domingo, 17 de setembro de 2023

DIÁRIO DE CUBA (236) e CHARGE ESCOLHIDA À DEDO (198)


NEM SEMPRE FAZER DINHEIRO É A MELHOR SOLUÇÃO*
* Eis meu 125º artigo para o semanário DEBATE, de Santa Cruz do Rio Pardo, edição circulando desde hoje pela aí:

Vejo o que acontece com a atual administração municipal de Bauru e a comparo com tantas outras no quesito ir se desfazendo de conquistas valorosas. Como é triste ver como o desgoverno da atual prefeita de Bauru, a jornalista Suéllen Rosim se esforça para se desfazer da autarquia a comandar a distribuição de água na cidade, aqui denominada de DAE – Departamento de Água e Esgoto. O argumento é sempre pífio, alegando não dar mais lucro e não ter capacidade mais para gerir, no caso bauruense, nem a construção de uma ETE – Estação de Tratamento de Esgoto.

Bauru foi privilegiada com muita verba pública federal, no caso dos governos petistas, os de Lula e depois com Dilma, em algo que até a oposição mais arraigada é obrigada a reconhecer: “nunca Bauru recebeu tanto dinheiro público como naquele período”. Isso é uma coisa e a tristeza foi constatar que no caso da ETE, houve uma incapacidade absoluta em não terem ao menos chegado num acordo em relação a um projeto plausível de construção. Credito isso, não a falha do poder público, mas de quem o administra. Mesmo com dinheiro em caixa a obra não foi concluída e se arrasta há mais de três administrações.

Quando o próprio poder público passa a defender a privatização ou que empresas privadas venham a concluir a obra, desligando-a do mando público, isso é a derrocada de quem administra e não do sentido público da coisa. Se a obra não teve solução de continuidade satisfatória a culpa é de quem contratou mal e não soube administrar sua execução. Não que o privado irá fazer melhor ou diferente. O que falta é gente capacitada dentro dos administradores públicos, para assumir este papel e leva-lo adiante. Ninguém me convence de que, se nas mãos de empresas privadas tudo seria diferente. Na verdade, sem acompanhamento e capacitação tudo pode ser até bem pior.

Escrevo isso tudo só para concluir com algo bem simples. Não existe como o poder público, no caso específico, as Prefeituras Municipais, não continuarem elas mesmo administrando algo pelo qual a população depende na sua totalidade. São estes que têm que administrar o transporte público, a saúde e, por exemplo, seus departamentos de distribuição de água. Já está mais do que provado e comprovado, quando o público abre mão e no lugar, chegam empresas privadas, a tendência é o preço subir e a qualidade cair. Vivemos um momento em que, a mentalidade de uma empresa privada é só voltada para resultados financeiros, lucro no caixa.

O público não pode trabalhar dentro desta concepção. A Saúde não pode ser gerida por alguém visando única e exclusivamente lucro. Tratam-se de vidas humanas em questão. O transporte urbano sempre deve ter como premissa básica o subsídio público, pensando sempre no bem estar da população. Deixar que o tratamento de esgoto e mesmo, a distribuição da água seja feita por uma empresa privada é como o administrador ter carimbado em sua testa a ineficiência para a função na qual foi eleito. O administrador público não tem que vender tudo e fazer caixa. Isso é fácil demais. O difícil é saber cuidar da população. Basta de negligentes, inconsequentes e despreparados. Aquele que vende um bem público, a princípio já é merecedor de toda desconfiança da população. Ele não foi eleito para isso.
Henrique Perazzi de Aquino, jornalista e professor de História (www.mafuadohpa.blogspot.com).

"MAMÃE, EU QUERO IR PRA CUBA" - LULA FOI E MERECE TODOS OS APLAUSOS POSSÍVEIS
"Biden ratifica o bloqueio com sua assinatura: o genocídio contra Cuba é prolongado. Joe Biden, que uma vez proclamou «estar do lado do povo cubano», acaba de ratificar mais uma vez o genocídio contra esse povo.

O bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba, ilegal e desumano para a maioria das pessoas no mundo, inexistente apenas para o clássico «cego que não quer ver», ano após ano é ratificado pelos sucessivos inquilinos da Casa Branca.
O atual governo não poderia fazer menos. Consistente com a política estabelecida desde 3 de fevereiro de 1962 pelo governo Kennedy, o atual presidente, Joe Biden, assinou a extensão, por mais um ano, da chamada Lei de Comércio com o Inimigo, a base do bloqueio contra Cuba.

No documento oficial, o presidente instou a secretária do Tesouro, Janet Yellen, a aplicar essa medida de sanções contra a economia cubana e enfatizou que sua continuação unilateral «é do interesse nacional» dos EUA, uma falsidade que não precisa de explicação.
O ato draconiano de guerra, projetado para matar de fome e levar um povo inteiro à miséria, foi reforçado ao longo do tempo com outras leis dos EUA, como a Lei Torricelli de 1992, a Lei Helms Burton de 1996 e a série de medidas emitidas pela Casa Branca durante o governo de Donald Trump.

Não há cubano que não sofra o impacto dessa política, que afeta a vida cotidiana de todas as famílias. O bloqueio está por trás de cada medicamento que falta, da usina termoelétrica que foi paralisada, do transporte que carece de peças de reposição, do projeto social que não pôde ser implementado... Continuando a hostilidade e a cumplicidade com o crime, ele assinou seu nome na história de uma política obsoleta, rejeitada pela maioria da comunidade internacional".

Todo o trecho acima foi retirado do Granma, Órgão oficial do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, escrito por Raul Antonio Capote e aqui sai reproduzido por concordar em genero, número e grau com tudo o que ali está escrito. Cuba é aquela pequena ilha no meio do Caribe, 200 quilômetros de distância da costa norte-americana e desde a revolução de 1960, ousando ser comunista, nas barbas do Grande Irmão do Norte. Padece desde então de todo tipo de perseguição e resiste bravamente, numa clara demonstração da altivez de seu povo. Eu sou e serei sempre um eterno defensor de CUBA, essa pequena ilha que tantos bons exemplos nos deu ao longo do tempo de como devem ser as relações humanas. Ali, dentre tantas coisas, a valorização do ser humano em primeiro lugar. São pobres e felizes, lutando contra o imperialismo que os cerca e os quer iguaizinhos a todos os demais, vergados e de cabeça baixa, mas os danados são persistentes e seguem altivos, soberanos e a demonstrar ao mundo que a felicidade pode ser alcançada com tão pouco.

Pois bem, o presidente Lula lá esteve por estes dias para participar de uma Cúpula de Nações Emergentes - quase 100 - e, como sempre, recebe saraivada de críticas, vindas dos mesmos lugares de sempre. Lindo ver Lula ao lado de CUBA, neste e em todos os demais momentos, quando os EUA continuam vendo ali o eminente perigo. Sim, são perigosos, pois representam um OUTRO MUNDO POSSÍVEL e isso, acima de tudo, é o grande perigo, um lugar, uma ideologia a demonstrar ao mundo que o capitalismo é uma nhaca. Não me peçam para criticar CUBA. Nunca o farei em público, pois faltaria com algo o qual carrego embutido dentro de mim, a percepção e a certeza de todas as injustiças já cometidas contra o que ocorre dentro da pequena ilha. Eu sou eterno defensor de CUBA e fico muito feliz da vida ao ver Lula aportando por lá, valorizando nossas relações e mostrando ao mundo que, nem sempre seguir o imposto pelos EUA é o melhor caminho. Na maioria das vezes existe retaliações para quem defende CUBA, mas hoje, com os EUA um tanto enfraquecidos, elas estão aí, mais vivas que nunca, mas corajosamente Lula e alguns países a enfrentam. Estar ao lado de CUBA é o natural para qualquer pessoa sensata.
OBS.: Três das charges publicadas são do Latuff, defensor intransigente, como eu, da ilha. A última charge, também muito boa, não consegui identificar a autoria.

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