dúvida?
(Minutos depois de publicar essa nota, leio a manchete da Folha neste domingo, 9/4/2023. "Apoio à privatização salta e chega e 38% da população". É uma vergonha. A manchete esconde que, segundo o próprio Data Folha, a maioria dos brasileiros é contrária às privatizações, por 45% a 38%), Paulo Moreira Leite.
2 comentários:
E você caindo em mais essa intoxicação ideológica pequeno-burguesa do identitarismo woke nascido dos movimentos dos democratas dos EUA. Pergunto: vc passa a vida toda falando a palavra 'judiação', a palavra em si te faz um antissemita?? Claro que não. São os processos sociais de uma sociedade, como a de classes que vivemos, que gera toda a desigualdade e exploração que provoca exclusões e consequente discriminações e preconceitos, isso se torna óbvio para quem estuda um básico de ciências sociais, que entende um mínimo de dialética.
Os chamados pós-modernos são responsáveis por isso, retiram qualquer possibilidade de entender a realidade concreta, seus processos sociais e como transformá-los, fragmentando tudo em lutas sem nenhum viés classista que não vai enfrentar e resolver de fato o enorme abismo da desigualdade.
Dou outro exemplo pra quem acha que o problema é de linguagem, dizem para trocar 'favela' por 'comunidade', ok, só que o sujeito que lá está vai continuar fodido, sem água, sem luz, sem saneamento, convivendo com a violência diária. Não é a linguagem que faz processos sociais, até porque a imensa maioria das pessoas sequer dominam os significados e etimologia das palavras.
Está havendo uma semiologização da realidade, o que importa é o imaginário, o que importa é representação, embarca nessa intoxicação pós-moderna pra ver onde vamos parar.
Camarada Insurgente Marcos
(sigo escrevendo muito e eternamente sem censura)
Pau no cu dos pós-modernos identitários (e não me venham chamar de estuprador por essa frase, hein) que babaquice virou o debate político nesse país.
Concordo plenamente contigo, Marcos. Estamos ficando reféns de algo pernicioso.
HPA
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