QUANDO O ARBÍTRIO TENTA SE IMPOR – O EXEMPLO DE OURINHOS*
* Meu 123º artigo para o semanário DEBATE, de Santa Cruz do Rio Pardo, edição circulando a partir de hoje pela aí:
Não vai ser a primeira, muito menos a última vez que, a barbaridade quase destruindo o país, representada pelo passo seguinte do conservadorismo, a ultradireita perversas, cruel e insana, tenta impor sua vontade e quando contrariada, sem argumentos, comete algo considerado como golpe bem abaixo da linha da cintura. Os casos são todos muito parecidos e pipocam país afora. Na atual bancada dentro de uma Casa de Leis, seja, Câmara dos Vereadores, Assembleia Legislativa ou mesmo no Congresso Nacional, quando a maioria dos atuais representantes, eleitos na enxurrada bolsonarista, estes não muito afeitos com essa tal de democracia, não aceitam o contraditório, muito menos ver suas ideias estapafúrdias contrariadas.
Semana passada em Ourinhos, vizinho daí de Santa Cruz, diria mesmo quase parede-meia, quando uma única vereadora se mostra atuante e levantando a voz, com proposituras pra lá de positivas, denotando e demonstrando nitidamente que a maioria está, não só do lado errado, como deixa de fiscalizar, passando a se compor com os interesses da claudicante administração, daí, só mesmo interrompendo o ciclo, pois do contrário, na continuidade, pode ocorrer a desmoralização em massa de todos os rezando na mesma cartilha dos detentores do poder.
Conheço bem a vereadora petista Roberta Stopa, a quem tive o prazer de tomar conhecimento não só de sua luta, como da frente Coletivo Enfrente (PT), da qual é a cabeça de chapa. Diante de uma bancada já desviada do rumo da fiscalização, ela propõe exatamente o contrário, pois além de fazê-lo de fato, aposta suas fichas numa cidade mais solta de amarras ligadas umbilicalmente com o conservadorismo, propondo avanços, como o enfrentamento para toda e qualquer atitude “sexista, machista, misógina, preconceituosa e vendida”. Por ela ter simplesmente compartilhado publicação, não de sua autoria, onde constava os termos entre aspas, estão propondo sua cassação.
Na verdade, outros temas estão sendo levados em conta para a efetivação do pedido, como ela ser contrária à privatização do sistema de água municipal. Ela, estudou o assunto, diverge com fortes argumentos, o que não existe na parte contrária, daí, o melhor quando não se consegue vergar a pessoa dentro das “quatro linhas” é propor sua expulsão, mesmo que com pífios argumentos. Parece piada, mas o Brasil está muito contaminado com ações deste tipo e felizmente, a maioria delas está sendo vergada pela Justiça, pois se mostram inconsequentes, inadequadas e pura ação ditatorial, o que podia até ser compatível com o desgoverno de Jair Bolsonaro, mas não neste, de recuperação nacional com Lula à frente. Os tempos são outros, mas muitos continuam enfurnados em ideias fundamentalistas.
Algo parecido ocorreu em Curitiba, com o então vereador, hoje deputado estadual, negro, também petista, Renato Freitas e também, sempre por motivos pífios. Um ato dentro de uma igreja foi o motivo da cassação, mesmo ele obtendo a defesa do bispo e do papa. A Justiça reverteu e também reverterá essa arbitrariedade, já constando como motivo de chacota dentro do novíssimo FEBEAPÁ – Festival de Besteiras que Assola o País. Atitudes tão desconectadas com as necessidades de avanço democrático, são merecedoras de repúdio e escárnio coletivo. Seria irônico, não fosse trágico. Roberta sabe muito bem tudo o que está a cercar este pedido e está já muito bem municiada para, de forma isolada, continuar seu mandato de denúncias contra uma administração claudicante em Ourinhos. Hoje, infelizmente, ser oposição é correr riscos, pois a leva conservadora eleita e em atuação se mostra com uma insensibilidade pra corar de vergonha qualquer pessoa sensata.
Henrique Perazzi de Aquino, jornalista e professor de História (www.mafuadohpa.blogspot.com).
ALGO DE MEUS TEMPLOS DE PEREGRINAÇÃO: OS SEBOS
Amanhã bem cedo essa escrevinhação. Hoje quero dormir...
Nenhum comentário:
Postar um comentário