sábado, 23 de setembro de 2023

UM LUGAR POR AÍ (172)

HPA CIRCULANDO PELA AÍ, INDO E VINDO

Hoje um dia de registros e para tanto, vesti minhas mais coloridas camisas e sai pela aí. Aqui este HPA em três eventos distintos, num deles eu envergo a camiseta da Mangueira reverenciando seus mestres do passado e noutros dois, visto uma chamativa camisa vermelha, fina estampa, à la estilo Jorge Amado e boné do MST. Desta forma e jeito, sempre com uma alpargatas nos pés, assim me apresento e me posiciono. Abaixo o relato dos três episódios destes últimos dias:

01.) SEXTA, O VICE-PRESIDENTE GERALDO ALCKMIN POR AQUI - O vice-presidente da República esteve por aqui, também ex-governador paulista, Geraldo Alckmin. A programação foi junto da também visita do ex-senador e ex-governador pelo Acre, Jorge Viana, hoje comandando a APEX - Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos. Tiveram estes encontro com empresário de Bauru e região no SENAI e depois um convescote lá num hangar junto ao Aeroclube. Neste marquei presença. Vesti minha indumentária vermelha estampada, com boné do MST - era o único no local com o danado - e para lá me dirigi. Uma das pessoas mais concorridas dentre os presentes, uma fauna de variadas estampas e origens, era o ex-prefeito, hoje presidente do IBAMA, o bauruense Rodrigo Agostinho. Todos queria se acercar dele para saber se já aceitou ou não o encargo de disputar as próximas eleições municipais. Pelas respostas e zum zum zum, correndo de boca em boca, ele continua balançando e balançado, ou seja, deve, ao menos por enquanto continuar onde está e se lá na frente, ocorrer algo mais substancioso, daí sim, irá tomar sua decisão. Ou seja, nada de novo no front da sucessão municipal, ou nada que ainda possa abalar as estruturas de campanhas já em curso. Tudo especulações. Eu conversei com alhos e bugalhos, conheci gente que só conhecia de nome e revi alguns, diletos e indiletos - existe este termo? - conhecidos. No local, o termômetro de como anda a popularidade de Alckmin, que da última vez que passou por Bauru, foi rejeitado pelas instituições empresarias bauruenses, quase todas dominadas por bolsonaristas e hoje, algo mais ameno, tranquilo, cheio de rapapés e salamaleques. Estávamos numa espécie de armistício instituído e consolidado, ao menos por enquanto. No meio da agitação no hangar tinha de tudo e dentre as diferenças bem evidentes, algo se juntando: todos, ou ao menos, a imensa maioria, mesmo representando pensamentos distintos, diversos e desconexos, todos votaram em Lula, para ao menos ser alcançado o objetivo de sacar do poder o defenestrável Jair Bolsonaro. Alckmin é polido na fala e no trato. Mudou muito e hoje, se mostra a cada do governo onde atua. Ou seja, na comparação com o passado, melhorou e hoje, bem tratado até pelos antigos detratores, navega em mares tranquilos.


Nesta condição circulou entre os presentes, ouviu, foi paparicado e teve sempre ao seu lado o fiel escudeiro, aquele que, junto dele deixaram as hostes mais retrógradas e aderiram de mala e cuia na barca de Lula e do novo governo e pensamento agora vigente. Sim, os tempos são outros. Para muitos ainda é difícil andar confortavelmente entre tudo o que se viu naquele final de sexta lá pelas bandas do Aeroclube, mas nada tão dissonante do que ocorre hoje no país num todo. Lula chegou lá trazendo junto dele algumas alas, que se aqui não estivessem, poderiam estar perdidos, como cegos num tiroteio e sem lastro para continuar navegando. Hoje navegam e ganharam também mais que um folêgo novo. Alckmin um destes. Não me entristece vê-lo desenvolto no novo papel. Muito me alegra, pois desde sua reviravolta, continua na mesma pegada e talvez, o melhor de tudo, passando um filme em sua cabeça, revendo o passado e vendo onde pode acertar em cheio neste momento, traçando novos caminhos. Acredito piamente que, ele não se apresenta no papel hoje designado a ele, com a mesma pegada do passado. Ele evoluiu, disso não tenho dúvidas. Isso não apaga o passado, mas ao menos ameniza algo para o futuro. No governo Lula existem outros tantos assim, uns só para compor cota de partidos, sem compromisso assumido com nada e outros, como Alckmin, já dando a cara pra bater, assinando sem problemas tudo o que Lula diz ou faz. Se isso é bom ou mal para o Brasil, talvez faça parte de mais essa etapa sendo vivenciada, como necessária, no caminho para o que vá ocorrer no futuro. Alguns foram domados, outros, adulados, nem tanto, mas o fato inegável é que o Brasil é outro, caminhamos para a frente e estamos todos juntos rejeitando o passado negacionista onde estávamos enfronhados. Vivencio isto tudo como bauruense e brasileiro.

02.) PENINHA, OSWALDO PENNA JR, ANUNCIANDO SEUS PROJETOS EM BAURUQuem passa por Bauru por alguns dias foi o popular, irreverente e polêmico PENINHA, Oswaldo Penna Junior. Sua história está, em primeiro lugar entrelaçada com a de seu pai, o jornalista Oswaldo Penna, o idealizador da revista Cadência, com aproximadamente 60 anos de existência e depois, com sua eleição como primeiro vereador pelo PT na cidade. Peninha traçou depois vários outros caminhos para sua vida, com os tempos vividos na França e depois, quando do retorno ao Brasil, sua fixação em Palmas TO, onde resider até hoje. Sua irmã ainda mora por aqui, nos altos da rua Saint Martin e o abriga quando de passagem pela cidade. Veio com papéis na algibeira e distribuindo-os cidade afora. Quer me envolver na realização de dois trabalhos na cidade, dois documentários, com valor significativo, um contando a história de seu pai, o "Oswaldo Penna - Guerrilheiro Urbano" e outro, até mais polêmico, o "Cafajestes e Coronéis da Eny". Está com ambos projetos prontos e veio aqui divulgá-los para a imprensa e conversar com produtoras de vídeo e audio visual, o algo profissional necessário para suas realizações. Conversou também nas hostes da SMC - Secretaria Municipal de Cultura sobre a abertura do edital da Lei Paulo Gustavo, que só para ações desta natureza estará disponibilizando aproximadamente R$ 2.800 milhões para o setor. Circulo com ele e registro alguns reencontros, como o com meu vizinho, ex-assessor direto da presidência de cinco diretorias da Rede em Bauru, Plínio Scriptore. Ele andou muito, gastou sola de sapato e deve estar voltando para sua morada com esperança renovada de conseguir realizar estes sonhos de vida. Eu, sei da importância de seu pai e de se ter um documentário retratando sua trajetória e também, de ser contada a outra história e envolver Eny, pois após a biografia escrita pelo jornalista Lucius de Mello, ele agora propõe outra visão e abordagem, a dos que gravitavam e deram vida para aquela famosa casa, os cafajestes e os endinheirados, os coronéis. Com certeza, essa revolverá muitos de seus túmulos. São histórias desta insólita Bauru, cujas outras versões, além das já divulgadas, necessitar vir a público, até para na confrontação, se ter uma noção mais exata de tudo o que realmente aconteceu.

03.) A POSSE DO SINDICATO TRABALHADORES CALÇADISTAS DE JAÚConvidado pelos eleitos, fomos em comitiva bauruense para Jaú na manhã de sábado, para almoço festivo de posse da nova Diretoria eleita do Sindicato dos Trabalhadores Calçadistas de Jaú. Na nova diretoria, sai Miro Jacintho e adentro o palco dos acontecimentos o militante Flávio Coutinho. Gosto demais de conhecer pessoas envolvidas com a luta e defesa dos trabalhadores e, ainda mais neste caso, num dos sindicatos reconhecidamente mais atuantes na defesa dos interesses dos trabalhadores. Morei em Jaú por dois anos, meus tempos de Bradesco, final dos anos 80 e sempre que posso, volto pra lá, sempre na esperança de rever pessoas queridas e conhecer novos. Circulo por Jaú com certa desenvoltura, conheço alguns de seus atalhos e até me arrisco a fazer alguns comentários sobre a sua vida política, como a horrorosa neste momento, quando não se tem um representante dos interesses populares dentre os eleitos da Câmara de Vereadores e o atual prefeito é um que, além de representar um atraso considerável, grileiro de terras - se diz proprietário do local onde se encontra o assentamento em Gália -, tem política retrógrada, truculenta e propagador de ideias ao estilo bolsonarista. A resistência se faz em locais como o que estive, no seio de um sindicato atuante.


Conhecê-los é algo necessário, para a continuidade da luta, entrelaçando nossas cidades. Somos todos cutistas, lulistas e estamos envolvidos dos pés à cabeça com as necessárias transformações que a classe trabalhadora precisa neste momento. Ouvi atentamente a fala do Miro e do Coutinho, como a deputada Beth Sayão, tudo comandado naquele dia pelo mestre de cerimônio, o jornalista Ricardo Santana e saio de lá, junto de diletos amigos como Claudio Lago, Agnaldo Lulinha, Wellington, Jesus Garcia e muitos eletricitários, Camy's Fernandes, com a certeza de que, em partes, existe uma séria resistência e trabalho efetivo sendo realizado em terras jauenses. Valorosos personagens dentro de uma insana luta e estes muito cientes de como se dá a contenda e a praticando com toda a sapiência, conquistada após anos envolvidos na luta.

Em Tempo: Tenho uma ótima lembrança do Flávio aqui em Bauru, quando realizado um ato contra a demissão do jornalista Sergio Pais, da TV Tem e ele não só marcou presença defronte a Câmara, como fez uso da palavra lá defronte o gradil da TV no jardim Bela Vista. Daquele momento em diante, pelo que ouvi de suas palavras, a certeza de estar diante de alguém muito ciente do papel a cumprir e ser executado dentro da luta de classes onde todos estamos envolvidos. 

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