sábado, 1 de abril de 2023

BEIRA DE ESTRADA (165)


DATA DE HOJE, TENEBROSA MEMÓRIA PARA OS BRASILEIROS
Ops, desculpe, o golpe foi efetivado em Primeiro de Abril, Dia da Mentira e só oficializado hoje, pois quem o realizou tinham vergonha do que faziam, daí o registro de tudo como tendo ocorrido em 31 de março. Se bobear, fazem novamente, repetindo os mesmos erros do passado e até com mais crueldade. Página triste de nossa história.

TEM  COISAS IRRACIONAIS SE REPETINDO PELA AÍ

O SERVIDOR MUNICIPAL...
Este, através do Sindicato da categoria pede reajuste de 12% no salário. Nada abusivo, se levarmos em consideração inflação no período e defasagem pré-existente no quesito reajustes. A incomPrefeita se mostra irredutível e oferece a metade, 6%. A categoria se mobiliza e ontem, quinta, 30/3, se reúne defronte o prédio da Prefeitura, praça das Cerejeiras. Muita gente reunida, falas acaloradas, pois diante da recusa e fuga para debater com os servidores, o que está em curso é queda de braços, demonstração de forças. Dinheiro e caixa para compras absurdas e despropositadas existe, mas disposição para valorização do servidor não. A cobtenda está apenas começando e muita água passará por debaixo dessa ponte. Nas fotos, algo da organização popular. Mais de oito mil pessoas reunidas e lutando por seus direitos é algo quase imbatível. Ah, se o servidor soubesse de sua força...

DOS RISCOS DE FALAR A VERDADE*
* Eis meu 103º artigo para o semanário DEBATE, de Santa Cruz do Rio Pardo, edição circulando hoje:

Neste país e em muitos outros lugares falar a verdade custa caro e possui um alto preço. Principalmente, quando a verdade fere interesses dos ditos “donos do poder”, ou mesmo pessoas entrelaçadas com o poder constituído na cidade. É evidente que, muito mais fácil alguém esbravejar em voz alta contra o Lula ou até mesmo Bolsonaro – este merecedor de todo protesto -, pois não estão próximos, nem presentes no nosso dia a dia. Já do figurão local, antes da crítica ser feita, muitos pensam muito e no frigir dos ovos, até deixam pra lá, evitando dissabores e problemas.

No Jornalismo isso é muito recorrente e imperdoável. Primeiro, porque muito do dito Jornalismo hoje praticado possui atrelamento umbilical com o poder constituído, daí, como gera dependência, nada negativo deste sai publicado. Só os elogios e quando algo acontece fora do tom, fingir-se de morto para não causar problemas. Já para o Jornalismo atuando dentro da verdade factual dos fatos, o buraco é mais embaixo e a notícia vale mais do que a própria amizade ou o anúncio na publicação. 

Dizem por aí que tudo tem um limite. O Jornalismo, como praticado atualmente, está infestado de inverdades, movido por fake-news e dentre o publicado, nada contrapondo contra os interesses de quem ajuda a manter o negócio com as portas abertas. Hoje mesmo, já está praticamente resolvido e é do conhecimento de todos, o fato do ex-juiz Sergio Moro, hoje senador, junto de seu então assistente Dallagnol, hoje deputado federal, terem montado um conluio curitibano quando da Lava Jato, para incriminar sem provas o ex-presidente Lula. Nessa semana, o advogado Tecla Duran expôs algo mais em algo noticiado no País todo, mas alguns órgãos se fingiram de mortos e nada publicaram. Preferiram continuar ao lado de Moro, mesmo diante de tantas evidências, pela continuidade de seus atos fora do tom.

Nestes quatro anos de desgoverno de Bolsonaro, essa aderência ao que víamos sendo feito no Palácio Central foi algo abominável. Parte significativa da imprensa se manteve aliada ao miliciano presidente e, mesmo hoje, com tudo desmontado, alguns ainda o endeusam. Como acreditar numa imprensa vesga, mesmo cega, que passa ao largo de fatos escabrosos e passa o pano para um presidente tão fora da casinha? Isto só se explica, por estarem sendo regados financeiramente e sem escrúpulos aceitaram este jogo. No mais, o outro motivo é por serem exatamente iguais a ele. Não existe outra alternativa.

O exercício do jornalismo exige riscos, pois do contrário não vale nada. Encobrir algo ocorrido, passar batido por algo que deve ser publicado é o descrédito da publicação. Quem faz isso uma, duas vezes, não para mais e daí por diante, passa a manter algo sem sentido. Em alguns momentos a verdade dói e quando algo assim ocorre numa cidade de médio porte, onde todos se conhecem e se trombam a todo instante, quem falta com a verdade, padecerá para sempre da desconfiança de estar encobrindo algo e quem dela não se afasta, doa a quem doer, a certeza de estar no caminho certo, credibilidade sempre renovada. Eu escrevo, leio e confio no que sai publicado no DEBATE, exatamente pela transparência do que produz. E ponto final.
Henrique Perazzi de Aquino, jornalista e professor de História (www.mafuadohpa.blogspot.com).

NA SEQUÊNCIA TUDO SOBRE A IDA DE INTRÉPIDOS NOROESTINOS PARA O DECISIVO JOGO COM O NOVORIZONTINO - EU FUI E CONTO ALGO DO QUE VI
01.) SAIU A BARCA N° 7 PARA NOVO HORIZONTE - 10H30 RUMO A SÉRIE AI
Foram disponibilizados 12 ônibus gratuitos para levar torcedores bauruenses para a contenda contra o Novo Horizontino, naquela cidade, distante 110 km de Bauru. O jogo é decisivo, pois dos quatro finalistas sairão dois, os que decidirão o campeonato e, consequentemente subirão para a disputa da Série A do Paulistão. O Noroeste chegou entre estes quatro e nos últimos dois jogos em Bauru, levou ao estádio Alfredo de Castilho uma torcida perto de 10 mil torcedores em cada jogo. Neste, além dos 12 ônibus, muita gente em veículos particulares e outros meios.

Eu fui um dos que, durante a semana garanti a minha ida, comprando antecipadamente o ingresso, R$ 20,00. Eu, o amigo Claudio Lago e sua esposa Luzia Aparecida Siscar. O compromisso era estar às 10h defronte o estádio e a sede da torcida Sangue Rubro, organizadora do preenchimento das vagas. Embarcamos no ônibus de nº 7 e junto de nós, repórter da TV TEM, gravando flashes para a programação da emissora. A aventura começou por volta das 10h30, muito divertida, com uma só parada no caminho, quando o pneu de um dos ônibus estourou. O pessoal foi distribuido pelos demais e a viagem para para a vistoria da Polícia Militar num posto de combustível, com amplo pátio, isso já perto das 12h30.
Daí por diante, a próxima parada seria o estádio, mas o trio foi resgatado no local pelo amigo Renato Magri, advogado na cidade, que antes da partida, nos leva para comer uns quitutes num bar na cidade...


02.) ADENTRAMOS NOVO HORIZONTE COM RENATO MAGRI, BAR DO TUQUINHA, KIBE INIGUALÁVEL E CONGRAÇAMENTO DUAS TORCIDAS
Ao invés de irmos direto para o estádio do Novo Horizontino fomos os três, levados pelo amigo e advogado há 40 anos na cidade, Renato Magri para o famoso Bar do Tuquinha. Típico bar de congraçamento e conversa, com boa comida, neste dia com a totalidade de seus frequentadores envergando a camisa do time de futebol da cidade. Fomos muito bem recebidos, pois estávamos todos com a camisa vermelha do glorioso Noroeste. Circulamos de mesa em mesa e por fim, na parte dos fundos do bar, um imenso quintal, cheio de torcedores, sentamos e degustamos algumas das igarias servidas.

Renato gosta muito do kibe cru do Tuquinha. Seguimos sua dica, além das empanadas, com variados sabores. Rodamos de mesa em mesa, tendo como assunto a contenda de logo mais, tudo sem o menor problema. Problema, creio que o único tive eu, com um locutor de rádio local, que junto da esposa, teve a infeliz ideia de, bolsonarista que é, me perguntar como Flávio Dino adentrou sem seguranças na favela da Maré. Eu, que poderia ter ficado quieto, fui lhe explicar e comecei lhe perguntando se algum dia de sua vida já havia ido até a Maré e conhecia a realidade local ou só repetia como matraca o que lia em fake-news. Bastou para o cara fechar a cara, pois evidente não teria argumentos para sustentar a continuidade da conversa e me dizer: "Vamos mudar de assunto, pois você é convidado para vir aqui". O danada se levanta com sua esposa e vai embora do local. No mais, comemos e bebemos, além da boa conversa, inclusive com fotos dos vermelhos juntos dos amarelos.
Quando saímos do bar, faltava uns 40 minutos para o jogo começar e Renato ainda queria dar uma volta pela cidade. Ele, um ótimo anfitrião, morando duas quadras dos fundos do estádio, ou melhor, do portão reservado para os visitantes.

03.) DURANTE A CONTENDA
Lotamos o espaço reservado aos noroestinos, mas...
Na chegada, Renato Magri nos indica o local para nos juntarmos com os torcedores de Bauru e segue para outro, onde costuma assistir os jogos, ele que tempos atrás foi presidente do Novo Horizontino, mas nunca perdeu os laços bauruenses e também o gosto por torcer pelo Noroeste. Descemos uma quadra e para imensa surpresa reencontramos no local o mesmo senhor e esposa que mantém uma barraca defronte o estádio de Bauru, vendendo cerveja e espetinhos. Ou seja, o danado saiu de Bauru e foi até lá, rodando 110 km, montando seu aparato onde circula a torcida bauruense. Achei isso de grande monta, percepção não só comercial, como aquela unindo o que faz, com o que gosta, no caso, estar no jogo decisivo do time de sua aldeia. O local foi uma espécie de ponto de reencontro de tudo e todos por lá. Indescritível.

O time adversário, cidade de no máximo uns 45 mil habitantes, sabe tratar os visitantes. Achei impressionante eles terem disponibilizado um local à sombra para nós, enquanto seus torcedores, do outro lado estavam ao sol. Lotamos o espaço e ali foi ponto de reencontro de muita gente conhecida. Só de vereadores, creio ter visto uns seis por lá, além de um ônibus mais chic, trazendo uns vips, todos embolados e assistindo a contenda no mesmo local.

O que falar e dizer do jogo? O Noroeste foi o Noroeste de todo o campeonato. Não posso dizer que chegou longe demais, mas temos que admitir, eles estão melhor preparados que o nosso time, pois estão à véspera da disputa da série B do Brasileiro. Eles jogaram, nós propusemos pouco e os 3 x 0, sem maiores delongas, representa bem o que foi a partida. Creio que, ao final do jogo, ninguém tenha saído frustrado ou desanimado, pois neste primeiro ano de retorno para a Série AII, tivemos um brilhante desempenho. Um belo estádio, gramado impecável e recepção sem nenhum tipo de rusgas.

Na saída, reencontramos Renato, que estava também de saída para Bauru, onde está todo final de semana e assim, de carona, voltamos todos num envolvente bate papo. Antes, nos leva para um pit stop ao lado de seu escritório na cidade e depois estrada. Este só mais um capítulo de tantas histórias vividas de acompanhamento ao Noroeste, dessas para entrar na história. Sem máculas, foi um dia destes para não ser esquecido. A derrota não foi tão amarga como imaginávamos, pois veio naturalmente. Que o ocorrido neste ano tenha continuidade daqui por diante, pois de algo os dirigentes devem ter percebido: quando com time bom, os torcedores fazem a sua parte em Bauru. Podemos e devemos chegar muito mais longe quando tudo estiver nos trinques.

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