MEU DISTANTE PARENTE CONTINUA MAIS BOLSONARISTA QUE NUNCAEu tenho um parente, morando bem distante daqui, destes que ainda continua acreditando em Jair Bolsonaro e reproduz todo tipo de baboseiras em sua página das redes sociais, inclusive as do jornalista Alexandre Garcia. Pior do que publicar é que, essa última, a barbaridade dita por este lá depois da catástrofe no sul do País, foi tão pervertida que, teve que se retratar, mas este meu parente não foi na onda. Além de não se retratar, seu post continua como se aquilo lá postado fosse uma incontestável verdade.
Ele, este meu parente, faz parte de uma legião de abilolados, também denominados de “rebanho”, os que, mesmo depois de tudo o que já ficamos sabendo sobre a triste passagem de Jair Bolsonaro pelo poder, continua lhe devotando paixão eterna e o chamando de “mito”. Haja o que houver, são os que não soltam das mãos do seu Jair. Este pode ter roubado todas as joias dos cofres brasileiros e a legião de cegos achará que tudo foi armação ilimitada do PT e se estava em poder do ex-presidente é porque teria recebido de presente e assim, sendo, podia fazer o que quisesse com elas. Não existe meios de demover da cabeça destes a paixão.
Eu já tentei demonstrar para este meu parente dizendo a ele, que depois de tudo, já era hora dele virar o disco, abandonar essa paixão e cair na realidade, pois toda a falcatrua estava mais do que comprovada, faltando hoje só manda-lo pra cadeia. Só faltou me xingar de tudo quanto é nome e o de mais baixo calão que tem na boca é denominar o opositor de “petista”. O ódio ao PT e Lula parece algo inquebrantável, mesmo com toda a transformação já ocorrida ao país e os preços da maioria dos produtos terem baixado e muito desde o começo do ano.
Nem insisto mais, pois assim como este meu parente, os bolsonaristas mais radicais vivem em um mundo paralelo, fechado a qualquer tipo de reflexão. Nada irá furar a bolha onde gravitam e, segundo leio, ela hoje está em torno de 40% do eleitorado brasileiro. Gente, isso representa gente demais. Aqui em Bauru, hoje mesmo muito mais contidos que antes, todos sabemos, os bolsonaristas não arredaram pé de crer na bestialidade. Ou seja, 40% dos brasileiros hoje possuem um distúrbio mental meio que irreversível. Eu não convivo bem com isso, pois sei estarem doentes, mas isso, pelo visto, eles não sabem, não percebem e não possuem nenhuma intenção de voltar à lucidez. São pessoas com as quais não é mais possível estabelecer nenhum tipo de diálogo aproveitável e lógico.
Este o Brasil hoje. O país avança, é outro, a Amazônia deixou de ser vilipendiada como dantes, o garimpo ilegal hoje é perseguido, a milícia já não atua como dantes, as leis trabalhistas começam a voltar ser respeitadas, o respeito internacional hoje é inigualável se comparado com o período anterior, as transações internacionais voltaram a ocorrer e tudo baixou muito de preço, desde o combustível, o preço da carne bovina e de tudo o mais. Isso não impressiona e, pasmem, quando questionado, este meu parente tem a resposta na ponta da língua: “Pura sorte”. Tento manter algum tipo de amizade com este meu parente, enfim, mesmo distantes, convivíamos até que bem antes desta divisão do país e hoje, inevitável separação. Mas não é fácil, assim como não é fácil continuar vendo o país dividido. Mesmo que o lado de Lula mantenha uma maioria, sempre soube da existência deste lado perverso e perigoso de brasileiros optando pelo segmento de ultradireita e hoje, além de tudo, o que mais me preocupa é se estes, como meu parente, hoje perdidos com Bolsonaro encurralado, estão à procura de alguém que os represente. Imagina se encontram um melhor preparado que Bolsonaro e até mais perverso? Na Argentina isso parece estar em curso.
A eleição foi na noite desta última terça-feira, lá junto ao Teatro Municipal. Quase 70 pessoas compareceram e dentre os segmentos previstos, dois eleitos por cada, titular e suplente.Uma votação diferenciada. Cada presente, devidamente credenciado, poderia votar em todos, bastando levantar uma das mãos. Dois servidores contavam os votos. Achei confuso, mas na prática se mostrou eficiente. Foi uma eleição tranquila e creio eu, foi conseguido extirpar prováveis veias e segmentos mais conservadores e com ligação umbilical com o fundamentalismo da atual mandatária municipal. Os presentes souberam se impor e mesmo num único momento, considerado por mim como descompassado com os demais, um candidato para vaga trouxe consigo sua classe, ou seja, uma turma para votar nele e ao final, com a percepção do ocorrido, somente eles votaram na pessoa, essa chegando em terceito lugar. No mais, cada um podendo fazer uma apresentação de dois minutos, a maioria já conhecida de todos. O segmento mais disputado foi o do Hip Hop e pelo resultado, muito perceptível, uma necessária renovação de mentalidade, postura e desta forma, ampliando o leque de participantes e de ideias em jogo.
O adendo final fica por conta do elogio necessário que faço aqui neste momento para Paulo Maia, o atual presidente do Conselho, músico de reconhecido valor e importância, também se mostrando um valoroso defensor da Cultura na cidade. Soube comprar as brigas certas e fez a disputa correta, enfrentando o poder constituído, que sempre chega se impondo e com regras já estabelecidas, tudo formatadinho. Paulão os peitou, como deve ser, sem ferir suscetibilidades, pelo poder da palavra, persuação onde se mostrou valoroso. É o que se busca de dirigentes culturais, que ocorra a verdadeira briga e conquista por mais e mais, pois as possibilidades existem e não será diante uma claudicante administração, sempre se mostrando contrária a dialogar e sempre buscando impor suas condições, que deveremos se mostrar fragilizados. Da fala de alguns dos eleitos, algo sobressaindo: "Não nos deixem atuar sózinhos e isolados. Precisamos de todos vocês. É da participação de todos, dando quórum em nossas reuniões e sempre ampliando o debate, só assim seguiremos adiante altaneiros e soberanos".
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