* Aqui de onde me encontro, hoje em Las vegas EUA, ao tomar conhecimento do que um deputado estadual paulista tenta impingir ao padre Julio Lancelotti, paro tudo e posto algo tentando ao menos devolver um pouco de racionalidade ao momento atual:
Pe. Júlio atende a centenas de moradores de rua dando-lhes comida, afeto, abrigo. Uma espécie de dom Helder Câmara de nossos dias. A horda dos insensatos não se cansa de tentar destruir o país", jornalista René Ruschel.
Chamar o vereador que propôs a CPI contra as ONGs de "criado com danoninho" não vai mudar um milímetro na correlação de forças na Câmara Municipal nem na disposição do eleitorado. Dessa forma, os governistas (fascistas inclusive) nadarão de braçadas e poderão até impactar as eleições.
O Rubinho do MBL já tem um diminutivo no nome e outros diminutivos não farão jus ao capital político que ele e outros canalhas estão agregando. Até porque ele não criaria nenhuma CPI sem o aval do presidente da Câmara, vereador Milton Leite, uma espécie de prefeito de fato em São Paulo.
Quem quer que tenha conhecido Milton Leite sabe que ele não tem nada de danoninho ou leite de pera em sua formação política e, digamos, empresarial. E, portanto, não estamos em uma luta entre playboys e militantes, ou coisa parecida. Essa gente não veio do nada. Sabe o que quer preservar e tem estratégias.
O padre Julio é um herói do nosso campo e merece o prêmio Nobel da paz? Claro. A questão, para Leites e Rubinhos, é como isso será percebido pelo eleitorado paulistano. Não somente no que se refere às eleições de 2024, diga-se. Mas na construção de grandes mentiras políticas. De uma mentalidade fascista.
Que precisam ser tratadas como tais. Com menos arroubos e mais estratégia. Como se constroem o racismo político e o apartheid geográfico que a direita usará nessa CPI e usa, diariamente, nas redes e nos grupos de whatsapp? A esquerda está trabalhando de verdade um contra-ataque a esse terror?
Ou nos limitaremos a tentar infantilizar quem não tem nada de infantil e apenas proclamar nossa superioridade moral, sem levar em conta os interesses pesados em jogo e o real poder desses políticos? (Milton Leite não é um vereador comum, se ele quisesse seria um dos deputados mais votados do estado.)
Essa gente precisa ser atacada superlativamente, sem diminutivos e risinhos condescendentes. O Movimento Brasil Livre move-se de forma mentirosa a partir do próprio nome. Os ataques a padre Julio são ataques a uma religiosidade (a do povo brasileiro) que eles buscam usurpar de uma forma planejada.
Com fins discriminatórios, violentos. E econômicos. Atacar os moradores de rua significa cultivar os votos de desprezo muito caros a setores do eleitorado capazes de decidir eleições municipais e federais. Eles estão dispostos a tudo nessa guerra discursiva — à margem da biografia de Jesus Cristo.
E não dá mais para participar dessa batalha apenas com cartas de boas intenções. Falta planejamento, falta entender a costura entre as pautas econômicas e de costumes. Desqualificar o vereador com um diminutivo nos confina em um patamar pueril, enquanto a direita afia as garras com seu profissionalismo amoral.", do Jornalista Alceu Castilho
OBS DESTE HPA: Só para concluir. Assim como, Alceu destaca, estamos a tratar esta turba de meliantes, muitos deles eleitos nos últimos pleitos, quando Jair Bolsdonaro ainda era o presidente, na onda mais direitista que tivemos, como algo a ser derrotado com meras postagens pela internet e abaixo assinados. Não existe meio termo para os perveros que nos rodeiam. Tentaram o golpe, ameaçam a todo instante a democracia e em toda e qualquer oportunidade, se aproveitam para algo deste tipo, insano e doentio, mas com a cara deles. Precisam ser combatidos com a dureza necessária e não com amenidades. Basta, a extrema direita fascista brasileira não tem qualquer filtro ético e moral. Perseguir o padre Júlio Lancelotti, como ato de força, demonstra isso.
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